A última comida

3.1K 20 5
                                    

Naquela hora da noite o restaurante se encontrava vazio. Nem Rosana e nem Alberto estavam por lá e os demais funcionários iam embora de um em um. Thais tinha um motivo para ficar, pois, era a gerente e já assumira com os seus patrões a responsabilidade de sempre dar uma olhada geral nos restaurantes antes de fechá-lo. Alexandre, precisava constantemente inventar um motivo para se manter por ali, passando o tempo enquanto os demais iam embora. Depois da primeira vez entre os dois, Thais e Alexandre passaram a se encontrar mais vezes, geralmente na casa de um deles ou em algum motel. Por mais prazeroso que fosse, na opinião dos dois não havia lugar mais gostoso do que o próprio restaurante. Foi onde se conheceram e havia algo de proibido em fazer aquilo naquele lugar que apimentava mais o sexo entre os dois. Na primeira vez, havia sido na cozinha, mas nas vezes seguintes foi nos mais diversos lugares. Thais já foi comida debruçada em uma das mesas do salão, foi chupada no balcão de atendimento, foi masturbada no apertado depósito de material de limpeza e até mesmo cavalgou Alexandre no sofá do escritório dos chefes. Em alguns meses já não havia cantos naquele restaurante onde não ecoaram gemidos prazerosos dos dois.

Sexo no ambiente de trabalho foi uma fantasia realizada a exaustão, mas havia mais desejos que os dois gostariam de explorar. Juntos cultivam a fantasia de poderem ser vistos e admirados por alguém. Em suas conversas sob lençóis, os dois percebiam que gostariam de se exibir a terceiros, de terem seus corpos desejados por alguém que os visse. Apesar disso, tinham vergonha de fazer algo, na prática, e medo das consequências de isso dar errado. Os dois chegaram juntos na solução de tentar algo onde seria improvável serem vistos, mas não impossível. Thais levou Alexandre até o bar, perto das mesas, de frente a entrada do restaurante. Não fecharam o portão de ferro, deixando apenas a porta envidraçada trancada. Os dois se beijaram com as mãos firmes explorando seus corpos. Thais desabotoava a camisa de Alexandre, expondo seu peito para ser alisado e arranhado sem tirar a boca dos lábios dele. Ele, abriu a blusa dela, expondo seus seios, apalpando-os com desejo. Pôs o pau dele para fora e se ajoelhou para chupá-lo. Encostado de costas para a bancada do bar, Alexandre virou o rosto para cima e fechou os olhos, com os braços abertos e as mãos apoiadas na bancada, se entregando aos lábios de sua namorada. Thais engolia aquela piroca dura, indo e voltando com seus lábios enquanto subia a sua saia para ter acesso a sua boceta. Se masturbava e chupava o seu homem enquanto o vazio daquele restaurante era preenchido pelos gemidos dele. Até serem interrompidos por uma batida na Porta.

Vestindo um conjunto marrom de calça social, blazer e uma blusa branca, Andrea se desloca a passos bem apressados procurando chegar a tempo em seu destino. Sua chefe, Vera, sua chefe, trabalha em tantos negócios simultâneos que precisa da ajuda dela para dar conta de tudo. Muitas vezes, se dedica tanto ao trabalho a ponto de esquecer de cuidar de si mesma e Andrea assume mais essa responsabilidade, além de dar assistência a tudo o que ela faz. Já fazia alguns dias, que de tanto trabalhar, sua chefe não fazia sua última refeição, deixando sua assistente preocupada a ponto de se esforçar em levar uma refeição pronta do restaurante favorito dela.

Pelo horário, o restaurante estaria fechado a poucos minutos, mas esperava conseguir comprar a comida que sua chefe pedira, nem que tivesse que pagar a mais. Ao observar a frente do restaurante vazia, se desanimou, mas manteve a esperança por perceber que o estabelecimento não estava totalmente fechado. Os portões de ferro ainda não rolaram até o chão, o que indicava ter alguém lá dentro. Ao colocar seu rosto no vidro, observou o que parecia ser um homem apoiado na bancada do bar, de costas para ela, foi quando bateu no vidro desesperadamente.

Thais ignorou as batidas no vidro se concentrando na rola que chupava naquele momento, mas a insistência daquelas batidas as tornaram insuportáveis, mas foi quando o próprio Alexandre lhe pediu para atender quem estivesse na entrada que ela desistiu.

Contos do bairro Velho 04Onde histórias criam vida. Descubra agora