Capítulo 2

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    "Então todo o meu mundo se toma de ponta a cabeça e mesmo assim eu me encontro de pé".
    Fiquei a espreita esperando que ele a qualquer momento poderia voltar para o meu quarto e terminar com tudo aquilo, mas isso não aconteceu. A porta permanece fechada e cerca de dez minutos depois eu decidi levantar.

     Não sabia o que fazer, não poderia sair daquele estado que me encontrava, eu mesmo poderia terminar tudo, mas não me sentia à vontade para isso. O meu quarto possuem uma porta anexa para o banheiro e é para lá que eu vou.

     Está tudo intacto, o cesto de roupas sujas, minha toalha velha de fiapos e até um patinho de borrachas de quando eu era criança, achei que o tinha perdido. Decidi tomar um banho antes de descer e ver quem realmente era o novo homem que papai trouxera para casa.

     Estou acostumado com pessoas - principalmente homens - estranhas em minha casa desde que minha mãe morreu de câncer quando eu tinha cinco anos. Quando isso aconteceu o meu pai começou a se envolver com jogos de azar e acarretou que pessoas desconhecidas transitavam livremente a minha casa e acabei me acomodando com esse fato.

     Recordo-me de uma vez que eu entrei em meu quarto e haviam três pessoas lá dentro, um homem e duas mulheres, se encontravam pelados e amontoados como um bando de vermes brigando por algo podre. As mulheres se assustaram e soltaram gritinhos agudos como 'sai daqui' e uma espécie de alerta que eu não entendi muito bem o que significa. O homem levando com um pulo e veio batendo em minhas costas me expulsando do quarto e murmurando 'pervertido' diversas vezes. Naquela noite dormir com o meu pai, pois eles ocupam o meu quarto durante todo a noite.

     Apesar de tudo não tornei me um adolescente rebelde e irresponsável, porém essa foi a primeira vez que isso aconteceu comigo.

     O meu banho é algo demorado e frio, pois o calor me consome, o alívio de um chuveiro é instantâneo, a minha pele ainda arde e eu procuro lembrar como fui parar amarrado em minha própria cama, mas o pensamento que eu quero não vem.

     Ao término do banho e volto para o meu quarto, visto calças de um pijama velho e uma camiseta regada de flanela, reparo que meus braços que costumam ser de duas cores agora possui a mesma cor como um todo. Uma cor marrom que não é comum para uma pele branca como a minha.

     Quando abri a porta do quarto algo me chama atenção, voltei me novamente para dentro de cômodo onde o meu quarto se encontrava, sim com toda a certeza mundo aquele era o meu quarto e voltando para fora dele eu me encontrava em um ambiente complemente divergente do qual eu estava acostumado. Faço o movimento de entrar e sair do cômodo umas quatro vezes para ter convicção de que aquela não é a minha casa.

     O interior da casa e totalmente sofisticado, é algo fora do comum. As paredes são complemente brancas e alguns quadros se posicionam em lugares estratégicos. O "meu quarto" é algo desproporcional para aquele lugar perfeito.

     Meu quarto está posicionado no andar superior da casa. Um longo corredor dar de frente a uma escada que vai para o térreo e é pra lá que quero ir. Encontrar alguém é a minha prioridade para ter respostas.

     Uma confusão ecoa a minha cabeça pois não me recordo de nada das últimas vinte e quatro horas, ou seja,  como eu havia parado ali?  Por que aquele quarto que era idêntico ao meu estava instalado naquela casa diferente da que eu cresci? Onde estava o meu pai e todo aquele barulho que eu estava acostuma ouvir pela manhã?.

     O silêncio tornava algo inacreditável, fui para o térreo e sair andando para conhecer mais daquele local encantador e me deparei com a cozinha.

     A dor de cabeça ainda continua intensa, eu precisava de um copo d'água e foi o que eu fiz. Enquanto bebia água o homem entrou pela cozinha, os seus passos são silenciosos e esse é o momento em que o bombardeio de perguntas.

       - Quem é você e por que estou aqui?.

     Silêncio.

       - Onde está o meu pai e que lugar é esse?.

     Silêncio.

       - Por que o meu quarto está na sua casa? - faço essa pergunta já gritando para que ele me escutasse e é o que funciona.

      - Calma garoto, com o tempo você vai se lembrar de tudo e descobrir o porquê de tantas perguntas - a voz dele tem um tom integralmente sombrio e ele continua para responder a minha última pergunta - Antes de você vir para cá, nós te perguntamos de qual parte da sua casa você mais gostava e sua resposta foi seu quarto. Então aproveitamos um cômodo vazio que estava disponível e o recriamos para que você se sentisse mais...à vontade por assim dizer. Até seu patinho está lá.

      - Mas, e como...

      - Shii!  Com o tempo tudo vai se encaixar meu caro Seth.

     O tom que ele possuía era irônico e a fúria começou a se formar em meu corpo, agindo por impulso eu arremesso o copo com água que estava em minha mão.

     Ele desviou de forma habilidosa e correu ao meu encontro:

      - Nunca mais tente uma coisa dessas - ele disse com os dentes cerrados .

     Ele me pegou pelos braços como uma criança e me pôs sentado no balcão da pia. A sua boca calejada se encontrou com a minha e sua língua se movia em minha boca. Por ter sido pego de surpresa permaneci de olhos arregalados enquanto ele me estimulava com a boca e a barba no meu pescoço, isso me fazia arrepiar. A minha boca lutava para não arfar. Por mais que não esteja querendo me entregar, gosto da forma que sou tratado por ele.

     As suas mãos percorrem os meus ombros e descem para as minhas costas, ele rasga a camiseta e sua boca vai para o meu corpo. Peito, braços e barriga, não tem um lugar que sua língua não toque.

     Agora já estou excitado e ele exuberante. Uma mistura de dor e firmeza envolve o meu pênis devido a segunda vez de ereção em um só dia. Ele tira a minha calça de pijama e me masturba enquanto me beija profundamente.

     O cheiro que exala da sua pele é bom apesar da junção com suor. A sua mão é hábil em meu membro e eu começo a sentir uma ereção incomum. Sinto que ele também se encontra excitado devido ao seu pênis roçar na minha perna. Ele leva sua boca para o meu pênis e dessa vez me masturba com ela, é uma sensação complemente prazerosa. A sua língua fazia movimentos circulares ao redor da fenda da minha glande.

     Ele subia e descia alterando os movimentos,  acelerada e moderadamente. A sua mão batia em minha coxa me fazendo sentir dor.
    O pré gozo saiu e levou um gemido. Comecei a gemer consecutivamente pois o que mais queria era gozar. No momento em que se seguiu ele me masturbava, me acariciava e me beijava.

      - Por favor não para, me deixa gozar - falei quando a sensação de prazer chegava ao estopim.

     Ele acelerou o processo de masturbação e com um extremo arrepio invadiu meu corpo. Eu senti um jato sair com uma certa degradação e encher a boca do homem de tudo o que deveria ter saído mais cedo. Ele se levanta e limpa uma pequena parte de esperma que cai no canto da sua boca com as costas da mão e sai da cozinha. Ele ainda está excitado. Recupero do meu estado de euforia, desço do balcão e vou atrás dele.

     Acho que agora é minha vez de retribuir o favor

Shades of hysteria ( Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora