Capitulo 12.

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Sabina' s (pov)
Nós estávamos a quase uma hora nessa mesma posição, falando sobre as mais diversas coisas, eu, Bella e minha mãe. Pela primeira vez, ambas estamos completamente à vontade uma com a outra. Vendo de fora, até diria que éramos realmente mãe e filha conversando.

-Sabina, posso te fazer uma pergunta?- Bella me olha. Engulo seco. Posso não saber nada sobre ela, mas sei muito bem a cara de quando vem pergunta difícil.

-Humm, pode - confirmo para a pequena, que também parece meio duvidosa se precisa realmente fazê-la.

-Porque você veio ficar aqui? Foi por minha culpa?- pergunta, apreensiva.

-Claro que não, Bella. Eu vim porque acho que será o melhor para você e seu pai. Ficando lá, eu só atrapalho- respondo e aliso sua bochecha com meu polegar.

-E você está feliz assim? Aqui?- pergunta.

-Estou, estou feliz aqui com a minha família- respondo calmamente, dando um leve sorriso para a pequena.

-Eu também amo a minha família. Pena que ela se desmanchou toda. Mas oque importa é que você esteja feliz! Daí eu e o papai ficaremos também- sorri para mim.

-Vem cá- abro os braços e a mesma me abraça, mesmo um pouco apreensiva de fazer isso. Foi algo natural, completamente natural. E eu amei! O abraço de Bella é suave e seus cabelos cheiram a morango.

-Esse foi o meu melhor presente de aniversário. Obrigada, Sabina!- me olha com os olhinhos brilhando. Posso sentir sua felicidade daqui.

-De nada, coisa fofa- sorrio para a mesma.
[...]
O restinho do dia, depois do momento fofo entre nós foi normal. Nada de muita aproximação entre nós, participei do parabéns, isso foi o máximo que ficamos juntas após aquilo.

Bailey havia avisado que passaria para buscá-la a noite, e pediu para que eu mesma a levasse até o carro, pois ele precisava falar comigo. Fiquei até que feliz com isso, já que ele não quis nem saber de mim durante o tempo todo que estive aqui. Saber que ele quer pelo menos me ver, já faz uma grande diferença.

-Papaiiii- Bella corre até ele, e o mesmo a abraça. Em seguida, coloca ela no carro e se volta para mim.

-E ai, como foi o dia hoje?- pergunta, como se tudo estivesse normal entre nós.

-Até que bom. Nada demais, mas bom- falo e tento dar um sorriso, que saiu meio torto. Bailey assente sem graça. -Você pediu para que eu descesse, porque?

-Ah, sim. Vou fazer uma festinha para ela amanhã, lá em casa as duas da tarde. Saiba que você é muito bem-vinda!- ele me entrega um convite. Sério isso?

Sinceramente, eu poderia não me sentir a mãe dela, posso dizer ao mundo que eu não a amo. Mas acho que ser convidada para o aniversário da Bella como uma amiga qualquer já é demais. Me sinto um lixo.

-Vou ver se apareço por lá. Obrigada- tento disfarçar a bizarrisse desse momento. -Mas você acha que o pessoal gostaria de me ver?

-Sabina, pelo amor de Deus, claro que sim. Não estamos chateados com você! Fique tranquila- ele segura no meu ombro.

-Que bom então....- dou um leve sorriso.

-Sabina, quase esqueci de me despedir de você!- Bella abre a porta do veículo. Pela primeira vez, eu comemorei (mentalmente) por ela ter aparecido e salvado a vibe estranha dessa cena.

-Pois é, achei que não ia se despedir de mim- tento forçar um sorriso, mas não sai muito bom.
Me ajoelho no chão e abraço Bella rapidamente.

-Tchau, Hidalgo. Nos vemos amanhã, se você for- Bailey me abraça e entra no carro.

Fico uns dois minutos tentando raciocinar oque acabara de acontecer.
1- eu abracei Bella 2 vezes hoje ;
2- Bailey e eu provavelmente não temos mais nada;
3- ele me abraçou e tocou no meu ombro como uma amiga qualquer;
4- Bella desceu do carro só para se despedir de mim;
5- eu gostei que ela fez isso porque eu estava em um momento estranho com a pessoa que eu nunca tenho momentos entranhos.

