Capítulo 12

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Mônica

O restaurante ficou lotado em questão de minutos, todas as mesas estão ocupadas e ainda tem algumas pessoas do lado de fora esperando. O clima está calmo, e um homem está no palco tocando algumas notas de violino.

– Aqui está o cardápio casal — Um moço se aproxima da nossa mesa com uma bandeja — As primeiras taças de champanhe são por conta da casa – Ele põe as taças na mesa e se afasta tão rápido quanto chegou.

– Eu não consigo nem ler os nomes dessas comidas — Cebola se aproxima um pouco e sussurra.

– Magali disse que é o charme — Respondo no mesmo tom dele — Estamos sortudos, champanhe grátis e musica ao vivo.

– Um brinde — Ele levanta a taça — Aos encontros da vida.

– Aos encontros da vida — Levanto minha taça e encosto na dele, ele bebe sem tirar os olhos de mim, eu faço igual. Desviamos o olhar quando uma movimentação chama nossa atenção no palco, luzes são apagadas e o homem no palco, agora acompanhado por mais outro e uma mulher, começam a cantar uma linda musica. Olho na para o horizonte, onde o sol começa a se pôr banhando o rio a nossa frente com uma cor laranja quente. Estou absorta naquele cenário e não vejo quando Cebola se levanta.

– Me daria à honra de uma dança? — Ele diz baixinho, próximo do meu rosto e com a mão estendida para mim, eu o encaro por um segundo perguntando o que ele está fazendo, ele apenas pisca um olho para mim e tira à taça da minha mão pondo-a na mesa, então ele volta a mão para a minha e me puxa lentamente me fazendo ficar de pé bem perto dele. Ele passa as duas mãos para minha cintura me puxando ainda mais, passo meus braços para o pescoço dele e começamos a nos mover lentamente, uma dança suave. Vejo quando outros casais levantam e começam a dançar, eu e Cebola fazemos movimentos mínimos que eu diria que nem estamos nos movendo. Os olhos dele nos meus o tempo todo, palavras silenciosa que não sabíamos que existiam dançam no pequeno espaço entre nós, a mão de Cebola começa a acariciar minha cintura e me puxando mais um pouco até ficarmos abraçados, a cabeça dele apoiada na minha e eu apoiada no peito dele, olhamos para a imagem do sol finalmente se despedindo com a promessa que volta. Ficamos nos movimentando até o sol sumir completamente e a banda terminar a segunda musica. Cebola está com um sorriso lindo nos lábios quando nos separamos, ele coloca uma mexa do meu cabelo atrás da orelha e acaricia minha bochecha, encaixo meu rosto na mão dele e sorrio, vejo nos olhos dele o mesmo que deve estar nos meus. Não queremos que esse momento acabe.

◇ ☽ ◇


O garçom chega com nosso pedido, Cebola pediu uma indicação do rapaz e aceito a primeira, conversamos frivolidades. Contamos segredos e sonhos do nosso tempo de adolescência no tempo de espera. Começamos a comer e ficamos em um silencio agradável, as vezes comentando algo. Não queria ir embora, queria ficar nessa bolha que entramos e não sair mais.

É estranho me sentir assim, eu conheço ele não tem nem um mês, quando voltei para essa cidade vim decidida a evitar qualquer relacionamento por medo de me machucar,  mas aqui estou, em um encontro com uma cara maravilhoso e pensando em como faríamos para isso dá certo. Posso não está cem por cento certa disso mas estou totalmente disposta a tentar, mas e ele.. Será que ele está disposto?

◇ ☽ ◇

*Enquanto isso, do lado de fora do Mina Azul...*

◇ ☽ ◇

Magali

Tentei entrar na cozinha, mas uma moça logo me viu e mandou me “ajudarem” a encontrar a saída por que eu devia está perdida.

– Senhor Fernando, ajude a Magali encontrar a saída, creio que ela errou de cozinha.

Forcei um sorriso para a morena que nunca vi na vida mas que claramente me conhece,  segui o segurança para longe dali. Já na saída olho para trás e vejo a Monica e o Cebola dançando, eles se olham com se só estivessem os dois ali, me viro mandando todas as energias positivas para aqueles dois, torço muito pela felicidade da minha amiga.
Começo a sair e vejo que o segurança não tira os olhos de mim, ele tá achando que vou sabotar a comida, só pode.

– Ei, você — Escuto alguém próximo a mim, me viro e vejo Cascão me olhando com o dedo apontado para mim — Eu conheç—

– Ai, finalmente você chegou — Vou até ele com a plena noção que o homem emburrado na entrada do restaurante ainda esta me encarando — Achei que você já estava me esperando lá dentro e acabei me perdendo — Cascão com a cara perdida apenas me encara — Vamos indo, esse restaurante além de não ter lugar suficiente ainda não deixam elogiar a chefe.

– Elogiar a... do quê você tá fala—

– Vamos, conheço um restaurante muito melhor — O segurança Fernando ainda está me encarando com o semblante fechado — Conheço a chefe desse e ela é incrível — Puxo Cascão comigo antes que eu me estresse mais.

– Agora a senhora poderia por favor me explicar o por quê de estar me arrastando para um beco escuro? — Cascão fala e me lembra que eu o ainda o estou puxando, solto imediatamente a mão dele — Não que eu esteja reclamando, mas gostaria de entender o que aconteceu ali — Ele aponta pro restaurante afastado.

– Nada — Ele levanta as sobrancelhas — Que seja da sua conta — Um sorriso repuxa no canto dos lábios de Cascão — Tchau e obrigada.

– É assim, nem um beijinho ou aperto de mão — Cruzo os braços para ele — Sabia que eu perdi meu Uber por que você resolveu me incluir no seu teatro?  — Droga.

– Me desculpa, eu.. tava estressada — Ele encosta em uma árvore próxima de onde estamos — Você quer uma carona?

– Quero é também quero ir no restaurante da chefe incrível — Ele diz passando por mim — Qual o seu carro? — Aponto para o mais afastado.

– A chefe incrível... sou eu — Ele para no meio do caminho  se vira para olhar para mim.

– Eu sei.

◇ ☽ ◇

Na capa está a música que tocou na cena da dança de Cebônica

Olá leitor, obrigada por estar acompanhando minha história.

Me perdoem por erros ortográficos, mesmo após revisar algum acaba passando.

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𝐼 𝑓𝑜𝑢𝑛𝑑 𝑦𝑜𝑢 ☾ ~𝐚𝐮 𝐜𝐞𝐛𝐨𝐧𝐢𝐜𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora