Always - Vol. 1 (Drarry +18)

"Assustado, Malfoy?"

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🌈⃝⃒⃤  Espero que gostem do capítulo!

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Por Draco Malfoy

"Eu não iria matar Harry Potter."

— Me alcancem um tubo e um antialérgico.

Em pouco milésimos o que pedi estava flutuando ao meu lado, molhei o tubo no antialérgico e forcei-o no músculo da garganta inchada, enquanto fornecia ar para os pulmões dele o inchaço regredia, segundos depois seu peito começou a se mexer: ele voltou a respirar.

Respirei fundo, fechei os olhos por alguns segundos e depois abri-os novamente. As pessoas olhavam, estavam admiradas com meu feito, se não me engano era a primeira vez que usavam um método trouxa para salvar a vida de alguém nesse lugar. Meu ego se inflou um pouco, a enfermeira me ajudou a fazer o curativo e ficou encarregada de retirar o tubo quando ele voltasse a respirar sozinho sem nenhum problema.

Sem olhar para ninguém caminhei com os joelhos gelatinosos até o banheiro, minhas mãos estavam lavadas em sangue pela segunda vez naquela noite e meus olhos lacrimejaram. Eu estava cansado, muito cansado. Desde que estou aqui foi a primeira vez que fiquei responsável por algo tão importante. Por mais que quisesse ignorar, aquele cara era realmente importante. E eu salvei sua vida. Sorri.

Me olhei no espelho, e não vi a imagem cuspida e escarrada do meu pai. Vi a minha imagem, exatamente do jeito que era. Eu estava orgulhoso de mim. Havia salvado a vida de Harry Potter.

"De novo."

Sai do banheiro já rolando os olhos, havia mais pessoas em volta do leito querendo uma visão do herói, que vida chata essa!

Minha supervisora me viu, chamou minha atenção e toda aquela alegria foi por água abaixo. "Me fodi!", ela gesticulou para que eu fosse até sua sala, seguindo-a. O fiz rezando todas as orações possíveis sem deixar cair a fachada de indiferença.

Fechei a porta e coloquei as mãos para trás. Ele cruzou os braços e me analisou por um minuto inteiro. Ela era uma mulher linda, imponente e finíssima, tinha os cabelos loiros um pouco avermelhados e os olhos castanhos escuros quase pretos. A conheci num bar gay de Londres e no outro dia descobri que era minha chefe.

— Dr. Malfoy, pode me explicar o porquê do Sr. Potter quase ter morrido na maca do leito hoje? — sua voz era fria, porém calma e me lembrava muito minha mãe.

— Porque é alérgico a folhas de sabugueiro e eu não sabia disso quando dei o sonífero a ele. — respondei sem nunca abaixar a cabeça.

— E o que aprendeu com isso?

— A perguntar se o paciente tem alguma alergia antes da medicação.

Mais silêncio.

— Você vai ficar responsável pela alta dele e do bebê misterioso que veio junto, depois que eles forem liberados você pode...

— Juntar minhas coisas e ir embora? — adiantei esperando o pior, por dentro estava implorando que não me mandassem embora. Ela me olhou como se eu fosse maluco ou algo assim.

— Por que acha que eu o mandaria embora? — perguntou, sem me deixar responder, retomou: — Esse foi um erro comum numa situação de pressão extrema, considerando quem era seu paciente. Mas devido às circunstâncias acho que se saiu muito bem.

— Não entendi. — me peguei aturdido, ela não ia me demitir?

— Eu não vou mandá-lo embora por qualquer erro só porque você foi um comensal da morte. — disse direta, me fazendo engolir seco e o rubor subir nas minhas bochechas — Eu escuto as fofocas. As pessoas acham que só porque você carrega a marca negra, você é do mal. Não é assim que funciona, é?