Capítulo 1

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Ally

Ser professora sempre foi meu sonho, mas minha família nunca quis que eu tivesse uma profissão

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Ser professora sempre foi meu sonho, mas minha família nunca quis que eu tivesse uma profissão. Na nossa "comunidade" uma mulher só serve como troca para negócios maiores e para lhes dar herdeiros. E comigo não foi diferente.

Mas eu resolvi mudar, desafiar a família fugindo de casa. E aqui estou, depois de quatros anos seguindo o meu maior sonho, sendo parcialmente livre e uma professora excelente.

Apesar de agora achar que escolhi a turma errada. Inicialmente eu queria dar aulas para crianças mas a única turma disponível era a da pior sala da escola, infelizmente tive que vê para cê, agora eu sei o porquê nem um professor fica nessa sala.

– Bernardo! - gritei o adolescente - Largue as coisas dele! - puxei seu braço, mesmo com ele sendo maior que eu.

– Como quiser professora. - sorriu perverso e jogou tudo que havia dentro da mochila no chão. 

– Vou te levar a diretoria. - falei entre dentes, nervosa e com raiva por estar passando por isso com um garoto de 16 anos que mais parecia um homem de 20.

Bernardo me olhou debochado, soltou seu braço de minha mão e disse;

– A senhora já vez isso antes, poupe esforço. Sabemos que não serei espulso. Além do mais, eu tinha que amostrar para esse bixinha quem é que manda nele. 

Minha espinha gelou, tive vontade de puxar os cabelos loiros de Bernardo e lhe dá uns tapas na cara. Respirei surpresa com meus pensamentos, nunca tive uma vontade tão violênta, normalmente sou calma ao extremo.

Um barulho de cadeira caindo me vez olhar para o fundo da sala, vi Victor - meu melhor aluno - levantar espumando. Eu já sabia o que viria a seguir, parecia um loop infinito que eu nunca conseguia sair. 

– Por favor, Victor. De novo não. - tentei acalmar mas ele já está em minha frente, e eu era a única coisa que o separava de Bernardo.

– É sempre a mesma coisa, ele provoca o Gabriel, a senhora tenta apartar, depois eu bato nele e a gente para na diretoria. E mesmo assim ele não aprende. - Victor gritava. - Acho que dessa vez eu vou ter que te quebrar inteiro, seu filha da puta! 

Gabriel - que até então não tinha se pronunciado - levantou, segurou o braço de Victor ó virando para ele.

– Você não precisa ficar sempre me defendendo, nem batendo em ninguém por mim. - disse envergonhado.

– Ouça sua namoradinha, Victor. Não tô afim de te derrubar hoje. - riu.

– Pare de provoca-lo!

Victor rosnou. – Todo mundo sabe que você sempre apanha de mim, seu porra. 

Antes que eu tivesse qualquer reação me senti ser puxando por um dos alunos, o que acabou dando espaça para Victor acertar Bernardo com um soco que o levou ao chão. 

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