Capítulo 9 - Verdades Obscuras

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Sugestão: Ler enquanto escuta a música "Trompoline" da cantora Shaed com participação do Zayn.

(LUÍSA MODE ON)

Após atender mais alguns pacientes, é a vez da Luísa finalmente ser ouvida. Passar tantas horas ouvindo sobre os problemas das outras pessoas é sempre uma enorme doação, muito mais do que a morena imaginava que seria, sempre lhe dando a sensação de que como uma esponja, havia sugado tudo para ela. Justamente por todo o peso de sua profissão, os seus encontros com a Dra. Laura, sua psicóloga, são muito esperados, como uma fonte de recarga da energia dela.

Ao sentar no sofá da Dra. Laura, a ficha da garota cai, ela teria que contar sobre o Victor e imediatamente sente-se envergonhada. Apesar de toda a vergonha, ela sabe que não deve mentir ou omitir-se, afinal dessa forma prega com os seus pacientes, então conta para a psicóloga sobre a briga com o Victor após a sua ida ao shopping. Assim que começa a contar sobre a briga, Luísa percebe tudo de uma forma muito diferente de antes, notando o quanto foi tola e influenciável.

Luísa: Meu Deus, eu quis terminar e depois simplesmente transei com ele (Diz chocada)
Dra.Laura: Você percebeu que está em um ciclo vicioso? Toda vez que você decide terminar por um motivo plausível para você, você escuta o Victor, se sente culpada, perdoa ele e você se deixa levar pela promessa de uma melhora que nunca chega. (Diz explicando)
Luísa: Eu realmente estou em um relacionamento abusivo... (Diz passando a mão sobre o seu braço enquanto suspira e se dá conta da sua realidade)
Dra. Laura: Sim, você tem muitos sintomas de uma pessoa em um relacionamento abusivo. Primeiro que você nunca aponta o Victor como culpado, você sempre fala que fez algo que ele não gostou, sente nojo de você mesma o tempo todo e se põe para baixo também. Você se sente sempre obrigada a dar satisfações, como se ele fosse seu dono e dá para perceber que você vive assustada e com medo de algo (Diz explicando)
Luísa: Meu Deus, como eu não percebi isso? (Diz chorando)
Dra. Laura: Você percebeu, mas não aceitou que estava passando por isso, por achar que a sua profissão lhe blindaria de situações como essa (Diz explicando, sorrindo de canto)
Luísa: Eu sou muito burra, como vou fazer agora para me livrar dele? (Diz preocupada)
Dra. Laura: A culpa não é sua, ele lhe manipulou para pensar assim. O passo mais importante você já deu, que foi se abrir e falar sobre o seu relacionamento. Agora você precisa se afastar aos poucos e colocar um ponto final, antes que ele venha a piorar (Diz orientando)
Luísa: Entendi, que bom que ele está viajando então (Diz tentando se acalmar)
Dra. Laura: Sim, vai ser bom para você, converse com suas amigas, acredito que elas irão lhe ajudar bastante (Diz aconselhando)

(HORAS DEPOIS)

Após saber que realmente está há anos em um relacionamento abusivo, o chão da Luísa parece ter sumido e todos os seus passos se tornam desalinhados. Enquanto dirige o seu carro, Luísa parece ter se desconectado do mundo e seu carro está praticamente a conduzindo sozinho até a casa da Ana.

Ao estacionar o carro na rua, Luísa respira fundo, pega a bolsa e sai do carro, indo em direção à portaria do prédio.

Luísa: Oi, a Ana deixou a chave aí? (Diz olhando para o porteiro)
Porteiro: A mocinha está lá em cima já ( Diz avisando)
Luísa: Ah, tudo bem então, boa noite (Diz sorrindo, entendo que seria a Bia)

Luísa pega o elevador e rapidamente toca a campainha do apartamento da Ana, sendo recebida por um enorme sorriso da Bia.

Bia: Oie (Diz sorrindo)

Luísa sorri de volta e abraça sua amiga com muita força, fazendo a sua amiga estranhar.

Bia: O que houve? (Diz assim que elas terminam de se abraçarem, segurando a mão da Luísa e levando-a ao sofá)
Luísa: Acabei de sair da consulta e realmente estou em um relacionamento abusivo (Diz começando a chorar)
Bia: Ela te deu o diagnóstico? (Diz triste)
Luísa: Sim, ela explicou várias coisas, que eu sempre me sinto culpada e me coloco para baixo..  (Diz chorando)
Bia: E o que você vai fazer agora? (Diz segurando a mão da amiga)
Luísa: Eu não sei, eu sou tão burra Biazinha (Diz chorando)
Bia: Voce não é nem um pouco burra, o culpado aqui é ele. Eu e a Ana já sabíamos que você estava em um relacionamento abusivo, mas só você pode sair disso e procurar uma saída (Diz passando a mão nos cabelos da amiga)

Luísa abraça a Bia e em seu ombro chora tudo o que precisava chorar.

Luísa: Como eu deixei me levar? Eu sou uma psicóloga, deveria ter ligado todas as pistas que ele sempre me deu (Diz chorando, enquanto aperta a mais nova)
Bia: Todo mundo é suscetível à erros, independentemente de sua profissão. Você não é burra por ter amado demais, não é culpa sua (Diz acolhendo a amiga)

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