CAPÍTULO III.

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A risada gostosa de Eren ecoou por toda a cozinha de Levi, fazendo com que o alfa engolisse seco. O dedo do ômega estava apontado para o quadro de forma divertida enquanto os olhos verdes procuravam os azuis cinzentos.

— Peitos! — Eren falava rindo.

A boca de Levi se abriu algumas vezes e ele apenas piscou.

— O quê?

— Aqui tem tantos... peitos desenhados. De tantas formas e tamanhos diferentes... — ele parecia horrorizado e divertido ao mesmo tempo, enquanto encarava os quatro alfas. — Quantos anos vocês tem? Doze? — balançou a cabeça de forma brincalhona enquanto tinha um sorriso lindo nos lábios.

Levi olhou para Farlan que estava atrás de Eren, este apenas fez um movimento falando que havia sido ele que tinha desenhado. O alfa menor agradeceu mentalmente, embora tivesse ficado assustado com a velocidade que todos aqueles peitos foram feitos.

— Eu avisei que eram peitos, muitos deles — Levi deu de ombros após engolir seco, tentando se recompor enquanto um riso aliviado tomava conta do seu rosto.

— Mas por que tantos peitos? — Eren ainda parecia incrédulo.

Erwin se colocou no meio do fogo cruzado e se ofereceu como sacrifício.

— Então, eu estava querendo dizer para eles qual era a sensação de...

— Não! Por favor, eu não quero saber disso! LÁ-LÁ-LÁ, eu não ouço vocês — Eren colocou as mãos nos próprios ouvidos enquanto balançava a cabeça furiosamente. — Apaguem isso, é nojento pra caralho!

— Claro, eu avisei eles que era uma péssima ideia — Farlan deu de ombros enquanto usava o apagador, vendo como os três alfas suspiravam aliviados.

Eren notou a atmosfera diferente no local e estreitou os olhos para Levi após olhar para o rosto tenso dos outros três alfas que conhecia tão bem. Os amigos de Levi eram tão receptivos consigo, quase como seus irmãos mais velhos e, como os alfas do Asas da Liberdade, sempre via algo fraternal neles além de que não havia pego nenhum olhando para si com segundas intenções ou como se fosse um pedaço de carne, admirava isso.

— Eu sei que tem algo de muito errado aqui, doutor Ackerman — Eren se aproximou de Levi e colocou o dedo indicador na frente do rosto neutro do alfa, chamando-o do apelido que sempre usava quando desconfiava de algo. — E eu vou descobrir o que é, mas agora estou preocupado demais com o jogo de amanhã.

Não demorou muito e os alfas foram embora, porque sabiam que nos dias que antecediam qualquer jogo importante para Eren o ômega sempre ia até Levi para se acalmar um pouco da tensão de entrar em campo, como se o alfa recessivo fosse um ótimo calmante — e era, de fato.

Levi o mimava sempre e da melhor forma que podia, seja cozinhando sua comida preferida ou fazendo os doces que o ômega gostava, levando-os até o sofá enquanto Eren assistia alguma série clichê para se distrair.

Agora Levi havia acabado de sair do banho e foi até a sala, encontrando Eren dormindo de forma adorável no seu sofá com uma camiseta sua e um short que havia emprestado. O ômega não era tão alto, talvez tinham um palmo de diferença de altura um do outro, então fazia questão de comprar algumas roupas mais larguinhas e maiores apenas para ter o deleite de vê-lo vestido com algo seu. Claro que Levi não iria acordá-lo, em vez disso o pegou no colo e o levou até o quarto de hóspedes — lê-se, quarto de Eren Yeager — e o deitou na cama que havia ali, sabendo que o ômega passaria a noite no seu apartamento.

Óbvio que isso era algo que Levi amava secretamente, mas também era algo que ele jamais admitiria para alguém.

Enquanto caminhava para o próprio quarto após arrumar a pequena bagunça que Eren havia feito, Levi recebeu uma mensagem de Farlan. Ao abri-la, viu uma foto do quadro com todo o passo a passo antes dele ser apagado.

MANUAL: COMO SEDUZIR ESSE ÔMEGA (ERERI - RIREN) - OMEGAVERSEOnde histórias criam vida. Descubra agora