Um

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Qual o Seu Encanto?

Tessa

ANTES

Chego até a casa onde minha amiga, Melissa, está morando com seu noivo. Eles são ridiculamente lindos juntos, um pouco nojentos, meu diabete grita vendo-os cheios de gracinhas.

Toco a campainha e espero pacientemente, vejo minhas mensagens são todas do grupo da família. O almoço de domingo em família são tradições, ninguém pode perder.

A porta da casa é aberta, Dylan aparece como sempre sem camisa.


— Hei, Tess. Como vai? — ele sai do caminho para que eu entre.
— Você não tem uma blusa? — resmungo. — E, a proposito estou bem e você?
— Sua amiga nunca reclama da minha falta de roupa. — ele brinca. — Estou bem.
— Claro que ela não reclama. Onde está ela?
— O moranguinho deve estar saindo do banho. — seu sorriso sacana diz tudo.
— Vocês não cansam?
— Não mesmo. — Mel aparece só de toalha. – Oi, Tess.
— Cadê suas roupas?
— Pensei que você poderia me ajudar escolher algo legal. — ela da, um sorrisinho meigo.
— O que seria de você sem mim. — brinco, empurrando o traseiro dela pro quarto.
— Sinceramente eu não sei.
— Vamos logo. Quanto antes sairmos, mas cedo começo a beber. Preciso de algumas bebidas.
— Tão ruim assim? O que está acontecendo?
— Nada de mais, depois conto.



Entramos no bar, o local está cheio como sempre. Adoro a movimentação, o ambiente lotado me da ideia de que provavelmente terá algum homem interessante para o fim da noite.


- Vamos ficar aqui. - Dylan mostra a mesa livre onde ficaremos.
- Amo essa música! - Mel grita.
- Já escutei melhores. - brinco para irritá-la um pouco.
- Chata.
- Que você ama.
- Amo mesmo.
- Hei, devo ficar com ciúmes? - Dylan agarra minha amiga.

Caio na gargalhada.

- Eu não sei vocês, mas preciso beber. - falo indo na direção do bar.
- Oi gracinha, o que vai querer? - rolo os olhos para o barman.
- São quatro shots de tequila. - respondo.
- Só isso?
- Na verdade não... as tequilas são só o começo.
- Está em alguma mesa?
- Sim, a treze.
- Pode deixar que alguém leva para vocês.
- Certo. - faço os pedidos e volto para nossa mesa. - Aqui. - entrego as doses. - Saúde.
- Isso é horrível. - Mel faz uma careta.
- Depois da terceira você nem sente o sabor. - digo virando a outra dose que trouxe.
- Uau... vai devagar. - Dylan ainda não se acostumou em me ver bebendo tequila como se fosse natural.

Amo tequila, ela me deixa mais solta, desinibida.
Nossas bebidas chegam, nos servimos. Meu corpo se move com ritmo suave da música que toca.
Observo a pista de dança, corpos se esfregando um no outro. O meu se arrepia em expectativa, quero estar lá, mas ainda é cedo. Hoje é o dia para curtir com meus amigos, se eu for para a pista agora logo mais estarei indo embora com algum homem.

- Você quer ir lá? - Mel diz no meu ouvido.
- Talvez, mas eu não vou.
- Não quero ser a chata que te controla.
- Fica tranquila, na hora que eu for você nem vai notar.
- Como sabe?
- Por que vai estar agarrada no Dylan.
- Não me culpe, ele é uma tentação.
- Se você diz.
- Esqueci de falar, Louis está vindo.
- Tudo bem. - respondo tentando me fazer de indiferente.

Louis é um homem gostoso, daquele tipo que basta apenas olhar para você que sua calcinha cai automaticamente.
Pro meu azar, ele se quer me nota. Já o vi com algumas mulheres no pub onde eu trabalhava, todas magras com pernas longas e torneadas. Ele nunca olharia para a menina gordinha de cabelos coloridos.
Não sou do tipo insegura, confio em mim mesma. Porém, não sou idiota, sei que homens que saem lindas mulheres não olharam as com uma carne a mais.
Uma hora depois ele chega, seu perfume amadeirado enche minhas narinas. Sem nenhuma vergonha encaro-o, seu corpo forte e musculoso me deixa de boca seca. Imagino eu lambendo um pote de chantilly em sua pele negra.

- Oi, Tessa. - ele sorri.
- Hum, oi. - tiro os pensamentos impuros, eles ficam para mais tarde.
- Está toda gata.
- Obrigada. - ele vai acabar me enlouquecendo.
- Vou buscar tequila, alguém mais quer?
- Tess, com certeza. - Melissa diz sorrindo.
- Quer? - Louis me pergunta.
- Claro. - respondo.

O homem também gosta de tequila.
É oficial, ele vai acabar me enlouquecendo.

- Fecha a boca. - Mel fala só para que eu ouça.
- O que?
- Você está quase babando.
- Eu? Não.
- Tessa, você gosta dele!
- Não seja ridícula.
- Gosta sim.
- Talvez, eu sinta atração por ele.
- Só isso?
- Claro que é só.
- Então porque não chegou nele ainda?
- Acorda, Melissa, o cara sai com mulheres magras de cabelos sedosos e brilhantes.
- Ele pode gostar de você, e...
- Chega disso. - corto-a.
- Voltei. - Louis volta com quatro shots.

Pego um copinho e viro de uma vez.

- Você realmente gosta. - ele sorri.
- Eu gosto sim. - respondo, mal ele sabe as minhas segundas intenções.
- Uma mulher que bebe tequila sem fazer careta com certeza aguenta coisas fortes. - Louis fala perto do meu ouvido. Meu corpo arrepia no mesmo instante.
- Eu toda certeza aguento coisas fortes. - respondo lambendo os lábios. Seus olhos vão para minha boca.
- Bom saber.

Não sei se foi apenas minha imaginação fértil, ou se realmente estava acontecendo aquele flerte. Realmente espera que suas palavras tivessem o duplo sentindo.
A noite vai passando, o álcool começa a ter efeito sobre mim. Sinto-me mais solta.
Minha excitação é grande, não consigo parar de olhar, Louis. Que retribui cada olhada, talvez ele esteja bêbado por isso me encara de volta.


- Nós estamos indo. - Mel fala agarrada em Dylan.
- Claro que estão. - respondo rindo.
- Quer carona?
- Não valeu.
- Eu levo ela. - Louis diz causando arrepios no meu estômago.
- Então, Tess esta em boas mãos. - Dylan responde.
- Tchau. - Mel grita por cima da música.
- Divirtam-se. - grito.
- Você já quer ir, ou quer ficar? - Louis pergunta.
- Não sei. Se a gente for, você vai me levar direto pra casa? - questiono querendo saber quais as intenções dele.
- Sim, eu vou.
- Hum. - minha decepção é enorme.
- Ai você vai me convidar para entrar, e então eu só vou sair se lá amanhã cedo.
- E o que você ficar fazendo na minha casa até amanhã de manhã?
- Fodendo, do jeito que você ficou imaginando desde que eu cheguei.
- Foi tão obvio? - pergunto corando.
- Bastante.
- Está esperando o que pra me levar embora? - digo com a boca perto da sua.

Louis não responde, agarra minha mão esquerda e sai do bar.
Algumas mulheres ficam olhando, eu apenas sorrio. Morram de inveja suas vadias, porque hoje ele será meu.








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