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"Caos completo"

Como tudo chegou naquele ponto?
Em um momento, os casos de infecção pelo vírus pareciam ter diminuído. Os relatos de pessoas sobre ataques de infectados já não eram constantes e ainda sim, as coisas perderam o rumo em questão praticamente de dias.

Ayla estava trabalhando em um turno de mais de 12 horas como voluntária no centro de pesquisa e combate ao novo vírus em um dos principais hospitais de Atlanta.
Por ter estudado alguns anos de medicina, além da perícia, ela foi recrutada em mais de uma área de prevenção. Por isso estava trabalhando como nunca antes para garantir que a proliferação do vírus viesse a regredir e talvez auxiliar na descoberta de possíveis formas de tratamento para pessoas infectadas.

Isso até tudo se tornar um terror.
Foram precisos poucos infectados atacando os agentes de saúde e os federais para o prédio ser dominado.
A polícia foi convocada, mas em vão. Quanto mais tiros, mais caminhantes eram atraídos e outros despertados das áreas onde estavam contendo os corpos de infectados.
Os médicos e pesquisadores não faziam idéia que as pessoas não precisavam ter um contato direto com o DNA de outro infectado para também se tornarem infectados.

Ayla não sabia o risco que estava correndo por simplesmente estar em um local literalmente infestado de caminhantes prestes a se reerguer e atacar não apenas ela, mas também todos os seus colegas de equipe.
Nenhum deles sabia que todos ali já estavam infectados, mesmo sendo assintomáticos.

Quando se deu conta, Ayla estava cercada por caminhantes, esses que um dia foram seus amigos e parceiros em diversos casos. Até às pessoas que ela garantiu que ajudaria a tratar.

Ela também não sabia que poderia ser tão determinada em fugir de monstros como aqueles, mas foi.
Conseguindo pegar uma bolsa de armas de um dos estandes da polícia que vigiava o local, pôde se defender.
Tudo que passava em sua mente era avisar sua família. Glenn e Aelin, eles precisavam ficar seguros.
Mesmo não conseguindo entrar em contato com a escola de Aelin, Ayla conseguiu avisar Glenn.
Infelizmente não pôde continuar falando com o amigo por tanto tempo ao perceber a situação que aquela área da cidade estava.

Pessoas fugiam desesperadas de grupos imensos de caminhantes, corpos estavam espalhados no chão, tanto de humanos quanto de animais que não conseguiram fugir dos zumbis.
Soldados chegavam ao centro de Atlanta para tentar ajudar, mas eram estraçalhados pelos grupos de zumbis.

Tudo era um completo caos.

Ayla não conseguiu se mexer por um tempo, após ver a cena a sua frente, ela finalmente sentiu o cheiro terrível de sangue inundar seus sentidos. O sangue de seus amigos que ela teve de derrubar para sair do prédio em que estava.
O sangue de um agente novo que havia acabado de passar no concurso para perícia e foi deixado sob sua supervisão no período de treinamento.
Ayla sentiu o ar faltar por alguns segundos e caiu no chão quando suas pernas falharam.
"Glenn e Aelin.. Glenn e Aelin.."
O nome de sua família ecoava em sua mente, a lembrando de porquê ela deveria lutar. Ela precisava encontrar Glenn e sua irmãzinha, conforme prometeu a eles.

Depois de focar em seu objetivo, Ayla conseguiu se apoiar no asfalto que estava caída e levantar ainda com as pernas bambas.
Ela pensou em como iria voltar pra casa em meio ao caos, e então viu sua moto estacionada próxima dali. Ayla correu até o veículo e a ligou atraindo a atenção de alguns caminhantes, mas não deu chance deles se aproximarem ao dar a partida e ir em direção a sua casa.

Ela precisava ser rápida se quisesse sair da cidade antes das coisas ficarem ainda piores.

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Glenn Rhee nunca havia visto tanto desespero.
Pais de alunos chegavam um atrás do outro para tirar os filhos da escola o mais rápido possível.
Professores que Glenn costumava encontrar diariamente por acompanhar Aelin à aula saíam as pressas sem dar a mínima para qualquer aluno ou colega que os chamavam para ajudar a consolar as crianças assustadas.