CAPÍTULO 23

1K 93 0
                                    

Draco estava jantando com sua mãe na Mansão Malfoy e pensava sobre as palavras certas para contar a ela sobre Hermione. Tudo o que ele queria era ter o apoio dela, mas mesmo que não tivesse, ele não desistiria de Hermione. Tinha plena consciêcia que era possível que ela desaprovasse, mas sabia que ela nunca o renegaria como tinha feita com a irmã.

"Mãe." Chamou ele.

"Sim, querido." Disse Narcisa olhando para ele.

"Vou te fazer uma pergunta e quero que me responda com sinceridade." Disse Draco.

"Diga."

"O que você acha sobre os nascidos trouxas?" Perguntou ele.

"Por que essa pergunta?" Questionou sua mãe.

"Só me responda, mãe." Disse Draco franzindo os lábios. Ela estava se desviando da pergunta.

"Como já te disse antes, não sou como seu pai que acredita que todos eles devem ser eliminados." Disse Narcisa.

"Eu sei o que meu pai acredita. Eu quero saber em que você acredita." Esclareceu Draco cerrando a mandíbula.

"Antes da guerra, eu achava que eles eram a escória da sociedade, que eram seres imundos que levariam a ruína ao mundo bruxo." Disse sua mãe com sinceridade, causando náuseas em Draco. Ele já sabia que Narcisa já pensara daquela maneira, o difícil foi ser lembrada que ele mesmo já pensara assim.

"E agora, o que pensa?" Perguntou ele, tenso, engolindo em seco.

"Agora não os vejo como seres imundos e não acho que levarão a ruína o mundo bruxo." Disse Narcisa e o coração de Draco se encheu de esperança. Essa esperança, no entanto, murchou quando ela continuou a falar. "Mas isso não quer dizer que eu não valorize a pureza de sangue." Completou e ele sentiu como se tivesse levado um soco no estômago.

Draco se levantou e apoiou as mãos na mesa, fuzilando a mãe com os olhos.

"Isso é uma pena, porque minha namorada é nascida trouxa." Disse ele firmemente, lutando para manter calmo o tom de voz.

Narcisa engasgou com a água que estava bebendo.

"O que disse?" Perguntou ela séria.

"Minha namorada é nascida trouxa." Repetiu Draco olhando no fundo dos olhos dela.

"Quem é ela?" Perguntou sua mãe cerrando a mandíbula.

"Hermione Granger." Respondeu Draco, direto.

Narcisa ficou em silêncio por vários minitos, apenas olhando para o próprio prato. Ela estava imóvel, estática, sem sequer piscar. Quando Draco estava dando as costas para sua mãe, ela finalmente falou:

"Você está feliz?"

Draco se virou para ela novamente e a fitou.

"Sim. Por causa dela. Ela tem me feito feliz, e a senhora sabe muito bem que felicidade não é algo fácil de conseguir para mim." Respondeu ele.

Sua mãe respirou fundo e disse por fim:

"Ela não é a namorada que eu escolheria para você, mas se ela te faz feliz, não vou me opor."

Aquela não era a reação que Draco esperava, mas era um começo. Ele assentiu e subiu para o seu quarto, sem dizer mais nenhuma palavra.

Hermione jantava com seus pais enquanto eles faziam perguntas e mais perguntas sobre Hogwarts. Apesar das corujas semanais, eles queriam ouvi-la contar.

"Você está se adaptando bem sem Harry e Rony, querida?"

"Estou sim, mãe." Respondeu Hermione. "Foi bem difícil no começo, mas temos nos falado por cartas. Harry inclusive, me deu um espelho de dois sentidos."

"E o que é um espelho de dois sentidos?" Perguntou seu pai intrigado.

"Dois espelhos ligados magicamente, servem como um meio de comunicação entre    as     pessoas    que     o    possuem. É algo que funciona como um walkie talk." Respondeu Hermione.

"E como são mesmo o nome do menino que você mencionou em uma das cartas?" Perguntou o Sr. Granger curioso.

"Theodore Nott, que é monitor chefe comigo." Respondeu Hermione. "Acabei fazendo amizade com os amigos dele também. Blásio Zabini e Draco Malfoy." Completou ela. Aquela era sua deixa.

"Eu não disse que as crianças cresciam?" Disse sua mãe ao ouvir o nome de Draco.

"Ele tem sido muito bom pra mim, na verdade. Tem me dado apoio, tem me feito muito bem." Disse Hermione.

"E você está se dando bem com ele?" Perguntou seu pai desconfiado.

"Sim, muito bem." Respondeu Hermione tomando um gole de suco em seguida. "Na verdade, Draco e eu estamos namorando."

Sua mãe deu um sorriso amigável e seu pai engasgou com a comida.

"Está tudo bem, pai?" Pergunrou Hermione preocupada. Se essa fora sua reação com um simples namoro, não queria nem imaginar quando contasse sobre o fim de semana romântico.

"Sim, está tudo bem. Eu só não estava preparado para isso." Respondeu seu pai dando um grande gole o copo de suco.

"Eu entendo." Disse Hermione. Ela realmente entendia. Nunca mencionara seu breve namoro com Rony para seu pai, para ele, Draco era seu primeiro namorado.

"Eu gostaria de conhecer esse tal de Draco." Declarou o Sr. Granger recuperando a postura.

"Sim, é claro." Concordou Hermione, mas logo mudou de ideia. Não sabia se Draco estava pronto para isso. "Agora acho que só vai ser possível nas férias da Páscoa, mas eu vou falar com ele."  Disse ela, precisaria conversar com Draco sobre isso, saber se ele ficaria confortável.

Seu pai fez uma careta, e sua mãe interferiu.

"Melhore essa cara, querido. Hermione já é uma mulher adulta. É claro que ia arrumar um namorado uma hora ou outra." Disse ela colocando a mão no ombro do marido. "Meus parabéns inclusive, meu amor. É muito bom te ver feliz." Completou se virando para a filha.

"Parabéns, filha." Disse seu pai também, com se tentasse se desculpar.  "Entenda que eu não desaprovo seu namoro nem nada do tipo. Só é preocupação de pai."

"Eu entendo." Tranquilizou Hermione.  "Sua reação foi muito boa, na verdade. Quando contei a Harry e Rony eles ficaram embasbacados. Draco e eles não se dão muito bem." Contou ela. "Mas meu novo projeto é fazê-los se tornarem amigos. Sei que vai ser difícil e que vai levar um bom tempo, mas eu vou conseguir."

Seu pai deu uma risada.

"Quando você coloca uma coisa na cabeça, você sempre consegue."

Paradoxo (Dramione)Onde histórias criam vida. Descubra agora