5- Quer subir?

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Lauren Jauregui Pov


O jantar não foi tão ruim quanto pensei que seria, passei umas vergonhas mas essas vou fingir que não aconteceu, o que importa é que no final eu senti que Camila se sentiu bem e ficou a vontade. Saímos da casa de Verônica e caminhamos pelas calçadas em silêncio, coloquei as mãos nos bolsos do meu casaco e a voz de Camila cortou o silêncio.

— Então... Castor? - ela franziu a testa.

— Tem a ver com os dentes - sorri forçada e apontei meus dentes da frente com o indicador e ela deu aquele sorrisinho.

— Por que ela está inválida?

Puxei ar até encher meus pulmões e então soltei lentamente pela boca.

— Sofreu um acidente há uns 18 meses.

— E aquilo dos filhos tem a ver com isso?

— Não sei - dei de ombros - acho que não queriam antes. Coisas do destino.

Ela olhou pra frente e cruzou os braços, parecia pensativa enquanto andávamos, alguns segundos de silêncio até eu quebrar dessa vez.

— Você quer... - passei a mão em meus cabelos e os joguei para o lado - minha casa fica...

— Muito complicado - ela me interrompeu.

— Está bem - concordei com a cabeça.

Suspirei e senti que ela estava me olhando, me concentrei para não tropeçar em meus próprios pés.

— Está ocupada amanhã? - ela perguntou baixo.

— Achei que ia embora...

— Não vou mais.

Continuamos andando em silêncio até que percebi onde estávamos e me empolguei um pouco, aquela rua dava em um jardim a qual eu achava muito lindo e então quebrei o silêncio a alguns minutos para falar sobre jardins.

— Todas essas ruas têm jardins misteriosos, como aldeiazinhas - semicerrei os olhos.

— Vamos entrar - ela falou animada ao parar em frente a um portão alto e fechado.

— Não - neguei sorrindo - são aldeias privadas. Só os vizinhos podem entrar...

Encarei o grande portão e ela me encarou erguendo uma única sobrancelha.

— Odebece a regras desse tipo? - e o sorrisinho apareceu junto com as covinhas.

— Não - neguei rapidamente, claro que eu estou mentindo na cara dura pra ela - mas os outros, sim. Eu faço o que eu quero - fiz uma cara de quem estava convicta do que dizia mas o jeito que ela me olhava mostrava que ela não acreditava em nada do que eu estava falando.

Suspirei e fui até o portão e o forcei um pouco vendo que estava trancado, óbvio. Revirei meus olhos e encarei a grade que tinha algumas plantas e segurei com força nelas e tentei subir mas meu sapato escorregou e eu quase cai.

— Ah meu santinho - sussurrei pra mim mesma.

— O que disse? - ela se aproximou sorrindo.

— Nada - neguei a encarando.

— Disse, sim - ela me apontou o indicador e parecia uma criança me pegando no flagra.

— Não disse...

— Você disse: "ah meu santinho" - colocou as duas mãos na cintura.

— Ninguém mais diz isso - neguei fazendo uma careta e ela ergueu as sobrancelhas - a não ser...

Notting Hill - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora