THERAPY || VEGASPETE

CAPÍTULO 3 - TERAPIA INTENSIVA

Pete havia passado mais uma noite em claro.

Desde que o retorno para a casa da primeira família não havia tido uma noite de sono completa. Ou não conseguia dormir, ou acordava no meio da noite, ele sentia falta do corpo quente de Vegas contra o seu. Das mãos macias afagando seus cabelos e do beijo na nuca que recebia todas as noites.
Mas dessa vez a razão era o que Vegas havia lhe dito:

"Sabe que eu amo você, não sabe?"

Se fechasse os olhos, podia se lembrar exatamente da sensação única que havia vindo segundos depois, dos lábios de Vegas contras os seus e de sua mão gélida tocando sua nuca.
Uma pequena parte de sua mente achava que podia superar ele. Já a outra, a parte maior, sequer queria isso.

— Pete — Porsche chama ao que invade o quarto irritado, ele se senta sobre a mesa de centro e fecha o notebook logo em seguida o olhando — Eu estava lá fora conversando com Kinn e adivinha quem chegou de carro?

Pete se levanta rapidamente e olha o relógio em seu pulso, merda, estava atrasado. Havia se distraido reassistindo (talvez pela milésima vez) o filme infantil de personagens mortos.

— Eu perdi a hora — ele resmunga enquanto calçava os sapatos, Porsche se levanta o olhando incrédulo.

— O que!? Pete está me ouvindo? — Porsche diz e se aproxima do garoto o segurando pelos ombros — Por que o Vegas estava aqui? Espera, não, não, não. Está fingindo que está indo ao psicólogo pra ficar com aquele maluco?

— Não, não estou fingindo. Eu estou indo — Pete se defende — Só que com ele.

— Terapia de casal? — o tom de Porsche era inconformado assim como sua feição — Achei que estava tentando superar ele mas está tentando concerta-lo!? Quando planejava me contar isso?

— Não sei, Porsche. Sermão agora não — Pete diz mais alto se afastando daquele aperto em seus ombros com brutalidade — Eu tenho que ir.

— Ele não está mais aí. Kinn o expulsou — Porsche diz se encostando a parede, Pete se senta no sofá novamente em meio a um suspiro pesado.

Porsche não sabia o que dizer ao amigo.
Ele se sentia culpado por tudo que havia acontecido a Pete, foi por sua causa que ele invadiu a casa de Vegas e passou por tudo aquilo.
Ele sentia como se coubesse somente a ele acabar com aquela proximidade entre os dois mesmo sabendo que se amavam.

— Ele te machucou, Pete. Ele não é uma boa pessoa — Porsche diz agora com mais calma e se abaixa perto do amigo.

— E o que você sabe sobre namorar uma boa pessoa? — Pete pergunta, seu tom era calmo mas havia raiva em seus olhos.

Porsche o olha sem entender bem o que ele queria dizer, Pete ri de forma sarcástica e então continua:

— O Senhor Kinn te asfixiou na frente de toda a família, te beijou enquanto você estava bêbado e outro dia te puniu por ter sido drogado enquanto trabalhava. E foi tão covarde que mandou que fizessem no lugar ele — Pete diz, era como se tivesse guardado aquilo a tempos e agora estivesse colocando para fora — Você não pode falar do Vegas quando sabe que o Kinn pode ser tão baixo quanto ele é.

Com isso, Pete se levanta do sofá e sai pela porta deixando Porsche ali. Ele amava Porsche e entendia a preocupação e o medo mas estava cansado de ser tratado como uma criança que não sabia o que fazia.

×

— Boa tarde — Jane cumprimenta abrindo a porta e então Vegas adentra a sala e se senta no sofá — Onde está Pete?

— Eu acho que ferrei tudo — Vegas diz e respira fundo passando a mão pelo rosto, parecia irritado com ele mesmo. Jane se aproxima e então se senta em sua cadeira olhando para o rapaz que parecia mais vulnerável que o normal.