Capítulo 1

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O escritório estava silencioso, apenas o som da chuva era ouvido, o que relaxava um pouco Namjoon, que soltou os ombros e desfez a postura rija, se permitindo deslizar no sofá em uma posição mais confortável.

Suspirou com os olhos fechados, sentia uma intuição, um pressentimento, desde que saira de casa de manhã, agora já era início de noite e ainda não descobriu o que é esse pressentimento, se é bom ou ruim, e principalmente, porquê ele não passa.

Se levantou, ainda pensativo com a sensação estranha, vestiu o sobretudo escuro e pegou o guarda-chuva.

Saiu do escritório em direção à saída do galpão, um de seus muitos devido ao trabalho. Encontrou Lee Taeyong no portão, este o cumprimentou.

- Já vai sair, senhor? - Namjoon assentiu em silêncio, ainda andando para fora, sendo acompanhado pelo beta. - Quer que eu peça um carro, ou talvez leve o senhor em casa?

- Não - Abriu o guarda-chuva, olhou para Taeyong atrás de si. - Eu vou andando hoje.

- Okey! - Taeyong se curvou mais uma vez, viu o chefe se afastar em passos largos.

Namjoon as vezes gostava de andar por aí como um humano comum, observar o movimento e se sentir um pouco vivo. Gostava, geralmente, de fazer isso em dias chuvosos, como hoje.

O sol o atrapalha as vezes, por ser um vampiro, não chega a queimá-lo como nos mitos, ou fazê-lo brilhar, apenas um incômodo irritante.

Ele andou tranquilamente, cantarolando uma canção antiga, da era das discotecas. De repente ouviu um tiro, tinha certeza que foi um tiro, conhecia muito bem, mesmo sendo bem longe, o que só conseguiu ouvir por sua audição de vampiro.

Mas não pensou muito, não tinha sequer curiosidade de saber quem atirou ou porquê e o que aconteceu. Continuou seu caminho, até chegar em uma encruzilhada, dois dos caminhos davam em sua casa, ele geralmente vira à direita, mas desta vez seguiu reto e decidiu virar na próxima. Não havia exatamente um motivo, ele apenas seguiu.

Passou por uma rua mais escura, se lembrou porque sempre vira antes, não gosta de passar ali, era mal iluminado e meio deserto, além de estreito. Porém, agora ele não voltaria atrás.

Andou alguns passos, quando sentiu um cheiro forte e conhecido, era sangue. Provavelmente, muito sangue. Namjoon andou mais rápido até achar a fonte daquele sangue. Atrás de uma caçamba de lixo, havia um ômega, sentado com as costas na parede e muito sangue em toda sua roupa e no chão em sua volta. Não estava muito molhado, o que apontava que o que quer que tivesse acontecido, foi bem recente. Namjoon logo se lembrou do tiro que ouviu.

Mas antes de fazer qualquer coisa, Namjoon prontamente identificou aquele sangue, era o sangue mais puro de todo o mundo. O sangue que procurava sua existência toda. Não podia desperdiçá-lo agora.

- Me... Me a-ajuda... - O ômega murmurou num suspiro que poderia ser o seu último.

- Você está consciente? - Namjoon perguntou surpreso. Se agachou na frente do ômega, ele não olhava para si, tinha as pálpebras baixas e respiração lenta. Estava morrendo. - Você está me ouvindo?

O ômega conseguia o ouvir, mas era bem distante, como se não estivesse bem ali. Fez muito esforço para conseguir o olhar, mas logo os fechou e deixou o corpo tombar, perdendo de vez a consciência.

- Ei, olha pra mim - Namjoon disse, conseguia ouvir a pulsação lenta do coração do ômega. - Merda! Não vai, não ainda... - Ele dizia para o corpo inconsciente.

Sentiu ainda mais forte a sensação estranha de seu dia inteiro, mas já havia entendido o que era o pressentimento. Tirou o celular do bolso, deixando o guarda-chuva cair, ligou para Taeyong, o pedindo para vir de encontro consigo de carro e chamar Kim Yure, o médico que atua em sua máfia.

O Ômega de Sangue Puro [Namjin|ABO]Onde histórias criam vida. Descubra agora