Mônica
Limoeiro continua igual, como sempre.
Desde que cheguei na minha antiga cidade eu senti que estava de volta em casa.
A pracinha, o carrinho de sorvete, a livraria, as lojas, tudo exatamente igual como a última vez. As marcas do tempo não tiram a beleza e conforto que essa cidade trás.Depois de pegar minha mala e terminar de fazer o desembarque vou para uma lanchonete que fica logo a frente do aeroporto, meu estômago está roncando de fome, e nem consigo me lembrar a última vez que comi. Após fazer meu pedido, um cappuccino e pão de queijo, pego meu celular para avisar a todos que cheguei, ligo para os meus pais que nem me deixam falar e dizem que já estão vindo me buscar e aviso meu grupo de amigos que morro de saudades.
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É o tempo de eu descer do carro em frente a minha antiga casa, e a Magali já chega correndo me derrubando sobre as minhas malas
— MAGAAAAAA
— MÔOOO —Nos abraçamos jogadas na calçada de casa — Eu senti muita muita muita saudades — Nos sentamos sobre as minhas malas, de mãos dadas e com lágrimas nos olhos — Eu larguei a cozinha pra poder vir te ver
—Eu sei, você está cheirando a strogonoff de frango
Magali e eu somos amigas desde que estavamos na barriga das nossas mães, elas eram inseparáveis, e eu e Magali ficamos igual. Quando eu contei para ela que iria estudar em São Paulo, ela grudou em mim e chorou o dia inteiro. Nós fazíamos chamada de vídeo todo noite, até que ela consegiu o emprego de chefe de cozinha, o que é perfeitamente merecido pois ela é a melhor, e ela trabalhava até tarde então começamos a fazer a chamada de manhã para tomarmos café da manhã juntas.
-— Como você tá? Seu cabelo tá lindo!! Meu deus você tá na minha frente, já fazem 3 anos
— Eu tô bem Maga e você? Você está muito linda
— Estou bem Mô, obrigada amigaaa
— Meninas, levantem —Meu pai se aproxima e nos ajuda a levantar
— Venham, eu fiz pudim — Minha mãe, Luísa, chama nós duas na entrada de casa. Por um segundo parece que nunca saí daqui, eu e Magali brincando na rua e minha mãe chamando para entrar, uma sensação de deja vú me atinge e abraço a Magali mais uma vez.
Dentro de casa tudo está exatamente igual, adicionaram algumas plantas, minha mãe tem se dedicado a jardinagem de uns tempos pra cá, e umas fotos minhas em apresentações que mandei para eles, enquanto Magali senta para esperar o pudim da minha mãe, eu vou até o meu quarto. Está perfeitamente arrumado, alguns livros na escrivaninha e o sansão bem no centro da cama, que saudades dele.
—Mas me diz Dona Luísa, qual o segredo desse seu pudim? Eu faço e refaço mas ele nunca fica gostoso assim. — Escuto Magali que já está no seu terceiro pedaço, questionar minha mãe que deixa um sorriso bobo escapar
— Ora Magali, deixe disso criança, suas sobremesas são incríveis — Ela responde envergonhada colocando mas um pedaço para Maga que recebe com os olhos brilhando.
Passo e sento na sala com o meu pai.— Como você está Pai? — ele assiste algum jogo que passa na Tv
-— Eu estou bem minha garotinha, muito feliz por ter você aqui, e como você está? Quer conversar sobre algo? — Meu pai me lança um olhar e é como se ele soubesse exatamente o que aconteceu.
— Quero Pai, mas... acho que....agora não
— Tudo bem, quando quiser saiba que estamos todos aqui para você — Diz se levantando e me dando um beijo na testa
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𝐼 𝑓𝑜𝑢𝑛𝑑 𝑦𝑜𝑢 ☾ ~𝐚𝐮 𝐜𝐞𝐛𝐨𝐧𝐢𝐜𝐚
Fiksi PenggemarApós uma decepção amorosa, Mônica volta para sua cidade natal, com a promessa de nunca mais amar novamente, mas ela não esperava encontrar Cebola, um dançarino que anseia em encontrar sua alma gêmea e viver seu conto de fadas.