Capítulo I

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*Capítulo contém mortes. Mutilação. Morte de Criança. sangue. Capítulos curtos.*

03 de Julho de 1961

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03 de Julho de 1961

Tão escuro quanto a escuridão de um túnel, ar rarefeito e entoxicante, Eve Büttner se encontrava enfraquecida com os pulmões doloridos com o ar poluido pela explosão, seu pequenino e frágil corpo coberto pelas cinzas do fogo estava caído no piso frio da cozinha, sua audicao abafada pela explosão ficando desorientada e a ardência ao sentir a água que limpava o sangue de seu corpo lhe fazia gemer.

A sua frente, um grito se reprimeu em seus labios, ao se deparar com a visão do corpo de sua mãe esmagado pelo lustre que lhe perfurou o estômago, o pescoço torcido pelo impacto com os olhos vidrados na garota, Eve sentiu seus olhos tremerem ao ver os olhos castanhos de sua mãe arregalados e opacos a olhando, a visão traumática lhe causou arrepio e em um pulo, com dificuldade ela se arrastou para longe do corpo de sua mãe e com a mão, raatejou pela cozinha até tatear algo pequeno e gélido com as pontas dos dedos, ao seu lado, ela engoliu o grito que arranhou sua garganta, seu irmão morto, sua pequenina mão esmagada pelo mármore de uma pilastra, enquanto seu corpo estava perfurado pela madeira da janela.

O que ela tinha feito?

Eve tentou correr, tentou se levantar e se distanciar do corpo enquanto sentia o pranto aumentar, sua perna tinha sido cortada e suas costelas machucadas por seu pai, ela não queria que isso tivesse acontecido, pelo menos, não com sua mãe, não com seu pequeno irmão.

— Irmão. — ela murmurou em meio a choro, ela caiu ao chão, sua visão turvos com as lágrimas.

Seu corpo fora erguido, espantada, mas sem poder reagir com movimentos de defesa, a garota sentiu-se ser erguida e o frio lhe tocar a pele como um beijo mortal, seu corpo se arrepiou e relaxou ao sentir o macio do colchão e o barulho da ambulância, e como se fosse uma miragem, seus olhos semicerrados vislumbraram a figura de um homem de cabelos grisalho, casaco sobretudo negro, ele parecia murmurar algo incompreensível.

— Meu irmão. — ela sussurrou novamente. Benner tocou-lhe o rosto, acariciando os cabelos negros da menina e descendo para a maçã do rosto sujos pelas cinzas do incêndio.

— Ele está em um lugar melhor.

Despertou em um lugar completamente diferente de um hospital, dias sendo cuidada, dias sendo tratada, sua casa havia explodido, Eve Büttner, primogênita de uma família rica e respeitada da cidade de Howkins, seu destino já tinha sido planejado muito antes de sua procriação, e com apenas sete anos, o poder do caos se instalou no corpo da pequena garotinha que se viu sendo posta a uma situação adulta, impedindo-a de ter uma infância digna, impedindo-a de ter sua liberdade, presa a uma familia diplomática e problemática, ela desejava ser uma garota normal, com sonhos para conquistar, mas sua família sempre a forçou a estudar, a conquistar boas reputações para um futuro digno.

Amor do Diabo. - 001 | Henry Creel | Peter Ballard |Onde histórias criam vida. Descubra agora