Capítulo 39

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Sina pov.

-Nunca andei de avião na minha vida tens noção disso. - digo aterrorizada enquanto tento encontrar os nossos assentos no avião.

-Até parece que eu já. - ela diz em tom de brincadeira.

-Encontrei!-exclamo quando os encontro

-Eu quero ir na janela.

-Nada disso, eu é que vou. - só encerramos a discussão de crianças quando as pessoas atrás de nós reclamaram de estarmos a atrapalhar a passagem.

Sento me por fim na janela e suspiro nervosa, o medo do desconhecido me domina.

-E se o avião cair, Joalin? - pergunto observando a pista onde alguns aviões ainda estão pousados.

-Então amiga, temos mais de 70% de probabilidade de ir desta para melhor, principalmente tu que estás desse lado. - reviro os olhos na direcção dela.

-Nem digas uma coisa dessas, pelo amor de deus. - ela solta uma risada muito alta e as restantes pessoas abordo olham diretamente para ela.
Ficamos quietas e derrepente o piloto se prenuncia.

-Iremos decolar em 3 minutos em direção a Itália, peço que....

Ele informa das regras que devemos seguir e pouco depois decolamos. No momento exato da descolagem eu e a Joalin nos agarramos e rezamos a Deus e todos os santos existentes para que esta coisa não caia.

-Acho que uma das partes piores já passou. - encosto-me no banco um pouco mais relaxada, observo a vista da avião e puxo o pescoço da Joalin para que ela visse a mesma maravilha que eu.

-Ai filha da mãe o meu cabelo. - ela reclama.

-Olha que lindo Joalin. - digo ignorando os resmungos dela enquanto faz uma massagem no seu couro cabeludo, mas quando os seus olhos direcionam-se para a janela a sua boca abre-se com tamanho choque.

-Se eu morrer hoje pelo menos morro feliz e talvez eu vá para o céu já que estamos mais perto. - eu me rio, ela encosta a cabeça no meu ombro e ficamos hipnotizadas e maravilhadas com a beleza que a natureza acarreta.

Após algum tempo de voo, de falar das nossas vidas e da vida dos outros, decidimos ver um filme e obviamente um romance, porque se fosse de terror quem iria fazer o avião cair seríamos nós.

Mais para o fim do filme eu sinto algo molhado no meu ombro e reparo que a Joalin já dormia e se babava completamente em mim. Tiro a cabeça do meu ombro, ela direcciona-se para o outro lado e deita-se no ombro de um senhor idoso que sorri com aquele gesto. Eu seguro-me para não rir da cena.

Sem nada para fazer decido ouvir música e observar o céu que tanto me encantou. Com a música calma as minhas pálpebras começam a pesar e eu acabo por adormecer.

Algumas horas depois

Sinto algo me balançar e apercebi-me de muito movimento. Abro os meus olhos e vejo que estava a chover lá fora, o céu que era azul e lindo à pouco estava agora coberto por nuvens cinzentas.

-Por favor passageiros, pedimos que mantenham a calma estamos a atravessar uma pequena tempestade mas logo passará. Estão todos em boas mãos, os nossos pilotos farão os possível para sair o mais rápido. - uma hospedeira informa em várias línguas e logo o avião balança o que faz-me ter um ataque de ansiedade.

Tento respirar, mante-me calma, mas era quase impossível. Tento acordar a Joalin mas sem sucesso. Penso no Noah e tento regular a minha respiração.
O suor já era nítido na minha testa, estremeço quando ousso um trovão rasgar o céu.

Marcas de Sofrimento- NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora