VII.

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Olá meus queridos, como estão?

Mais um capítulo pra vocês, recomendo que leiam escutando a música acima ;)

Sem mais delongas, vamos ao capítulo que é mais curto, mas em minha humilde opinião está bom demais :*

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13 de Dezembro de 1864

Buntingford – Hertfordshire – 19h

David encontrava-se na residência de seu amigo George Lewis. Passaram o dia todo jogando cartas e dominó, acompanhados das irmãs de Lewis e do álcool. David estava há pelo menos duas horas bebendo whisky, e antes de começar a beber o whisky, esvaziara duas garrafas de vinho.

As irmãs Lewis cercavam David com sorrisos, com agrados, enchendo-o com perguntas acerca de sua vida e do whisky que estava bebendo. David negava com cortesia à princípio, porém quando a bebida já estava pulsando em cada milímetro de seu corpo, ele simplesmente passou a ignorá-las.

- Sua vez, David. – Exclamou George.

David e George estavam na 10º partida de dominó. David olhou suas peças e colocou na mesa a que lhe pareceu mais apropriada. Entretanto, a verdade era que apenas o corpo de David estava ali. O seu espírito e seus pensamentos estavam em outro lugar, não exatamente em um lugar, e sim em uma pessoa, essa pessoa era Charlotte Hughes.

Desde a valsa na casa dos Carter, David percebeu que algo estava acontecendo com seus sentimentos em relação a Charlotte. Após o término do baile, David mal dormira ruminando os seus sentimentos e as suas sensações durante a valsa. No final, chegou a seguinte conclusão: estava apaixonado por Charlotte Hughes.

Contudo, após a reflexão, David começou a sentir culpa. A sua razão dizia que não poderia acontecer, que era errado. A garota havia acabado de perder o pai, era a tutelada de seu tio, do qual a tinha como membro da família, e seu pai jamais aceitaria um romance com ela por uma única razão: Charlotte não era de família abastada, como os Lancaster.

Era certo que, se David insistisse em um romance com uma camponesa, principalmente em uma camponesa com um dote ínfimo, seu pai o deserdaria e, consequentemente, David ficaria na sarjeta. Tendo em vista que David estava desconfiado que Charlotte sentia o mesmo, decidiu afastar-se da garota. David não queria que Charlotte sofresse. Jamais perdoaria a si mesmo se algo acontecesse com ela por sua causa.

Entretanto, ao tomar a decisão de se afastar, não considerou que seria tão difícil e tão doloroso. David pensava em Charlotte por pelo menos 22h de seu dia, mesmo fazendo um grande esforço para não vê-la. Todo este conflito psicológico e emocional estava dilacerando-o por dentro. Seu único "refúgio" era o álcool e algumas mulheres. Nada adiantava.

Charlotte era uma espécie de vício: uma vez que a conhecia, não vê-la era entrar em abstinência, da qual era intolerável. A abstinência piora dia após dia, fazendo com que a pessoa deseje o vício cada vez mais. Porém, David acreditava que precisava passar por isso, até esquecê-la. Ele precisava esquecê-la, ou uma guerra aconteceria na família Lancaster.

Quando o relógio marcou 20h David decidiu que era hora de partir. Despediu-se da família Lewis e caminhou com muito esforço e concentração até o coche. Sua cabeça girava e sua visão estava levemente turva em razão da grande quantidade de álcool ingerida.

Em meia hora David estava em frente a casa de seu tio. David desceu do coche e caminhou até a entrada. Abriu a porta cuidadosamente, a fim de que não fizesse ruído. Ao entrar, David escutou risadas familiares vindo da cozinha e não pôde conter seu ímpeto em confirmar suas suspeitas.

In Between | Tom Holland & Theo JamesOnde histórias criam vida. Descubra agora