É, minha vida é exatamente uma roda-gigante. Só que quebrou e ficou parada eternamente na descida.
[...]
Acordo ainda um pouco atordoada com o que vivi ontem. A cada dia o rumo que as coisas tomarão parece mais confuso e atrapalhado.

Fiquei até tarde encarando aquele bendito convite. Se seria pior ir à festa e ser tratada como uma convidada qualquer ou não ir à festa e eles continuarem pensando que eu sou uma pessoa muito, muito má.
Cheguei a conclusão por volta das três da manhã, que seria melhor ir e ver como as coisas se sairiam.

Por isso, estou a caminho de lá agora mesmo. Com um presente em uma mão, que passei para comprar em uma loja de manhã, e a vergonha na outra.
Meu pai, que estava dirigindo já me olhou infinitas vezes pelo retrovisor para tentar ver minha cara de nervoso.

-Chegamos- minha mãe anuncia quando o carro para em frente à casa de Bailey. Tecnicamente, minha casa também. Mas não vem ao caso agora.

-Sabinaaaa- Bella corre até mim assim que entramos na casa, abraçando minhas pernas. Eu não sei definir a minha cara de espanto nesse momento, jamais esperaria toda essa animação vindo dela.

-Feliz aniversário- tento parecer o menos nervosa possível.

-Eu estou tão feliz que você veio! - me abraça novamente, mais apertado dessa vez.

-Aqui, seu presente. Eu mesma que comprei- abaixo para entregá-la, com um pouco de dificuldade por causa da muleta.

-Nossa! Obrigada- ela agarra a embalagem e começa a abrir. Olho em volta e percebo que todos eles me deixaram sozinha com ela e foram para onde estava o resto dos convidados, obrigada família.

A pequena abre a caixa rosa e tira o bracelete que continha um "B" pendurado e várias pedrinhas rosas. Eu não sei que tipo de brinquedos ela tem, mas sei que qualquer garotinha gostaria de ganhar uma pulseira assim.

-Você é a melhor do mundo! Eu vou usar isso todos os dias- ela coloca no pulso e me abraça. Sorrio com a sua reação. -Vem, preciso te mostrar para algumas pessoas.

Levanto e apenas a sigo, de mãos dadas com a mesma.
Ao passarmos pelos convidados, incluindo meus amigos, todos olhavam surpresos para a cena. Tão chocados como eu.

-Pessoal, essa é a minha mamãe Sabina. E esses são os meus amigos, Sabina- ela nos apresenta. Os amiguinhos ficam totalmente surpresos.

-Tia, você é muito bonita. Com todo respeito- um dos menininhos me elogia e eu sorrio para ele.

-Obrigada. É um prazer conhecer vocês!- tento ser o mais simpática possível. -Bella, vou lá falar com o resto das pessoas.

Aviso e saio dali. A feição da pequena era de êxtase completa. Ela estava feliz, e de alguma forma, isso me deixava feliz também.

-Hidalgo? Não esperava te ver por aqui!- Joalin me abraça de repente.

-Pois é, nem eu imaginava estar aqui, para ser sincera- sorrio para ela.

-Vem sentar com a gente- me chama simpática.

-Não acho uma boa ideia, Lin. Pelo jeito, eles não querem muito me ver- olho em direção à mesa, onde estavam todos eles.

-Claro que não, Saby! Ninguém está com raiva de você- ela ri, provavelmente pelo meu pensamento bobo.

-Então porque ninguém me procurou nessas duas semanas?- pergunto.

-Porque nós somos assim, não somos mais tão grudados. Temos nossas vidas, então nos encontramos em festas e reuniões em casa do grupo- me explica. Agora tudo faz sentido.

-Ah- tento parecer menos boba.

-Você achou que éramos os mesmos do ensino médio, que ligávamos todos os dias para saber de todas as fofocas, né?- pergunta rindo.

-Achei, ué. Estou acostumada com ligações de quatro horas de duração de fofocas com o Krys- rio para ela.

-Enfim, vamos lá- segura minha mão e seguimos até a mesa, dessa vez, muito mais aliviada.

Until the end - sabiley Onde histórias criam vida. Descubra agora