"O fim do mundo lhe trás uma esperança".
O momento pós notícia foi horrível. Fiquei em completo estado de choque, contudo acho que Marcel não poderia ter um melhor momento para dizer.
Nós ali. Deitados.
Eu não sabia se devia falar algo, ou não...se era necessário me manifestar de alguma forma...ou não, não sabia se era indispensável falar a verdade para Marcel, ou não.
Ele me abraçou mais forte, como se soubesse a confusão que se passava em minha mente, porém não falou mais nada. Acho que não há nada que ele possa me falar agora para melhorar meu estado- pensei.
A respiração de Marcel estava acelerada e ele ele estava quieto demais. Isso me dizia que ele também pensava.
Percebi que se eu não falasse algo, ficaríamos o restante da noite pensando no que dizer para deixar o outro melhor.
- No que está pensando tanto? - quebrei o silêncio.
Tirei Marcel do seu devaneio e ele ajeitou-se na cama.
- Nada- respondeu ele balançando a cabeça negativamente.
- Algo me alerta de que não devo acreditar em você...
- Você deveria acreditar no que eu falo às vezes mocinho.- disse ele pegando em meu nariz da forma que a minha mãe costumava fazer quando eu era criança.
Os olhos dele encarava me e todo o seu corpo exalava desejo, e eu como sempre me sentia pequeno e indefeso.
- Eu acho que acredito muito, mas agora não seria uma boa hora pra você mentir para mim.
- Por que quer saber sobre o que eu estou pensando? - Ele perguntou.
- Porque me preocupo...- eu respondi soando como um garotinho apaixonado.
Marcel pôs a mão no meu rosto e pousou a mão na minha bochecha enquanto pensava se devia dizer ou não o que temia.
- Penso em qual será sua escolha. Caso tenha que fazê-la, é claro. Entenderei completamente qual ela seja, mesmo assim me preocupo. -Marcel levantou e começou a andar pelo quarto, de um lado para o outro. - Irei achar correto, sinceramente, caso queira ir com o seu pai, profundamente o tempo que passou comigo e pelo modo que me tratou, serei grato também por me mostrar o quanto a perspectiva do mundo é diferente de tudo o que pensei.- era extremamente belo, as palavras saindo da boca dele e se tornou impossível não ver as lágrimas brotavam nos seus olhos. - Me tornei dependente de você. Sou mais grato por ter me ensinado a forma correta de amar verdadeiramente alguém...Seth me desculpa por ter que te pedir tal coisa, mas não vai embora por favor. Fique. Não sei o que aconteceria caso você partisse.
Nesse momento ele caiu de joelhos no pé da cama e desatou a chorar. Seu choro brotava da alma, algo que não tinha como não se comover.
Era de cortar o coração. Ver Marcel naquele estado me deixava complemente louco. Não pensei por muito tempo. Pulei da cama e fui até Marcel abraçá-lo.
-Ei, espere um momento. Está tudo bem. Você nem sabe qual será minha decisão. Acho que já é premeditado o que eu escolheria...está tão na cara minhas intenções. Marcel, depois de tanto tempo aqui com você...não sei se conseguiria perdoar alguém como o meu pai. Ele foi um...certinho- filho da puta, era o que eu realmente queria dizer.-então não pensaria duas vezes em escolher você. Marcel, você foi o primeiro e espero que único homem na minha vida e não quero que isso mude tão cedo. Entende. Será você sempre...
Marcel levantou a cabeça e com os olhos em brasa de tanto chorar. Falou:
- Tem certeza do que diz?
- Toda do mundo. -Disse esboçando um sorriso. Por mais que eu quisesse que ele acreditasse naquilo, eu não sei se eu acreditava.
- Sempre?
- Sim Marcel, sempre.
- Eu amo você Beija-Flor...-ele disse com um largo sorriso.
- Eu sei...- foi o que conseguir dizer e abraça- lo forte novamente.
Era difícil assumir para o Marcel o que eu seria por ele. Ficamos assim por um tempo e depois voltamos para a cama, fiz cafuné no Marcel de forma estranha e desajeitada ( de um jeito que somente eu era capaz), até vê- lo ser vencido pelo sono.
...
Fiquei ali observando-o enquanto ele sustentava os suspiros e suas respirações profundas. Era algo que eu não estava acostumado a ficar observando, acariciei os cabelos dele por um longo tempo ee passei a mão pelo seu peito; percorri também seus braços e rostos...Marcel era alguém que eu necessitava ter ao meu lado.
Deitei de costas para ele pata dormir. Marcel pôs o braço e uma das pernas em volta do meu corpo e aconchegou seu rosto em meus cabelos e tudo estava tão perfeito até que...
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Shades of hysteria ( Romance gay)
FanfictionSeth acorda em seu quarto preso por amarras em sua cama. Ele não se recorda de nenhum fato sobre a noite que passou ou o porquê de está amarrado. Até que Marcel entra na sua vida para explicar, mas de uma forma gradativa e "diferente" Seth acaba des...