Paradoxo (Dramione)

CAPÍTULO 3

"Você disse que chegaria pela manhã." Disse Narcisa quando Draco aparatou na Mansão Malfoy.

"Ainda é cedo." Falou Draco.

"É uma hora da tarde. Isso não é cedo." Disse sua mãe em un tom afiado.

"Desculpe, acabei me distraindo." Aquele dia aparentemente era o dia de Draco se desculpar.

"Onde você estava?" Ela perguntou.

"Fui ao Beco Diagonal esta manhã." Respondeu ele.

"Já não comprou tudo o que tinha que comprar lá ontem?" Questionou Narcisa.

"Eu não comprei nada lá hoje." Esclareceu Draco.

"E o que estava fazendo lá?" Perguntou sua mãe semisserrando os olhos.

"Nada." Respondeu ele.

"Então por que demorou?" Insistiu Narcisa.

Draco pensou se valia a pena ou não contar a sua mãe sobre aquela manhã. Ele ainda não sabia ao certo a opinião de sua mãe sobre os nascidos trouxas. Percebeu então, que aquela era a oportunidade perfeita para descobrir.

"Acabei esbarrando com Hermione Granger em um pub." Revelou Draco.

"Hermione Granger? A amiga de Potter?" Perguntou Narcisa arregalando os olhos.

"Que eu saiba não existe outra." Disse ele.

"E desde quando vocês são próximos?" Questionou sua mãe intrigada.

"Por Salazar, nós não somos. Aquela garota é insuportável." Respondeu Draco.

Narcisa apenas o olhou desconfiada por um momento e mudou de assunto.

"Venha, vamos almoçar." Disse ela.

Aquela conversa não fora muito esclarecedora sobre as opiniões de sua mãe, mas ao menos ela não insultara Granger, o que era um bom sinal.

Draco seguiu Narcisa até a sala de jantar e se sentou em frente a ela. No momento em que o almoço foi posto, uma onda de lembranças inundou a mente dele.

Gritos. Tortura. Dor. Assassinatos. Sangue.

Draco sentiu seu peito gelar, era como se Voldemort estivesse aqui novamente sentado na cabeceira com seus comenasais a sua volta. Era como se ele estivesse esperando sua hora de morrer ou matar alguém.

Matar ou morrer. Torturar ou ser torturado.

Draco soltou o garfo que percebeu que estava apertando a ponto de marcar as mãos.

"Querido, você está bem?" Perguntou Narcisa o fitando com preocupação.

"Sim." Mentiu ele.

"Venha, meu filho. Vamos comer lá em cima." Disse sua mãe se levantando. "Estel, pode levar a comida para o quarto de Draco, por favor?" Ela perguntou ao elfo doméstico.

Draco arregalou os olhos em espanto. Sua mãe sempre fora rígida com regras de etiqueta, nunca o deixara comer no quarto. Ele, porém, não reclamou e subiu.

Narcisa se sentou na cama ao lado do filho e ambos comeram em silêncio. Ao terminar seu jantar, sua mãe começou a falar.

"Eu também não gosto nada das lembranças que esse lugar traz, principalmente a sala de jantar. Tenho feito muitas refeições no quarto ultimamente." Ela parou e respirou por um momento. "Vou reformar essa casa, mudar tudo, fazer dela um lar."

Draco não disse nada, apenas pegou a mão de sua mãe. Em alguns momento, palavras não precisavam ser ditas, apenas sentidas.

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