Lili Reinhart
Como de costume, Savannah logo arranjou alguma coisa para Cole resolver com ela fora de casa. Ele nem se despediu ao sair e parecia ainda estar muito bravo comigo. Eu fui até seu estúdio e encontrei a tela que manchei destruída no chão. Ele até derrubou alguns de seus materiais de trabalho. Comecei a pegar tudo e arrumar no lugar quando encontrei o antigo caderno de desenhos que ele usava quando estava preso. Folheei parando no desenho que ele fez de mim em uma das sessões. Foi um ótimo dia e eu me sentia mais no controle do que agora.
Reparei que ele tinha desenhado mais alguma coisa ali e abri a folha. O que vi me deixou sem chão. Ele desenhou a Savannah. Sentei-me em uma das cadeiras do quarto porque jurava ter tido uma vertigem.
Eu desenho os meus objetivos. — a voz dele ecoou em minha cabeça.
Por que ela era um objetivo? Comecei a relembrar de todas as situações do último dia, inclusive o fato de ele ter demorado a chegar em casa na noite passada e se dizer cansado demais para fazer sexo comigo. E se ele já tivesse feito antes de voltar? E se o jantar foi apenas uma desculpa? Essa distância e falta de atenção significavam isso? Eu estava sendo substituída? Já não era mais sua obsessão?
Com meus dedos trêmulos, eu fechei o caderno novamente e o coloquei junto com as outras coisas dele. Saí do estúdio pois se ficasse destruiria todos os valiosos quadros que ele pintou e não queria correr o risco de alimentar o ódio de Cole agora que eu não era mais o seu mundo. E se ele se cansasse de mim e me machucasse? Isso poderia acontecer.
Fui até a cozinha e bebi um copo de água gelada para me acalmar e repor as lágrimas que estavam descendo por meu rosto. Olhei para o faqueiro e pensei em garantir a minha proteção, mas lembrei de quando fiz isso e ele a encontrou. Dessa vez ele poderia cortar o meu pescoço sem se preocupar. Então o que eu faria?
Comecei a chorar aos soluços e desesperada. O homem que eu amava estava me traindo com a mulher mais mesquinha que eu já conheci. Como eu poderia pensar em agir naturalmente para manter a minha segurança? Bem, eu podia ao menos me sentir ressarcida disso de alguma maneira. Talvez eu possa dar o troco sem que ele saiba só pra que eu me sinta melhor, só para não ser a única a ser enganada ali.
Peguei uma garrafa de vinho branco, duas taças e fui até o jardim dos fundos. Enchi uma das taças e dei um grande gole antes de pegar o meu celular e começar a digitar uma mensagem.
Lili:
Oi, Thomas. Desculpe ter te ignorado mais cedo, eu estava um pouco mal. Pois é, eu e Cole brigamos e ele saiu correndo para longe de mim. Estou deprimida. Você quer tomar uma taça de vinho comigo? Estou no jardim.A janela de um dos quartos da outra casa se abriu e Thomas apareceu com o celular na mão. Eu indiquei o vinho sobre a mesa do jardim e ele abriu um sorriso de canto, depois sumiu do meu campo de visão. Minutos depois, Thomas estava na porta da cerca que separava sua casa da minha.
— Ei, olá! — sorriu. — Como se sente?
— Um pouco carente de atenção. — suspirei. — Sabe como é ter uma pessoa ao seu lado que parece não ter tempo pra você?
— Eu cresci com pais divorciados, então sim. — riu. — Sinto muito que ele esteja fazendo você se sentir assim. — acariciou minha face.
Ficamos nos encarando por alguns segundos e logo a tensão pareceu ficar forte.
— Vinho? — ofereci.
— Sim. — assentiu.
Enchi a taça para ele e então nós nos sentamos à mesa e começamos a beber e conversar. Thomas me contou mais sobre sua vida e principalmente a faculdade. Ele era interessante e com certeza seu estilo de vida acentuava ainda mais o quão mais jovem do que eu ele era. Me peguei pensando se teria tanta energia para as festas da fraternidade que ele descreveu.
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Reaper ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗ
FanfictionLili Reinhart é uma psiquiatra especialista em transtornos de personalidade. Em seu novo caso, ela foi designada para analisar o famoso serial killer Cole Sprouse, mais conhecido como "Ceifador". Conhecendo o modo como ele operava, ela decide usá-lo...