𝐖𝐈𝐋𝐋.

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𝘚𝘵𝘢𝘳𝘵𝘪𝘯𝘨 𝘸𝘪𝘵𝘩:

━━━ ༉·₊˚𝐒𝐓𝐑𝐀𝐍𝐆𝐄𝐑 𝐓𝐇𝐈𝐍𝐆𝐒 𝟑, 𝘵𝘪𝘮𝘦.
#𝓦𝐢𝐥𝐥𝐢𝐚𝐦.▐ (164 𝘥𝘢𝘺𝘴.) ! 𝘧𝘦𝘮. 

𝐍𝐀𝐑𝐑𝐀𝐓𝐎𝐑 𝐏𝐎𝐕

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𝐍𝐀𝐑𝐑𝐀𝐓𝐎𝐑 𝐏𝐎𝐕.

⸻ Oi. ⸻ O pequeno Byers sorri brevemente, sentando em uma cadeira ao lado da cama de S/n. ⸻ Me desculpa por não ter vindo ontem, eu sinto muito. ⸻ A aquela altura, Will já tinha seus olhos lacrimejados. ⸻ Eu trouxe flores, suas preferidas.

O menino sorri novamente, como se a garota pudesse vê-lo e admirar o sorriso que ela tanto amava.

Byers segurava as flores em suas mãos. Evitando olhar para elas, com a certeza de que todas as suas lágrimas caíram de seus olhos se o fizesse.

⸻ Olha.. ⸻ O garoto pronunciou-se após alguns segundos em silêncio. ⸻ Se você pudesse ao menos me dar um sinal que ainda está aí, me ouvindo. ⸻ Foi inevitável não derramar algumas lágrimas pelo seu rosto. Ele não queria parecer tão fraco diante aquela situação, mas ele não conseguia, não com ela ali, inconsciente e seguindo um trajeto até a morte lentamente.

William levou uma de suas mãos até seu rosto, limpando as lágrimas que insistiam em sair, deixando todos os seus sentimentos e fraquezas amostra.

As flores agora estavam em uma pequena mesinha ao lado da cama. Will havia colhido as mesmas de manhã, antes de ir ao hospital. Ele costumava fazer isso todas as manhãs, por todos os dias.

⸻ Hoje faz cento e sessenta e quatro dias. ⸻ O garoto suspira, sua voz saia falhada e chorosa. ⸻ E se você estiver ouvindo, eu sinto sua falta. ⸻ Will segura a mão da garota com um pouco de dificuldade pelo oxímetro no dedo indicador da mesma. ⸻ Max pediu pra dizer que se você não acordar antes do aniversário dela ela virá aqui bater na sua cabeça com o skate. ⸻ Byers deu uma risadinha nasal pelo seu comentário e lembrando exatamente das palavras de Mayfield.

Agora, o garoto se via confuso, com medo, abalado. Ele tinha tanto para falar, mas ele não sabia por onde começar. Ele não sabia como a salvaria de tudo aquilo. Ele se sentia culpado, se culpava todos os dias pelo que tinha acontecido a cento e sessenta e quatro dias atrás.

⸻ E Mike, bem, ele também está com saudades! Mais especificamente porque ele só tem a Max para implicar agora.

Will sorriu de novo. Mesmo com tantas lágrimas escorrendo de seus olhos, ele gostava de sorrir quando estava com ela. Ele só queria que ela o visse sorrindo.

⸻ Ela está evoluindo, indo muito bem, na verdade, rapaz. ⸻ O doutor adentrou a sala, chamando a atenção de Byers que rapidamente usou a manga de sua blusa para limpar suas lágrimas e lutou contra si mesmo para não derrubar as que ainda estavam ali.

⸻ Ela vai acordar, não vai? ⸻ Will repetiu as mesmas palavras de todos os outros dias, essa era a única dúvida que fazia morada na vida do pequeno Byers, e também era o motivo dos seus piores pesadelos.

⸻ Acredito que a evolução é um bom sinal, garoto. Ela acordará do coma, estamos fazendo o possível para isso. ⸻ O doutor vai até o garoto, bagunçando seus cabelos e tentando quebrar o clima pesado que se instalava naquele quarto toda vez que a pergunta diária era feita. ⸻ Se lembra do que conversamos?

⸻ Lembro. ⸻ William completou. Forçando um sorriso para o doutor. ⸻ Será que posso conversar com ela por mais cinco minutos? ⸻ Aquela era a forma de Byers de pedir para ficar sozinho.

⸻ Sem problemas. ⸻ O mais velho retribuiu o sorriso de Will, saindo do ambiente sem questionar. Ele entendia a dor de Will, afinal, os dois já eram como melhores amigos, e o doutor, como um conselheiro para Byers.

⸻ Eu te daria todo o ar dos meus pulmões se eu pudesse aquele dia. ⸻ Will voltou a falar com a garota, finalmente libertando as lágrimas que ele prendia com a presença do médico. ⸻ Eu sinto muito. Eu ainda lembro de cada detalhe daquele dia.

E ele realmente lembrava. Aquele dia no Starcourt marcou a sua vida da pior maneira possível.

Ele lembrava da garota em seus braços, tentando regular a respiração e ignorar o que estava acontecendo em volta. Ele lembrava do medo dela.

Lembrava do devorador de mentes, de todos os fogos atirados contra ele, de todas as tentativas de fazer com que S/n tivesse sua respiração normalizada de novo. Ele lembrava de seus amigos em perigo, da morte do irmão de Max. Da maldida crise de asma que S/n estava tendo.

Que segundo os médicos, foi a perda de oxigênio que a levou ao coma. William ainda tinha a esperança de que entre algum daqueles trinta dias que foram dados para S/n apresentar qualquer tipo de reação acontecesse, antes que os médicos dessem o diagnóstico final. E agora já são cento e sessenta e quatro dias.

𝐒𝐓𝐑𝐀𝐍𝐆𝐄𝐑 𝐓𝐇𝐈𝐍𝐆𝐒 | 𝘪𝘮𝘢𝘨𝘪𝘯𝘦𝘴.Onde histórias criam vida. Descubra agora