Walls

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Harry havia saído a mais ou menos meia hora da casa dos Tomlinson e já tinha chegado na faculdade, um pouco atrasado por ter que escapar dos braços de Louis e ter que se arrumar na casa dele, mas estava ali.

Na tarde anterior quando Louis acordou confuso por ter dormido por um dia inteiro, o militar começou a ficar extremamente quieto e distante como fazia exatamente quando se conheceram. Talvez tenha sido pela vergonha de ter seu segredo de não conseguir dormir revelado e por ter descoberto uma solução na pessoa mais improvável.

De qualquer forma, depois de jantar e dar uma olhada no filho adormecido, Louis havia ido se deitar na cama do seu próprio quarto e tentado dormir sozinho, mas era óbvio que não conseguiria sem o perfume de morango e eucalipto que Harry tinha, muito menos sem o seu calor. Se revirou milhares de vezes entre os lençóis e mal conseguiu fechar os olhos já que toda vez que o fazia uma imagem terrível vinha logo em seguida.

Bufou irritado com isso e se levantou para caminhar até o primeiro andar e encontrar Harry vendo algo no celular, mal notando a presença de Tomlinson no local e o só fez quando o mais velho pigarreou indiscreto.

- Sem sono? - Tentou adivinhar enquanto deixava o celular no balcão carregando.

- Na verdade, não. - Tentou coçar a nuca, mas não conseguiu por estar tentando com o braço errado. Bufou e revirou os olhos entes de fazer a mesma ação só que com o outro braço. - Eu só não consigo dormir e...

Suspirou derrotado por si mesmo. Já se sentia extremamente envergonhado pela cena de algumas horas atrás e achava que seria muito estranho pedir para que a babá de seu filho ir lhe fazer companhia para dormir.

- Queria saber se estava bem -Mentiu colocando novamente a armadura ao redor de seu coração, impedindo que os sentimentos de se embaralhar.

Harry riu e levantou uma sobrancelha enquanto caminhava para perto de Louis com os braços cruzados e aquela maldita expressão de quem dizia que sabia da mentira. Era em momentos como aquele que o militar odiava o fato de Harry ser muito observador e ter aprendido a lê -lo tão rápido.

- Louis. - Novamente o tom sugestivo que o mais velho conhecia tão bem. Era o mesmo tom que usava quando ia tirar satisfações ou cobrar algo dele. Tomlinson Resmungou ao ter os olhos verdes colados no seu rosto. - Quer eu finja que acreditei na mentira?

- Você é irritante sabia disso? - Resmungou desviando o olhar.

- Assim eu fico magoado. - Fez um bico exagerado nos lábios e franziu as sobrancelhas de forma que elas deixassem sua expressão dolorida. -Acho que não sou mais bem vindo aqui.

O tom arrastado e manhoso de sua voz fez com que o coração cercado de farpas de Louis fosse furado pelos mesmo. Sabia que era apenas uma brincadeira, mas não poderia deixar de achar a cena muito triste.

Harry deu de costas e começou a arrastar os pés em direção a porta da saída enquanto fungava baixinho e fazia alguns sons como se estivesse realmente chorando. Louis revirou os olhos e deu um passo a frente esticando o braço afim de alcançar a cinturinha cheinha do cacheado para o puxar para perto fazendo com que suas costas se chocarem com o peito do militar. Styles suspirou tanto pela surpresa quanto pela pegada firme da mão de Louis numa área tão sensível.

Atento ao movimento da mão tatuada deste, Harry observou o toque quente sumir de sua cintura coberta pelo pijama azul para subir quase lentamente até os cachos castanhos de sua cabeça para fazer carinho.

- Se sair daqui agora corre muitos riscos. - Segurou um suspiro com os olhos fechados ao ter a voz rouca sendo sussurrada em seu ouvido.

- Oh sério? - Virou o rosto parcialmente para o lado e ergueu os olhos para encontrar os azuis tão profundos com a pupilas dilatadas.- Que riscos são esses?

From War To HomeOnde histórias criam vida. Descubra agora