Capítulo 14: O coração puro de uma princesa... Em quantos pedaços ele se desfaz?

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(...)

Ela trabalhava como repórter em um jornalzinho da cidade, o "Notícias de Jundiaí". De segunda à sexta-feira saia da universidade, pegava o ônibus que a deixava em casa, almoçava e corria pegar transporte público para chegar ao jornal. Inclusive, naquele exato minuto, encontrava-se sentada em sua mesa, digitando algumas chamadinhas para o periódico.

No momento, ela escrevia sobre um evento de rosas e orquídeas no Jardim Botânico do município. O assunto lhe era pessoalmente agradável, pois sempre gostara do lugar e amava aquelas flores, principalmente as rosas.

Contudo, falar sobre rosas a fez lembrar-se das que vinha encontrado na janela do banheiro há algum tempo. Ela sabia que eram deixadas ali por Andrey, na primeira vez em que a encontrou ainda não tinham brigado, apesar de ter sido no dia em que a discussão ocorrera. E Mariane se lembrava do quanto havia ficado feliz em ver a flor, levando-a aos lábios para acaricia-los com suas pétalas, imaginando que o toque suave poderia vir do dragão.

Agarrou a garrafa de água – ao lado da tela do computador – e sorveu generosos goles. O líquido fresco, descendo pela garganta, a ajudou se acalmar um pouco os ânimos. Precisava esquecê-lo de vez. Fechou a garrafa e voltou a digitar

- Mariane, você poderia fazer um favor? – Júlio, editor chefe do jornal, colocou a mão sobre o ombro da garota e sorriu solidário quando a viu encará-lo ainda com os olhos tristes. – Você poderia fazer uma pesquisa sobre aqueles desaparecidos?

- Os de Jundiaí e região? – virou-se completamente para o chefe. – Mas a policia deu caso encerrado. Pararam de investigar... – parou para meditar. – Isso é estranho... Eu sei que já que faz pouco tempo que aconteceu, mas teve uma repercussão tão forte na população. Não é comum fecharem um caso assim...

- Exatamente! – sorriu orgulhoso. – Quero que você tente descobrir o verdadeiro motivo para terem feito isso.

- Tudo bem. – respondeu, tentando retribuir o sorriso. – Mas Júlio, posso saber por que me pediu para fazer isso? Geralmente você deixa esse tipo de trabalho para os veteranos daqui.

- Não sei. – disse sincero. – Só achei que você merecia uma chance. Sem contar que você ta precisando dar uma animada. – apontou para a cara dela. – Isso daí não é só depressão de jornalista, não. Tá tudo bem?

- Tá sim. São só uns probleminhas pessoais que espero superar logo. – estralou os dedos, tentando aliviar a tensão que sentia ao falar sobre o assunto com o editor chefe.

- Então, tá. – bagunçou os cabelos da garota e saiu andando pela redação, conversando com cada um dos jornalistas.

Mariane arrumou-se e pegou o telefone, discando o número do contado de um colega que trabalhava na policia. Ouviu o telefone chamar umas quatro vezes antes de escutar uma voz grossa do outro lado da linha.

- Carlos? – perguntou um pouco alto, devido ao barulho que ela ouvia de fundo na ligação.

- Isso mesmo, quem é?

- É a Mariane.

- Má! – reconheceu entusiasmado. – Espera um pouquinho... – aguardou por alguns segundos, ouvindo o barulho ir diminuindo. – Pronto! Saí da confusão. – comentou rindo. – E aí garota? Como você tá?

- Tô bem, Carlos. – mentiu. – Preciso de um favorzinho seu.

- Pode pedir!

- Você saberia me dizer o porquê de a polícia ter parado de investigar aqueles desaparecimentos? – tentou fazer a pergunta soar casual. Ela sabia que ás vezes perguntar algo simples poderia acarretar em respostas complicadas para o colega.

- Olha... – suspirou. – Isso é um assunto meio complicado. – ela o ouviu hesitar. – Nem nós mesmos sabemos direito porque paramos.

- Como assim? – se apoiou na mesa, ficando ainda mais interessada no assunto. – Como vocês não sabem o porquê?

- Aí... Cada pergunta complicadinha que você faz! – comentou em um tom risonho, tentando quebrar a tensão.

- Sou jornalista! É meu trabalho fazer perguntas assim. – riu do muxoxo que o policial soltara no telefone com a resposta.

- Ok... Ok... – disse vencido. – O que eu posso lhe informar é pouquíssima coisa, mas... O que me disseram foi que os próprios fardados daqui do quartel tomaram as investigações e exigiram que déssemos o caso por encerrado.

- Sério? Mas, por que fariam isso? – seus olhos brilhavam com a curiosidade crescente.

- Não sei, Má. – soou sincero. – Mas sabe como é... Ordens são ordens, ainda mais quando elas vêm de onde vieram.

- Entendi... –a cabeça trabalhava a mil, processando tudo. – Mas, ninguém comentou algo sobre o motivo da ordem?

- Até comentaram, mas... – Mariane percebeu que ele estava pensando muito, ponderando as palavras que iria dizer. E ela não gostava disso. Esses filtros, muitas vezes, prejudicavam a informação. – Eu não daria muito crédito para os comentários.

- E por quê?

- São muito mirabolantes. – respondeu de uma vez.

- Então, me conte! Adoro coisas mirabolantes, são tão divertidas. – insistiu.

- Tá bem. – se deu por vencido. – Andam dizendo umas coisas estranhas. Algo relacionado com dragões. Dá para acreditar? – riu. – Estão ligando sequestros com conto de fadas! – zombou.

- É... É... – sentiu o sangue gelar e a cabeça girar. – Dragões? Que doidera. – comentou, sentindo o coração apertar cada vez mais, até a sensação se tornar insuportável. – Carlos, valeu pelas informações. Vou deixar você trabalhar.

Ela o ouviu dizer algo parecido com um "claro, garota" ou "disponha". Ela não saberia dizer ao certo o que fora, pois seus ouvidos zuniam. Sentia como se fosse desmaiar a qualquer instante.

- Vou continuar com as investigações. Tchau, Carlos! – e desligou o telefone sem esperar por uma réplica.


(DESCULPEM ENCERRAR ASSIM, MAS FINALMENTE CONSEGUI REALIZAR UM SONHO, MEU LIVRO SERÁ PUBLICADO PELA EDITORA NOVO SÉCULO. POR ISSO, PEÇO PELA COMPREENSÃO DE VOCÊS. DEIXAREI AQUI UMA DEGUSTAÇÃO DE CADA CAPÍTULO DO LIVRO E ESPERO QUE ESTA OBRA POSSA CONTINUAR AGRADANDO OS LEITORES POR AÍ. MUITO OBRIGADA POR TODO O APOIO QUE VOCÊS VÊM ME DANDO E REALMENTE DESEJO QUE NÃO FIQUEM CHATEADOS POR RETIRAR O LIVRO COMPLETO DAQUI... O LANÇAMENTO ESTÁ PREVISTO PARA A BIENAL DE SÃO PAULO DESTE ANO, SE PUDEREM, POR FAVOR, APOIEM A MARIANE E O ANDREY! ABRAÇOOOOOOS =D ) 

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