Capítulo IX

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                    Sua cabeca latejava, seus olhos pesados, tentou abri-los mas suas forças pareciam ter desaparecido de seu corpo, sua respiração era a única capaz de obedecer aos seus comandos, puxando o ar para seus pulmões a impedindo que entrasse em desespero, sua mente vagava para o que poderia ter acontecido, ela então se permitiu ouvir os sons ao seu redor, os passos de salto e o barulho do monitor ao seu lado, pensou estar em um sonho ou algo tinha lhe acontecido, não compreendia, pensou que estava naquele momento no hospital do Laboratório de Howkins, ela puxava de sua memória o que poderia ter a levado para lá, tentava se lembrar do motivo de ter desmaiado ou o que lhe fez mal e necessário para precisar de internação, mas tudo era tão complicado de se entender, estava com Onze em um armário, era um lugar desconhecido para Eve  mas lembrava-se de estar cantando para ela, talvez estivesse cansada, talvez tivesse se machucado.

Que sensação mórbida e horrível.

Um murmúrio distante se fez presente acompanhado de passos apertados, as vozes se mesclavam mas não era difícil de decifrar de que se tratava de uma voz masculina e uma feminina que gritava estridente e conforme os passos se aproximavam de onde ela estava, mais nítida a voz ficava e mais tensa a mulher ficava, não reconhecia aquela voz.

— Ela é só uma menina, Hopper. — brigava uma mulher. Bom, pelo menos aquela voz lhe era familiar.

— Ela precisa ir para um orfanato caso ela não tenha família ou ela não a encontre, Joyce, não temos escolha são as regras. — a voz do homem era tão forte e irritada, e conforme a mulher negava qualquer coisa que ele soltava, mais ele parecia fortificar sua voz na intenção de não gritar com a mulher mas para também por uma ordem naquela situação.

— O estado que eu a encontrei, que o Jonathan a pegou nos braços.  — a voz de Joyce era chorosa, mas ainda sim ela mantinha uma voz autoritária. — Ela é só uma menina, Hopper, precisa me ajudar.

— Não se sinta responsável, Joyce, não sabemos o que aconteceu com ela. — o homem parecia estar menos resistente conforme a mulher suplicava.

— Eu não me sinto responsável. — respondeu Joyce segurando as lágrimas. — mas eu olhei para essa menina e a enxerguei como uma filha. Eu não vou deixar que a leve para um orfanato.

— Joyce, por favor, são leis. Ela não é a sua filha.

— J-Joyce! — a menina exclamou sem forças, chamando a mulher que adentrou ao quarto apressada, se aproximando da morena que conseguia finalmente abrir os olhos.

E aqueles lindos olhos castanhos que lhe acalmaram lhe bateu a memória, era ela a mulher que lhe ajudou, era ela a mulher com aquela voz suave que parecia lhe acariciar das dores que estava sentindo, podia lembrar vagamente do que lhe aconteceu, mas como ela fora parar na floresta ? Ela conseguiu fugir? Ela pode lembrar também junto a mulher um belo rapaz que se encontrava com um semblante desesperado.

— Querida, estou aqui. — disse firme para a morena que sorriu fracamente. — Vai ficar bem. Jonathan, chame a enfermeira.

— M-Mas ela está bem ? — perguntou Jonathan gaguejando antes de sair ao receber um olhar sério de Joyce que o fez correr.

— Consegue dizer o seu nome, querida ? — perguntou Joyce calmamente, acariciando os cabelos negros da mulher que respirou fundo.

— Eve. — respondeu simplesmente, quase sem forças.

— Tem sobrenome, querida? — perguntou Joyce a vendo franzir o cenho confusa, seus olhinhos brilharam em confusão.

— Eu não me lembro. — respondeu quase que em desespero por não saber que ela era o que fez Joyce acalmar a garota que tentou se sentar.

Amor do Diabo. - 001 | Henry Creel | Peter Ballard |Onde histórias criam vida. Descubra agora