Entre a sintonia e a velocidade

0.5 Fim;

Kalya encarou a movimentação da cidade e suspirou fundo sentindo seu coração totalmente acelerado. O céu estava cheio de estrelas e a lua embelezava mais ainda as diversas constelações.

Os olhos pretos encararam a tela do celular, observando a foto com Barry e como ele sorria feliz olhando para a brasileira.

momentos que não voltam...

Kalya discou o número do velocista e suspirou fundo desistindo da ideia. Sentou-se sozinha e então encarou a imensidão escura que era o céu.

Recordou-se dos momentos juntos com o velocista e se perdeu nas memórias reais e nas que ela mesmo inventou.

-Maldita hora que fui me aproximar tanto dele. - Ela jogou a cabeça para trás lembrando do olhar esverdeado que tanto a atormentava.

-Encontrei você - Barry sussurou próximo a garota fazendo com que ela levasse um susto e quase caísse da cadeira onde estava sentada. -Desculpas, quase derrubo você. -Ele segurou a brasileira evitando que ela tombasse para trás.

-Por que tava me procurando? - Kalya perguntou confusa tentando regular sua respiração que havia desordenado por conta do susto.

-Eu acho que precisamos conversar. -Barry mordeu o lábio inferior nervoso e então escondeu as mãos trêmulas dentro do bolso.

-Nossas conversas geralmente não acabam tão bem e já é madrugada, não conseguiu dormir? -O tom da brasileira soou com desconfiança e medo do que estaria por vim.

-Desde que eu reencontrei você, na verdade, desde que você foi embora. Quando chega a noite, eu não consigo dormir. -Ele respondeu dando um sorriso sem jeito. -Sabe, Lya, eu costumava me sentir culpado e me questionar todos os dias sobre o peso que eu carregava por ter deixado você ir. E principalmente pelas tantas palavras que eu não te disse. -Barry respirou fundo e então encarou a lua cheia no céu.

Tantas palavras de amor...

-Quando fui embora, eu costumava escrever pra você em um velho diário. Sendo sincera, eu escrevia tanto sobre você, que parecia que ele mais pertencia a você do que a mim. Eu geralmente reescrevia as memórias de nós dois juntos e bom, eu confesso que ficava uma linda história. -Kalya confessou admirando o brilho das estrelas e deixando algumas lágrimas escaparem.

-Eh...é uma história que se complicou e a gente sabe bem o porquê. -Barry respondeu de forma sincera e então seus olhos fixaram-se nos da garota.

-Eu queria muito ter ficado, Barry, você não imagina o quanto. Mas não tinha como, eu queria tanto você que não importava o quão perto eu tivesse, eu sempre iria querer estar mais. -A brasileira engoliu o seco permanencendo o olhar fixo no do velocista. -E então eu fui embora e a maldade do tempo fez eu me afastar de você. - As palavras pareciam adagas de dois gumes, feriam a quem dizia elas e a quem escutava.

-Não, Lya. Nem a maldade do tempo conseguiu me afastar de você. Eu continuei a procurando mesmo quando você não queria ser encontrada. -Allen aproximou-se da mulher ao ponto dos dois conseguirem sentir o calor emitido por ambos os corpos.

-Você pode estar certo sobre isso, mas só tem algo que eu posso realmente afirmar. É que essa paixão que sinto é antiga e parece que o tempo nunca passou. -Ela confessou inebriada pelo cheiro masculino que havia ficado mais forte devido a aproximação dos corpos.

-Merda, Kalya. Eu não consigo evitar você. -Ele afastou-se dela evitando perder o controle. -Seus olhos ainda continuam tão oblíquos e dissimulados quanto na primeira vez que os vi. -Barry engoliu o seco e contou de um até dez mentalmente na tentativa de conseguir controlar a paixão avassaladora que continha no peito.