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Prólogo

Ayla Parker

Mais um dia e outro caso de desaparecimento sem nexo algum.
Já faz algumas semanas que estamos sendo chamados pra investigar casos de pessoas que estão sendo atacadas e os corpos levados do local.

Na última cena de crime que estive presente, a aparência era grotesca. Sinais de luta por todo o cômodo e sangue espalhado indicando que muito provavelmente houve homicídio.
Mas pra onde estão levando o corpo dessas vítimas?
Elas estão realmente mortas ou é um caso de sequestro?

Não encontramos um modus operandi para classificar como um caso de assassinato em série por um ou mais culpados.
Estamos em maior parte no escuro em relação a esses casos. Mas nesse último tive uma pista do que pode estar acontecendo e devido aos acontecimentos que acompanharam minha descoberta, estou ainda mais próxima de uma resposta.

"Você parece tão séria focada assim. Por um segundo, quase acreditei que realmente está trabalhando na sua própria folga." disse meu amigo de longa data em meio a um riso debochado e um tom de advertência.

"Pra sua informação Rhee, eu não estou trabalhando..." Fecho o computador e encaro Glenn fingindo inocência. "Estou apenas checando as notícias, nada demais."

Glenn finalmente ri de verdade e vem até mim pegando o notebook da mesa e o abrindo novamente pra ver a página que eu estava olhando a alguns segundos.

"Outro caso de suspeita de assassinato seguido de ocultação de cadáver é relatado na capital da Geórgia, Atlanta. Testemunhas dizem ter ouvido barulhos de conflito no apartamento da vítima e então denunciado. Apesar da cena do crime consistir em sinais de luta e rastros de sangue, a polícia local não tem explicação para o desaparecimento do corpo nem sabe se o novo caso tem ligação com os anteriores."

Glenn termina de ler o parágrafo e me lança um olhar de 'te peguei' antes de me permitir fechar o notebook de novo.
"Tá, tá bom! Eu estava pesquisando sobre os casos outra vez! Mas me entenda, estou tô nisso a duas malditas semanas e nada faz sentido!" Reclamo frustrada e me jogo em minha cama.

Glenn finalmente deixa o sorriso debochado de lado e vem se sentar ao meu lado no colchão.
"Ei, olha pra mim." ouço o coreano dizer de forma suave e volto a olha-lo com apreensão.

"Você está dando seu melhor nisso, mal parou sequer pra cuidar de sí mesma nessas últimas semanas. E se está dando seu melhor, não precisa se sentir na obrigação de conseguir resolver tudo logo" Ele diz calmo antes de completar "além disso, você precisava dessa folga. Tirar alguns dias pra ficar em casa depois de 2 semanas na rua não vai te atrasar tanto assim." dá de ombros.

"Eu sei, eu só..." Suspiro exausta "estou decepcionada."

Glenn me olha estranho e logo questiona "decepcionada?"

Pondero se devo admitir minhas suspeitas a meu amigo ou deixar isso no fundo da minha mente, afinal, pode ser algo mais grave do que aparenta.
"Na última cena, eu acho que descobri algo." Finalmente solto, fazendo Glenn me olhar surpreso.

"O quê?! Então por que a decepção? Isso não é algo bom?" Ele praticamente estala as palavras, me questiono se devo ou não dizer a ele mas decido por fim compartilhar minhas deduções.

"Encontrei um cartucho de FN 5,7×28 na última cena de crime." desabafo rápido antes de finalmente encarar o asiático que me olhava sem entender o que eu queria dizer.
"Glenn, esse padrão de cartucho é usado apenas pela polícia."

Glenn demorou um pouco pra processar o que eu quis dizer com isso, quando finalmente entendeu, sua expressão foi de confusão para assustado rápidamente.
"Você quer dizer que.. acha que a polícia, tem algo a ver com os assassinatos?"