37. Singularidade

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Wells caminhou em passos minunciosos em volta da máquina do tempo. Seu peito batia em êxtase.

-Rip Hunter ficaria impressionado.Ele construiu a primeira dessas, é um homem interessante. - Ele disse com um brilho nos olhos. Finalmente voltaria para o seu tempo, para sua casa.

Kalya segurou seu arco com firmeza e apontou para Reverso, mesmo sabendo que se Wells quisesse, poderia a matar em segundos.

Gostava de ter uma garantia, afinal, as suas flechas eram feitas de uma substância que poderia paralisar Reverso por uns instantes. Mesmo que fossem poucos segundos, isso fazia com que a brasileira senti-se um pouco mais segura.

-Muito obrigado, Cisco - Reverso o lançou um olhar de agradecimento e adentrou na esfera a ligando logo em seguida.

A porta da esfera fechou-se de forma lenta e um gostinho de triunfo preencheu Eoboard.

-Casa -Wells sussurrou olhando para o portal a sua frente, seus olhos emitiam um enorme brilho, que até então, ninguém havia visto.

Faltava apenas trinta segundos quando o portal emitiu um enorme brilho. Um vulto vermelho saiu em um flash do portal e socou a esfera. Os destroços da máquina voaram com tudo e o impacto derrubou Joe, Kalya e Cisco no chão.A pancada foi forte e fez com que os três ficassem desacordados.

-Por que? Por que você não a salvou? Por que? Podia ter a vida que queria. Podia ter tudo que sempre quis. - Reverso gritou furioso caminhando em direção do Flash.

-Só que eu já tenho. -Barry respondeu com um sorriso convencido.

-Não por muito tempo. -O homem de traje amarelo falou com sua voz vibrando e seus olhos vermelhos turvos.

Uma luta iniciou-se entre os velocistas, raios amarelos e vermelhos misturavam-se no ar. Em meio a empurrões e socos os dois lutavam entre si, enquanto isso, Ronnie e Caitlin tentavam salvar Central City da singularidade em apenas 10 segundos.

Wells pressionou Barry contra a parede e desferiu diversos socos. Sua mão apertou o pescoço do velocista vermelho e a outra vibrou preparando-se para virar uma arma letal.

-Só para ser claro, depois que eu matar você, eu vou matar todos eles. Sem exceção. Inclusive o seu pai. - O ódio vibrava no tom de Reverso. -Então matarei a brasileira por último, para que ela se arrependa de não ter usado de forma inteligente o poder que tem e o conhecimento sobre essa dimensão. -Os olhos de Eoboard irradiavam o ódio existente em seu coração -Ah, Barry, se você tivesse sido inteligente teria unido a sua velocidade com os conhecimentos dela e assim poderia ter me vencido, mas no final...eu sempre venço, Flash! -Wells levantou sua mão e mirou no coração de Barry.

Um barulho de tiro ecoou alto e fez com que Eoboard cambaleasse para trás. Eddie segurou a arma em sua mão ainda sem acreditar no que havia feito. A dor de um tiro no peito não era pário com o vazio que ecoava na cabeça do loiro toda vez que pensava no que Reverso havia o falado.

Thawne começou a ficar turvo e a piscar, estava aparecendo e desaparecendo constantemente. Havia poucos minutos que Cisco havia conseguido voltar a consciência e procurava uma forma lógica de entender tudo que estava acontecendo.

-Eddie é o ancestral dele, se o Eddie morrer ele nunca vai nascer, a existência dele tá sendo apagada. -Cisco falou com dificuldade tentando explicar a situação para Barry que o encarava confuso.

Íris correu até Eddie e o abraçou implorando para que ele ficasse. O desespero rodiava a todos presente.

-Ele estava errado, eu acabei me tornando um herói. -Eddie sussurou com dificuldade. O sangue estava indo para a sua garganta e dificultava a sua fala. -Eu só queria ser o seu herói. - Um sorriso singelo prencheu o rosto quase sem vida do loiro.

-Você é o meu herói, por favor, não me deixe. - Íris deixou o rosto de Eddie ser molhado por suas diversas lágrimas.

Eddie ergueu a cabeça para lançar um último olhar para Íris. Um agradecimento de um homem cujo destino foi amaldiçoado por seus próprios descendentes.

-Não..não. -Íris gritou sentindo o peito doer em luto e inconformação. A morte já havia jogado o seu manto de misericórdia nos ombros de Eddie Thawne.

Kalya acompanhava tudo do canto, sua cabeça rondava, havia batido forte no chão. Alguns lágrimas escaparam de seus olhos noturnos ao ver o buraco vermelho no peito de Eddie. No final, ele realmente foi embora como havia dito que iria. A brasileira só não esperava que fosse de uma forma tão trágica e triste.

-Eu controlei a sua vida por tanto tempo, Barry. Como vai sobreviver sem mim? -Foram as últimas palavras de Eoboard antes do seu corpo ficar brilhante e tornar-se partículas de pó.

Ao invés de fechar, o buraco de minhoca reabriu tornando-se instável. Dr.Stein pediu para que todos se retirassem o quanto antes. Tudo que estava próximo estava sendo sugado para dentro da fenda espacial.

-Não, não! Eu não vou deixar ele aqui! - A garota chorou abraçando o corpo sem vida no chão.

-Precisamos ir, querida. -Joe segurou sua filha e em segundos todos estavam em um local seguro, graças ao Flash e sua velocidade.

O corpo de Eddie foi puxado para dentro da singularidade que havia se formado. O buraco havia tomado uma proporção enorme. Destruía tudo que estava por perto, prédios, fachadas, sugava carros e destroços.

-A gente tem que parar o movimento, basicamente, é como um tornado, só que de cabeça para baixo, e bem maior. -Barry gritou tentando não deixar seu desespero aparente.

Todos encaravam com preocupação o buraco de minhoca. Tudo parecia estar preste a acabar.

-Esse fenômeno tem muita energia, não pode impedi-lo. - Stein suspirou frustrado enquanto encarava a singularidade.

-Eu tenho que tentar. - Barry respirou fundo, colocou sua máscara e limpou o sangue que insistia em escorrer da sua boca.

Olhou de soslaio para a brasileira que o encarava de forma esperançosa, foi o único olhar em que encontrou uma fonte de esperança em meio a tanto desespero e dor. Ela acreditava nele, ao menos alguém acreditava que ele conseguiria e de certa forma, para ele, isso já era o bastante.

Os olhos esverdeados encararam com medo e determinação o enorme problema que estava acima. Os raios brilharam nos olhos do velocista e em segundos seus pés flutuaram e uma corrente elétrica percorreu por seu corpo.

Do outro lado da cidade de dentro da prisão, Henry observava por a pequena janela, um raio amarelo escalar um enorme prédio.

-Meu Deus...Barry?! - Seu peito encheu-se orgulho e preocupação, era o seu filho salvando o dia, mas batendo de frente com o perigo.

Allen correu o mais rápido que pôde, desviou dos destroços que estavam no caminho e que eram sugados a todo instante. Em segundos estava dentro do buraco que era chamado de singularidade.

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