PARTE 09

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19 de maio de 2020 - Atlanta, Geórgia

Justin p.o.v.

A garota me olhava com diversão, o sorriso sexy brincando nos lábios.
Eu não esperava uma resposta como aquela, não de alguém como ela. E o que ela falou, eu realmente concordo. Não existe nada como sentir a adrenalina correndo pelo corpo, sentir que cada segundo vale a pena e que é melhor aproveitá-lo.
Mas o que uma garota como aquela, que parece um dos enigmas mais deliciosos que eu já encontrei, fazia trabalhando como dançarina em um clube noturno?
Eu sei que não posso julgar, a vida as vezes dá as cartas e você tem que aproveitar o que tem a disposição. Só que ela me parece ser alguém que não se contenta com pouco, e eu já percebi que ela sabe brincar com as palavras.
Desviei o olhar dos seu rosto, me deparando com um decote chamativo e que estava me deixando doido. Eu aposto como eles cabem perfeitamente na minha mão.
Suspirei com a imagem que veio a minha cabeça, eu não podia esquecer o que tinha vindo fazer aqui.
Levantei o corpo, coloquei as mãos nos bolsos da calça e a encarei.
— Você não gostou da festa? Vi que saiu rápido assim que a corrida terminou — Comentei, curioso.
Eu observei ela o tempo todo, e a vi estranhamente aérea durante a corrida da KJ. Assim que vi ela seguir sozinha para cá, a segui. Fiquei com raiva depois de ver que o Ian não estava no seu posto e que tinha deixado a loja vazia, mas isso era coisa para outro momento.
— Eu estava com sede — Ela pontuou, ainda me olhando com interesse — Mas é, já vi festas melhores.
Ergui as sobrancelhas. Se isso era ruim para ela, eu não queria nem saber do que ela gostava. Ou talvez eu queira.
— O quê, esse racha não tem tanta adrenalina quanto um clube de strippers?
— Isso pareceu meio irônico — Ela retrucou, levantando o tronco e cruzando os braços como se me desafiasse, mas eu só consegui olhar para os peitos que praticamente saltaram para fora.
— Não quis ofender — Levantei as mãos em rendição.
A Katherine mordeu o lábio inferior e relaxou, desfazendo a pose falsa de raiva.
— Só para você saber, tem muita adrenalina sim. E são dançarinas, não strippers — Ela me corrigiu, revirando os olhos — Não tiro a roupa por dinheiro.
Fiquei tentado a replicar aquela última frase, mas preferi deixar passar.
— O que tem de tão emocionante em ser dançarina — Destaquei a palavra — Por favor, me conte. Talvez eu arranje um novo emprego.
A loira soltou uma risada, provavelmente me imaginando naquela posição. Eu mesmo queria rir, seria ridículo. Mas ouvir a risada dela foi como experimentar uma droga, eu me viciaria naquele som facilmente.
— Tem muito a ver com o poder, sabe. Homens e mulheres lutam por poder diariamente, fazendo coisas extremas para conseguir isso — Ela deu a volta no balcão e se encostou nele, ficando bem de frente para mim e olhou bem nos meus olhos quando continuou — Mas ao subir naquele palco, com uma coreografia bem ensaiada e uma roupa que me faça sentir a maior gostosa de todas, eu consigo o poder. Porque cada olhar naquele lugar vai estar seguindo os meus movimentos e todos vão estar na expectativa do que vem a seguir. Eu tenho o controle, eu sei os próximos passos. E eu sei que isso vai ser a única coisa que eles vão ter.
A sua voz ficou mais baixa, fazendo com que eu me aproximasse mais para ouvir bem. O rosto dela brilhava com a luz roxa da loja e eu estava a segundos de morder aqueles lábios carnudos e chamativos.
Ela tem razão, eu senti aquelas coisas quando a vi dançar. Katherine era a dona do palco naquela noite e eu só conseguia pensar em como queria ela em cima de mim. Exatamente como agora.
— E isso dá uma adrenalina do caralho — Ela finalizou.
Novamente, eu não tinha resposta para ela. A sua fala tinha me deixado completamente surpreso e absurdamente duro. Eu a queria mais do nunca.
O perfume doce estava me deixando louco e eu me aproximei mais dela, inclinando a cabeça e respirando fundo, como se pudesse matar a sede só pelo cheiro dela.
— Porque não vem comigo, Kath? Eu sei outros jeitos de se conseguir muita adrenalina — Sussurrei, muito perto de enlouquecer por causa daquela garota.
Ela riu novamente, e eu senti o corpo dela tremer, porque já tinha colado o meu ao dela. Subi o olhar para o seu e ela passou a língua entre os lábios devagar, provocando.
No segundo seguinte, ela se afastou para o lado e se livrou de mim, me deixando parado no lugar onde nós estávamos. A olhei surpreso.
— A minha carona está me esperando — Foi a única coisa que ela disse antes de seguir até a porta, me deixando incrédulo, mas antes de sair ela se virou para mim uma última vez — Vejo você no meu próximo show.
E saiu. Ela simplesmente saiu.
Filha da puta desgraçada.
Olhei para baixo e vi a minha situação, eu ainda podia sentir o perfume dela e todo o tesão se transformou em raiva. Mas o desejo ainda estava lá.
Peguei o energético que ela deixou no balcão e virei de uma vez, percebendo que eu precisava de algo com álcool. Dei a volta no balcão e peguei a vodka que tinha na parte de baixo, abri e virei uma dose generosa.
     Quando eu olhei para o computador, ele estava ligado. Os perfis apareciam para logar e aquilo me deixou puto, Ian iria ouvir poucas e boas por esse deslize. Desliguei o aparelho e vi o Rickthesizzler desaparecer.

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