CAPÍTULO 2 - FLASHBACKS

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Foi aqui que pediram terapia?

×

Mais um dia, mais uma sessão.

Dessa vez, Pete estava sozinho.
Jane havia optado por separar o casal por algumas sessões, talvez assim, se sentissem mais a vontade para falar sobre coisas que não gostariam que o outro soubesse, a ideia havia surgido graças ao mau comportamento de Vegas na sessão anterior.

Pete estava inquieto, não se sentia a vontade sem Vegas ali.

— Então... Tem algo que queira me falar antes de começarmos? — Jane pergunta o olhando, ainda soava como de costume: calma e tranquila.

— Não — ele responde dando os ombros e ela assente.

— Bom, então eu vou começar — a mulher diz e arruma os óculos ao que abre o pequeno caderno de anotações — da última vez você mencionou que já gostava do Vegas antes de tudo, pode colocar em palavras quando notou que sentia algo por ele?

— Eu não sei, não é como se eu tivesse acordado um dia e decidido "hm, é um ótimo dia pra me apaixonar pelo filho mais velho da segunda família" — Pete responde de forma brincalhona e da os ombros.

— Mas em algum momento concluiu que havia um sentimento de sua parte, quando foi?

Pete fecha os olhos por um instante tentando se lembrar daquilo, quando ele havia notado que sentia algo? Pense, pense...

E então, a lembrança vem, clara como a luz do dia.

— Em uma das vezes que trabalhamos juntos — Pete diz e então a olha — Eu e outros guardas estávamos tentando convencer um cara a dar algumas informações que precisávamos mas não conseguimos. Então ele interviu.

— Let me try — Vegas diz se levantando da cadeira  que estava, estava quase entendiado da imagem de Big batendo no cara e não conseguir nada em troca. Ele tinha seus próprios métodos.

Pete era o único quem conseguia assistir Vegas torturando lentamente o homem acorrentado. Seus olhos não desviaram por um segundo sequer enquanto seus amigos, até mesmo Porsche, viravam o rosto em agonia. Como se sentissem pena. Mas não ele. Não Pete.

Ele estava concentrado naquilo, ele gostava de ver como Vegas trabalhava. Ele se lembrava do arrepio estranho que havia percorrido sua espinha quando Vegas se virou e seus olhares se encontraram por um breve segundo, se lembrava da fisgada em seu membro ao ver Vegas com resquícios de sangue pela capa e com aquela pinça na mão.

Foi naquele dia que ele soube que estava apaixonado.

— Já teve relacionamentos longos com outras pessoas, Pete? — Jane pergunta com a sobrancelha franzida e então o garoto nega com a cabeça — Por que?

— Preguiça, talvez? Fico entediado com muita facilidade — o garoto responde e então Jane anota algo.

— Vegas é uma pessoa perturbada — Jane diz, o mesmo tom de quem fala sobre bolinhos — Vocês se conheceram num ambiente conturbado e deram início a um relacionamento em meio a uma situação incomum, não sentiu medo dele em nenhum momento enquanto ele te feria?

— Não que eu me lembre — ele diz e da os ombros. Mais uma anotação.

— E quando foi a primeira vez que sentiu empatia por ele?

So many questions — Pete resmunga e então se arruma no sofá.

Pete se lembrava do incômodo em seu peito, uma sensação estranha. Como se estivesse se sentindo ameaçado. Por que se sentia daquela forma?
Seus dedos teclavam rapidamente para Kinn: Ele está no banheiro com Porsche. Se apresse.
Seu corpo e sua mente pareciam suplicar para que Kinn chegasse depressa e desse um fim a toda aquela proximidade entre Porsche e Vegas, ele não gostava daquilo.

THERAPY || VEGASPETEOnde histórias criam vida. Descubra agora