Adeus, Catarina.

Capítulo 7 - Reencontros e o destino (Epílogo)

Todos os dias, desde o momento em que nasce o sol ao momento em que este se deita, somos apresentados, aliás, somos forçados à escolhas: Acordamos ? Ou será que nos deixamos ficar na cama por mais alguns instantes? Uma escolha inocente nesse momento muda todo o curso de uma vida. Desde o momento em que nos levantamos ao momento em que nos deitamos,  são escolhas, decisões e destinos que se traçam, que nós traçamos.
Particularmente não acreditava muito no destino. Talvez por que este se me tenha apresentado de uma forma peculiar. Equivocadamente julgava o destino como um ente supremo que determina o curso das vidas de cada ser humano.. mas não.
O destino é simplesmente a consequência de cada decisão que tomamos e o mais intrigante nisto tudo é que decisões alheias também impactam nossas vidas.
Alguém pode peidar na China e consequentemente a minha inocente pessoa é diagnosticada com câncer..!!

Imagino que, não fosse a minha saída ao mercado naquele dia e a minha falta de atenção, nunca teria reencontrado o meu primeiro beijo. Nunca, provavelmente, a teria visto mulher. Talvez até qualquer outro curso fosse desencadear o nosso encontro..mas nunca seria tal como foi porque como foi, já foi e é assim.
Mesmo sendo ilógico, gosto as vezes também de pensar que independentemente das minhas decisões, de uma forma ou de outra terminaria assim, apanhado por esta doida. Droga! Estou ficando doido....
É..
Até que não é ruim!?

É estranho como penso nisso tudo em tão pouco tempo e nem me apercebo da lágrima que escorre no rosto da Catarina.. mas, como quem viaja por fantasias incríveis mas logo convence-se a si mesmo de que é tudo impossível, Catarina enxuga a lágrima que espreitava as brisas daquele quarto.

--Não precisa fazer-se de forte, Catarina. Não me importo que chores..

--Não é tão simples! Ahm.. obrigada pelas laranjas..e  a propósito, acho que aceito algumas..  a verdade é que fazia tempo que não me chamavam "Silvana" e o jeito com que tu o fizeste me fez recordar alguns momentos da minha vida. Mas acredito que seja impossível..

--Okkay, vou descascar algumas pra si. Impossível? Impossíveis são esses olhos arrebatadores que trespassam por mim como se me vissem por completo. Impossível é a lembrança do teu sorriso que me aparece logo que acordo e me acompanha todo o dia e principalmente nos dias tristonhos. E dou comigo a pensar: realmente odeio essa doida.. querendo fazer-me feliz e me aquecendo quando o que mais quero é chorar. Isso tudo é impossível.. nós termos nos encontrado foi apenas inevitável..eu acho?

--Ahm... Desculpa, Osvaldo.. mas conhecemo-nos apenas há alguns meses certo?... O que estás por aí a dizer seu bobinho?

Nooosssaaa..  que embaraço. É possível que ela se tenha esquecido de mim? Certamente foi meu primeiro beijo, mas talvez eu tenha sido só mais um beijo. Todos lembram do primeiro..mas ninguém lembra do 15º ou sei lá quê...mas espera! Como uma criança teria beijado tanta gente? Oh meus Deus!! E se talvez ela sempre fosse assim? Mas ludibriado pela sua gentileza no passado não me apercebi?
Senhorita Vanos? Uma ova. Talvez tenha sido Vénus o planeta feminino do prazer e todas essas bobagens..? Ahhhhh!!! Superestimei minhas lembranças e a influência que podiam ter.!! Também... Fazem mais de 10 anos desde aquilo. Argggh!!! Mas.. espera.. ela disse que julgava impossível.. o que poderia ser impossível? Ah.. tenho que deixar de pensar muito. Talvez devesse lhe perguntar..ainda pode haver um resquício de esperança no final disto tudo....

--. . . . Esqueça o que disse.. disseste que algo era impossível.. a quê te referias?

Ela esboça algo que chamar sorriso forçado seria muito superficial!

-..Ahm.... Olha só pra ti todo curioso..  Um dia, fora deste lugar abafado, levas-me ao nosso 3º primeiro encontro e lá conto-te. Pode ser?

-Hmmm... Acho que não há muito que se possa fazer quanto a isso. Então está combinado. Só não sei quantas tragédias nos aguardam até lá..