Conhecendo o passado

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Fiz as malas rapidamente e Theo passou em minha casa para nos levar. Apressados pusemos as malas no carro e partimos a grande velocidade.

As mensagens e chamadas do Pack enchiam o meu telemóvel, e me cansei. Eu literalmente atirei os nossos telemóveis pela janela, assim não deixariamos rasto.

-Theo....para onde vamos?-perguntei.

-Para Nova York.-respondeu atento á estrada.

-Sempre sonhei em ir a Nova York, infelizmente nunca tive oportunidade.

-Avin, antes de falarmos desse assunto eu sempre falo do meu passado e do que se passou com os médicos do medo e com a morte da minha irmã, mas eu não sei nada sobre o teu passado.

-Eu não gosto de falar muito dele....mas tudo bem. Como sabes eu fui transformada aos 14 anos, e antes disso eu vivia numa familia bem constituida, eu achava, eu tinha duas irmãs...-digo suspirando.

-Se não quizeres falar nao precisas faze-lo.-disse Theo colocando a sua mão por cima da minha.

-Nao, nao esta tudo bem. Continuando, eu estava fazendo 14 anos nesse dia e vi os meus pais matando um homem, eu não sabia o que ele era, ele nao parecia um homem. E não era, era um lobisomem, os meus pais eram caçadores e todo o mundo os conheçia...-digo fazendo uma pausa.

-Pais caçadores...-disse fransindo a sobrancelha.

-Como eu era uma criança eu normalmente fiquei aterrorizada ao ver os meus pais matarem alguem, e de uma forma tão barbara. Eu fugi para a floresta e sentei-me encostada a uma árvore a chorar. Quando eu olhei para a frente tinha um homem de olhos vermelhos brilhantes. Ele perguntou-me se eu queria uma prenda, porque afinal eu fazia anos. Eu respondi que sim e de repente apenas senti a maior dor da minha vida. Ele mordeu o meu braço. Mas o estranho foi que a dor passou um pouco depois.
Quando voltei para casa fui fazer um curativo e me tranquei no quarto, tranquei as janelas e movi moveis para bloquear a porta. Eu não sabia o porque de ele me ter mordido, mas no dia seguinte a mordida estava curada, e eu vi acontecer-me a mim aquilo que aconteceu ao senhor que vi ser morto pelos meus pais, as garras, os pelos, as expressões faciais estranhas e os olhos brilhantes.
E nossa eu tou falando demais.-digo pensado que Theo ja não me estava a ouvir.

-Nao, continua eu estou a ouvir.-disse sorrindo.

-Pronto e depois os meus pais perceberam que eu havia me transformado, e o porque da minha transformação. Na minha primeira Lua cheia eu surtei, eu finalmente saí do meu quarto pela porta, porque sempre que eu saia era pela janela. Eu fui ate aos meus pais e eles me atacaram sem do, como se eu nem sequer fosse filha deles. Eu me mantive quieta apenas sendo atacada mas sempre com o meu olhar de psicopata. Depois eu simplesmente parti-lhes o pescoço.-digo deixando cair uma lágrima mas ao mesmo tempo com um sorriso no rosto.

-Ja percebi de onde vem a tua panca por pescoços.-disse brincando.

-É verdade...-digo tentando rir e chorar ao mesmo tempo.

-O que aconteceu as tuas irmãs?-perguntou interessado.

-Eu matei elas.

-Do nada?-perguntou surpreendido.

-Eu odiava elas. Então eu as matei. Eu precisava de um recomeço, uma nova vida, mas acabei por me tornar uma psicopata tal como os meus pais. Nao me orgulho disso mas ja não consigo mudar o que eu sou...

-Pelo menos estamos juntos agora.-disse me dando um selinho.

-Ja pensaste como seriamos se nada destas coisas que nos tornaram sobrenaturais tivessem acontecido? Talvez eu estaria a cuidar de crianças, sempre foi o meu sonho de criança....que lamechas...

-Eu estaria a ser um homem do lixo, eu era um sem futuro, mesmo antes de tudo eu ja tinha esta maldade de hoje, ela apenas cresceu mais rapido com o sobrenatural a ajudar.

-Quando chegarmos a Nova York...vamos...tipo, vamos continuar a agir como sobrenaturais? Criar uma alcatéia?-perguntei.

-E Claro, não roubaste o poder do Scott so para dizeres que o tens. Quando chegarmos la, todos os sobrenaturais nos vao temer.

-Theo, mas não podemos usar a nossa identidade, duvido muito que o pack do Scott não venha atras de nos. Precisamos de novas identidades, novos nomes, de novas aparências...

-Tudo bem, amanhã tratamos disso.-disse concordando.

-Eu vou dormir um bocadinho, quando chegarmos acorda-me.-digo aconchegando-me para dormir.

Deixei os olhos mal fechados de forma a que eu poderia ver uma racha ainda. Em quanto eu fingia que estava com os olhos fechados Theo ficava me olhando e a sorrir.

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