III. Tudo Pode Piorar

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ANGELA

Eu vou voltar hoje para casa, após uma semana na casa de Andrew. Eu estou saindo da empresa nesse momento, a empresa na qual o mesmo me pediu pra sair, me garantindo todo o cuidado necessário. Ele fica incomodado com o fato de eu ter só uma hora de almoço e receber os clientes mais irritados da Trinidad, mas eu me recuso, depender dele pra tudo é algo que eu não quero, que eu não preciso agora, não vou me sentir bem com isso.

- Oi, Annette... - Digo após atender a ligação, caminhando até o ponto de ônibus. Ela está em outro cidade com Bea, vai passar quinze dias de férias lá.

- Angie, você precisa correr pra casa. O encanamento deu problema e o apartamento alagou, o síndico acabou de me ligar. - Diz Annette, parecendo desesperada, a mesma situação em que me encontro agora.

- Merda. - Murmuro, batendo a mão na testa. - Mais essa... ok, Anne, eu vou pedir pra Thomas ir me ajudar lá, chego em alguns minutos.

- Eu vou receber menos pelas férias mas...

- A gente dá um jeito. - Completo, dando sinal para o ônibus. - Eu resolvo, Anne, sossega aí, beijos!

Desligo antes dela protestar ou dizer algo mais, subindo no ônibus que acaba de parar a minha frente. O percurso parece durar uma eternidade, e eu só quero chegar logo, ligo para Thomas no percurso e agradeço aos seus por ele estar de folga do pub em que trabalha hoje, ele é segurança noturno, e não poderia me ajudar se fosse para lá hoje. Mando uma mensagem para Andrew, avisando que não poderia ir jantar com ele como ele havia proposto.

[22/5 20:50] Acho que N vamos nos ver hj dnv. Foi mal
[22/5 20:53] idiota bonitão: que? como assim? pq??
[22/5 20:54] Meu apê alagou, encanamento... vou ficar ajeitando td com meu melhor amigo
[22/5 20:54] idiota bonitão: vcs ajeitando??
[22/5 20:55] Sim, é o que dá por agr
[22/5 20:55] idiota bonitão: me fala o endereço, Angela
[22/5 20:56] Não precisa, Andrew. A gente da conta
[22/5 20:56] idiota bonitão: qual é... n posso conhecer o lugar onde meu filho vai ser criado? n posso ajudar??
[22/5 20:58] Ok...
[22/5 20:58] 📌 LOCALIZAÇÃO EM TEMPO REAL
[22/5 20:58] idiota bonitão: to indo aí
[22/5 20:59] Ok..

Suspiro, descendo do ônibus e dando alguns passos até parar em frente ao meu apartamento. Thomas me aguardava com as mãos no bolso e um cigarro nos lábios.

- Que nojo... - Faço careta, abrindo a porta e adentrando. Thomas apaga o cigarro e me acompanha, soltando um riso nasalado. - senhor Paul, esse homem. - mostro o celular. - vai vir me ver, o nome é Andrew Garfield. Pode liberar, por favor.

Ele apenas anui e eu sigo meu percurso até o quarto andar... lances de escada. E eu me questiono se isso será viável a longo prazo, minha barriga vai crescer e eu vou ficar cada vez maior. Suspiro e balanço a cabeça, afastando meus pensamentos, enquanto destranco a porta, observando tudo com um silencioso desespero.

- Calma... vamos dar um jeito. - Tom pousa as mãos em meus ombros, dando um leve sorriso.

- Eu vou precisar tirar uma geladeira nova, muito provavelmente, onde isso dá certo, Tom? - Bufo e tiro os saltos, os colocando no canto junto com a minha bolsa, e arregaço as mangas da minha blusa social.

- Podia pedir ajuda ao Andrew. - Retruca, retirando os sapatos e dobrando as barras da calça.

