Angela González é uma jovem de 24 anos com TDAH, autismo leve e fibromialgia que acaba engravidando de sua antiga paixão platônica, Andrew Garfield, em uma social organizada pelo mesmo.
Um vínculo eterno é criado trazendo dramas e dilemas para a vid...
Uma divergência de dezessete mil gerou um fim de contrato e um Andrew completamente irritado. Ele estava literalmente uma pilha de nervos, o que o fez bater a porta do Audi após sair do carro quando chegamos a clínica de ultrassom.
- Quebra! - Exclamei em irritação após o susto, fechando a porta do passageiro com uma delicadeza absurda comparada a Andrew.
- Eu que paguei mesmo. - Retruca em um resmungo, caminhando lado a lado comigo até a entrada do consultório.
Reviro os olhos e vou até a recepção, converso com a recepcionista que me pede para aguardar e me sento. E pela primeira vez a presença do Andrew ao meu lado me irrita, ele bate o pé direito em descontentamento enquanto solta o peso do corpo no estofado azul classudo, as mãos jogadas no colo enquanto ele parece contar até dez mentalmente.
- Andrew. - Chamo, segurando sua mão e a direcionando até meu ventre. Ele observa o ato e solta uma lufada de ar, seus movimentos ansiosos cessam e eu agradeço mentalmente por isso. - É um bom dia. Não vamos deixar homens sem educação e o que seria troco de pão pra você, estragar nosso dia inteiro.
Soou mais calma do que imaginei que conseguiria ser e sorrio. O mesmo anui e se endireita no pequeno sofá, os dedos fazendo pequenos círculos por cima da camisa social. Ainda calado, porém mais sereno, parecendo ligeiramente pensativo.
- Pensamos em nomes...? - Me olha.
- Não. - Encolho os ombros. - Acho que foi a única coisa que não pensei ainda.
- Temos alguns meses para decidir, não tem pressa. - Ele sorri. - Só me dei conta que não pensamos nisso.
- Eu gosto de Maia. - Sorrio, o olhando.
- É um bom nome. Inca e Asteca também tá na lista? - Ele ri e eu o acompanho, lhe dando um tapa fraco.
- Idiota. Não tem graça.
- Tem sim. As aulas de história serão interessantes.
Ele mantém o sorriso enquanto seus dedos passeiam por meu ventre. E eu dissocio... por um momento. Estar ali ainda parecia surreal demais. Dividir a vida com ele parecia ser algo inventado pela minha cabecinha fértil de anos atrás.
E eu não quero que acabe.
- Angie? - Sou tirada de meu devaneio por Andrew, que me olha com atenção. - Tudo bem? Estão nos chamando.
Eu anuo, sorrindo de canto. Me ergo com seu apoio e nos dirigimos a sala, os tons pastéis são quase calmantes ao fugir do padrão hospitalar, a doutora me olha com um sorriso confortante enquanto se ergue da cadeira.
- Senhorita González, eu sou a doutora Carter, mas pode me chamar de Lou, é um prazer finalmente conhecê-la. - Estende a mão, na qual aperto em um cumprimento firme, confusa pelo finalmente.
- É a esposa do Victor. - Esclarece, se sentando na cadeira estofada em tom creme, que estava ao lado da maca.
- Ah... - Sorrio, sem jeito. - ambos da área da saúde. Que fofo. E pode me chamar de Angel.
- Competimos quem tem a vida mais corrida. - Ri, voltando a se sentar. - Andrew me disse que não gosta de roupas hospitalares, então vou pedir... por hoje. Que desabotoe a camisa social e baixe um pouco a saia, por favor.
Faço o que ela me pede, e me deito. Ela se dirige até mim com a cadeira giratória, colocando um papel toalha preso em minha saia na linha do ventre e, com calma, deposita o gel gelado no mesmo. Faço uma pequena careta, arrepiando levemente.
Andrew me olha atentamente, praticamente seguindo os movimentos de Lou em meu ventre com o aparente intuito de que tudo sairia nos conformes. Porém, sua atenção - e a minha - foi desviada após Lou colocar o pequeno aparelho em meu ventre, o movimentando.
- Aqui... oh. - Ela cessa a fala, junto com meu coração e suas batidas, apesar de não entender muito bem o que passava no monitor, eu sabia que havia algo estranho ali. - Parabéns, vocês irão ter gêmeos.
Arregalo os olhos, olhando o monitor com mais atenção, desacreditada. Uma pimbada e além de engravidar, teria dois de uma vez. Meu ar parecia estar ficando escasso enquanto não conseguia desviar meus olhos do monitor.
- Angela!?
A voz de Andrew soa distante enquanto me ergo, trêmula. Notando sua presença mais próxima, o olho, percebendo agora que um de seus braços me ampara, enquanto sua mão livre checa minha pulsação.
- Vamos manter a calma...
- Calma!? Ela vai perder a consciência se continuar assim, Louise! - Andrew retruca a doutora, que se cala.
Eu não fujo de seu olhar nem por um momento. E quando sinto a sensação crescente de sufoco, e as vozes abafadas, sei que irei desligar... e é o que acontece.
ANDREW
A saúde instável de Angela me preocupava mais a cada dia e eu só conseguia lembrar que... podia acontecer. A gravidez poderia suavizar os sintomas de tudo, como também ser um agravante. E eu queria conseguir lidar com seu coração traiçoeiro ou seu corpo traidor, que a metiam em esrascadas frequentes, seu corpo desligar me deixava... desconcertado.
- No que tanto pensa...? - Ela questiona, um pouco grogue graças à medicação.
Estávamos deixando a clínica cinco horas após o previsto, ela estava em meus braços e nem mesmo seu cheiro de chiclete de uva conseguia me retirar completamente da névoa que estavam meus pensamentos naquele momento.
- Em você. - Forço um sorriso. - E mesmo que meus braços sejam confortáveis e não esteja ruim, você precisa dormir mais e descansar... só que na cama com seu travesseiro gigante.
- Você é meu travesseiro gigante... - Choraminga e eu sorrio, negando com a cabeça enquanto a coloco no carro, com dificuldade.
- Você tem um ponto.
Beijo sua testa e coloco o cinto na mesma. Reclino o banco e a vejo se ajeitar no banco, o ar de deleite enquanto a tranquilidade a envolve em conjunto com o cansaço. Fecho a porta e dou a volta, entro no carro e dou partida logo após pôr o cinto, minha atenção dividida entre o percurso e a pequena bela adormecida no banco do passageiro. E apesar da serenidade que envolvia o momento, eu só conseguia segurar o volante com força, travar o maxilar sufocado com o nó na garganta e me segurar pra não hiperventilar.
Mas ela não precisava saber.
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Oie! O capítulo demorou mais que o previsto, meu celular quebrou e passei por uma troca de emprego. Mas tá aí! Beijos! PS: desculpa por não ser muito longo.