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"sua culpa"

"Glenn?" Ayla chamou baixo ao entrar na barraca, checando se o namorado ainda estava acordado, mas Glenn já estava dormindo. Exausto por tudo que aconteceu em um único dia.

Ayla percebeu isso e o cobriu melhor com a manta que tinha ali. Deitando ao lado do garoto, Ayla tentou descansar. Mas seus pensamentos acelerados a deixaram acordada por algumas horas. 'Lori está grávida' era tudo que Ayla podia pensar até finalmente adormecer.

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"Eu não quero." A pequena Ayla disse tentando manter a voz firme. Foi quando perdeu a audição por um segundo, pela força do golpe que recebeu diretamente na cabeça.
Ayla mal se manteve em pé quando outro tapa veio, seguido de outro e outro...

"Quantas vezes eu preciso dizer?" A mulher disse assim que notou que Ayla estava caída no chão. "Não me responda. Nunca retruque." A mulher avisou séria para a garota que permanecia parada.

Ayla queria chorar.
Seu rosto estava latejando. Ela podia sentir uma ardência logo acima da sobrancelha, junto de uma sensação de algo quente escorrendo por seu rosto.
"Olha a bagunça que você me obrigou a fazer." A mulher reclamou com nojo do sangue no rosto da menina.
sua culpa que isso tenha acontecido." Ela disse por fim olhando com desdém para a garota.

Ayla se manteve em silêncio dessa vez, sem força para dizer ou fazer qualquer coisa.

O cenário pareceu mudar ao seu redor, e outra imagem inundou a visão de Ayla.
"O quê você fez?" Seu pai perguntou.

Ayla estava congelada olhando para a mulher a sua frente. Que segurava a barriga redonda enquanto analisava a discussão entre Ayla e seu pai.
"Eu não... Eu não queria. Não era minha intenção machucar ela..." Ayla tentou se explicar.

"Não me interessa qual era sua intenção." Seu pai a cortou. "Você têm idéia do que podia ter causado?" Ele disse sério.

Ayla abriu a boca, mas nada saiu por alguns segundos.
"Não consegue nem..." Ele voltou a falar, mas Ayla o interrompeu.
"Eu só estava tentando me defen..." Ela não pôde terminar o que ia dizer pois o estalo de um tapa ecoou pela sala.
"Não interrompa seu pai." Sua madrasta disse.

Ayla ficou sem reação novamente. Quando voltou seu rosto para seu pai, ele não tinha expressão. Ela esperou que ele dissesse qualquer coisa em sua defesa, mas nada veio dele, não em prol dela.
"Não me olhe assim, você mereceu. Não se compara ao que você fez." Ele disse após os segundos de silêncio. "Sabe o que poderia ter acontecido? O bebê poderia ter morrido." O homem falou.

Ayla sentiu lágrimas escorrendo por seu rosto.
"Eu não queria..." Ela murmurou machucada.

"Sua irmã poderia estar morta. E a culpa seria sua." Ele terminou com nojo no tom. Ayla começou a hiperventilar nesse momento. "Machucando sua mãe, você machuca a bebê. Não pensou nisso? Ou você simplesmente não se importa?"
Mãe? Ela não era sua mãe. Nunca foi.

"Eu... Eu sinto muito..." Ayla chorou entre respirações pesadas. "Eu sinto muito..."

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Foi ainda sentindo a sensação do primeiro ataque de pânico que teve na vida, que Ayla acordou. Com a voz de Glenn a chamando em desespero.

Ela abriu os olhos, mas sua visão estava turva. Ela mal pôde enxergar Glenn bem a sua frente.
Seu peito estava pesado, ela não conseguia respirar.
"Ayla, olhe pra mim." A voz distante de Glenn veio novamente.

Ela finalmente conseguiu olhar diretamente para o asiático e focar em seu rosto.
"Isso, isso." Ele encorajou ao ver que ela estava de volta a si. "Agora você precisa respirar, está bem?" Glenn disse tentando manter a calma.

;P᥆ᥒt᥆ ᥱ Vίrgᥙᥣᥲ| Gᥣᥱᥒᥒ Rhᥱᥱ.Onde histórias criam vida. Descubra agora