- Ele é o pai do meu filho, Tom, e talvez meu namorado... - Dou um sorriso discreto ao lembrar da nossa última conversa. Ele está realmente querendo um relacionamento e isso é tão embaraçoso. - não um banco. - Completo, soltando um longo suspiro.

- Angie, seu encanamento ferrou e você precisa pedir aos céus para que não tenha queimado muita coisa... já sabendo que a geladeira foi pro espaço. - Suspira, constatando o que eu já havia dito. - Você precisa dele agora... precisa aceitar a ajuda dele. Mesmo que não queira.

- Eu vou cogitar isso... com carinho. - Complemento, um pouco frustrada. Vou pra lavanderia dar uma olhada rápida, voltando rápido.

- Sorte que a lavanderia ficou intacta.

- A Annette ia ter um treco se estivesse aqui agora. - Ele suspira, coçando a nuca.

- O encanamento já era, se ligar o registro alaga de novo. Não dá mais pra adiar. Eu tô tão ferrada...

Paro ao ouvir três toques na porta, dou alguns passos e abro a porta, vendo um Andrew de terno me medir de cima a baixo e depois olhar para o apartamento.

- Oi... - Murmura, um pouco aéreo, olho para trás, vendo Tom lhe direcionar um aceno de cabeça. - a coisa ficou séria, né...

- Tava pior... - Sorrio amarelo.

- Vamos dar um jeito. - Pisca pra mim, dando alguns passos para dentro.

ANDREW

Olho tudo com atenção caminhando na direção dos quartos, analisando onde tem infiltrações. Posso ouvir os passos de Angela atrás de mim, curtos e leves.

- Tá se molhando, vai devagar. - Ela resmunga, eu apenas rio levemente, negando com a cabeça.

- É só colocar pra secar depois. - Paro, a olhando, e ela apenas anui suspirando.

Ela está descontente, irritada e parecia exausta. Estou enervado com seus pés descalços nessa água gelada mas vou evitar discutir com Angela... por agora. Mas se ela ficar mais dez minutos desse jeito, eu a tiro daqui nem que seja contra sua vontade.

- Hm... onde você vai montar o quartinho do bebê? - Questiono, colocando as mãos no bolso.

- Não pensei nisso ainda... - Ela volta a sorrir amarelo, coçando a nuca. Eu apenas anuo.

-Bom.... aqui é alto, muitas escadas...

- É o que dá pra pagar. - Encolhe os ombros.

Podemos mudar isso, Angela!

- Pode ser um risco pra essa criança... e pra você no seu pós parto. - Ela volta a encolher os ombros e eu a olho com atenção.

- Minha sobrinha tá bem e viva, minha irmã também. Estamos pagando as prestações e é algo nosso, é o que dá pra gente. - Ela retruca, cruzando os braços a frente dos seios e eu suspiro, descontente.

- Angela, tô pensando no melhor pro nosso bebê.

- Você acha que tudo se resolve em um piscar de olhos?

- E não se resolve?

Ela fica em silêncio e eu apenas tombo a cabeça pro lado, a analisando. Vejo ao fundo o engenheiro se aproximando, o restante da equipe parando no começo do corredor.

- Senhor? - Ele da um breve olhar para Angela, que intercala o olhar entre nós, confusa.

- Amém, chegaram... - Sorrio. - bom, primeiro temos um problema de canos.

- Esse problema é antigo, senhora? - Ele pergunta, olhando Angela, ela apenas suspira, anuindo. - Ok... - Dá uma olhada rápida pela casa. - tem a planta do apartamento? - Ela anui e vai pro quarto dela, voltando em poucos minutos com a planta em mãos, entregando a ele. Ele pega, analisando com atenção, soltando por fim um longo suspiro. - Senhora? Esse apartamento pode ruir a qualquer momento.

O Pai Do Meu Bebê 《ANDREW GARFIELD FANFIC》Onde histórias criam vida. Descubra agora