MAID-CAFÉ

OMELETE

Sakura estava sentada em uma cadeira na cozinha, com as outras três garotas ao seu redor, uma delas lhe alcançou um copo com água, na intenção de que a Haruno se acalmasse pelo menos um pouco.

A porta se abriu, e seus olhos encontraram os dele imediatamente, e toda aquela escuridão que ele parecia carregar permanentemente em seu olhar não era mais vista por ela, Sakura só conseguia enxergar um ofuscante brilho em seus olhos, o mesmo que ela viu quando ele a segurou pela cintura e mandou o homem não tocá-la mais, com tanta propriedade no que dizia, baixou a cabeça o mais rápido que pode, antes que suas bochechas lhe traíssem e ela ficasse corada novamente. O tom de voz que ele usou foi tão firme quando antes, e ao mesmo tempo muito mais gentil.

— Troquem-se e vão para casa, eu fechei o café por hoje, cuidarei dela.

As três garotas não tiveram outra opção a não ser obedecê-lo, elas jamais o tinham visto tão confiante e autoritário desde que começaram a trabalhar naquele local, e tinham que admitir, que ele era incrivelmente sexy dando ordens, elas saíram em direção ao vestiário e deixaram os dois a sós na cozinha. O Uchiha suspirou fundo e coçou os olhos, quase como se só agora estivesse pensando realmente na confusão em que poderia ter se metido, ele fez a volta no balcão e preparou um café forte, aproximou-se dela e tomou o copo de suas mãos, entregando a ela a xícara quente, afinal, a cafeína deveria acalmá-la muito mais que um simples copo d'água.

Sasuke puxou uma cadeira para perto dela e sentou-se, colocando os cotovelos sobre os joelhos e permanecendo em silencio por um longo tempo, as três maids voltaram com suas roupas normais, se despediram, desejaram melhoras e logo foram embora.

O barulho da porta fechando fez com que ele suspirasse fundo novamente, levantou-se e deu um passo em sua direção, e Sakura vendo seus pés parados a sua frente levou alguns minutos para levantar a cabeça e olhar o homem que lhe estendia a mão pacientemente, ela demorou algum tempo, mas logo não pode mais não segurar sua mão, era como se seu corpo inteiro a induzisse a isso. Caminhava pelo corredor olhando sua costas, ainda segurando sua mão fria e firme, Sasuke a levou até a sala onde ficava o pequeno vestiário, alcançou suas roupas e mandou-a se trocar.

A Haruno começou a se despir dentro do cubículo, suas pernas ainda tremulas realmente não a ajudavam, e ela não entendia o porque de seu coração ainda estar tão palpitante, o medo que ela sentiu quando aquele homem colocou as mãos nela foi gigantesco, o pavor que fez com que ela se arrepiasse quando ele falou com ela e seus olhos brilharam de uma maneira sinistra foi aterrorizante. Mas não era esse sentimento que perdurava... Ela ainda podia sentir o braço de Sasuke envolta de sua cintura, sua mão forte puxando-a e fazendo-a bater em suas costas, e o cheiro. O perfume amadeirado que emanava dele enquanto ela se escondia atrás de seu corpo. Essas sensações eram as que ela não conseguia abandonar.

Trocou-se o mais rápido que suas pernas bambas permitiram, vestindo suas roupas simples, calças e um moletom um ou dois números maior do que deveria ser, enrolou o cachecol no pescoço e abriu a porta, vendo o Uchiha terminar de amarrar os tênis, ele havia se trocado ali mesmo e estava pronto para partir, mas ela não ia deixá-lo ir antes de uma coisa.

Deu alguns passos em sua direção, aproximando-se dele o suficiente para ter que levantar a cabeça para conseguir olhar em seus olhos negros, e depois de um longo suspiro, com a voz tremula e visivelmente nervosa ela começou.

— Obrigada... Por ter me defendido.

— Está tudo bem. — Ele quase deu as costas, mas ao sentir que ela segurava suas roupas voltou sua atenção para a Haruno e suas bochechas rosadas.

— Não, eu realmente quero te agradecer. Sei que pode parecer bobagem pra você, mas para mim não foi, eu pude sentir um medo crescendo dentro de mim e me consumindo e quando você chegou foi como se um cavalheiro de armadura estivesse parado a minha frente. — Os olhos verdes foram se enchendo de lagrimas, pouco a pouco. — Eu sei que você é uma pessoa reservada e que não gosta muito de atenção, mas quero que saiba que hoje você me salvou como um verdadeiro herói, eu não sou a garota mais popular da escola e muito menos estou acostumada a alguém dizer que sou bonita, então quando aquele homem me segurou me senti presa em um poço fundo e foi apavorante.