CAPÍTULO 4 - SEGUNDA CHANCE

7.4K 988 426
                                    

Jane havia acabado de se despedir de um de seus pacientes quando Porsche invade sua sala fazendo com que ela o olhasse sem entender.
Ele havia conseguido o nome dela e a localidade graças a Arm, e então, ali estava. Tinha que dar um jeito de ajudar Pete e já que não conseguia sozinho teria que tentar de forma indireta.

— Bom dia? — Jane diz com o semblante confuso — Se quer uma consulta tem que marcar horario, Senhor...?

— Porsche. Mas não é isso, não preciso de consultas, meu juízo ainda está aqui dentro — Ele diz brincalhão mas visivelmente nervoso — Quero falar sobre meu amigo, Pete e o namorado dele, Vegas. São seus pacientes, não são?

— Sim, mas eu não posso dar nenhuma informação sobre eles  — Jane explica de forma paciente e então se senta, notando o nervosismo do garoto ela sinaliza para que ele fizesse o mesmo.

— Eu não quero informações — Porsche diz se sentando no sofá — Preciso que dê um jeito de convencer o Pete de que isso não é uma boa idéia. Vegas pode machuca-lo de novo. Ele é má influência, Pete me atacou ontem e depois não voltou pra casa, ele pode estar em decomposição no fundo de um rio agora.

— Tudo bem isso é muito, vamos com calma — ela diz dando um riso leve — Um corpo não começa a se decompor tão rápido assim.

— Então acha que ele está morto? — Porsche pergunta atonito.

— O que!? Não, não, ele não está morto. Só estou dizendo — Jane diz e ele suspira aliviado — Ok... como o Pete te atacou?

— Com palavras. A gente já brigou antes e já apontamos armas um pro outro mas isso foi diferente. Foi pessoal — Porsche explica, Jane tenta se manter serena ao ouvir a parte das armas. Ela já sabia se tudo aquilo mas ainda era tanto quanto incomum ouvir coisas assim ditas como quem falava sobre o clima

— O que ele disse? — ela pergunta.

— Falou sobre meu namorado ter me machucado também e que eu não podia falar sobre o Vegas já que 'o Kinn pode ser tão baixo quanto ele'  — Porsche diz resmungão e cruza os braços sobre o peito.

— E é verdade?

— Sim mas a questão não é essa — Porsche diz agora gesticulando com as mãos — Ele está com Síndrome de Estolcomo, invés de sentir raiva do Vegas ele acha que está apaixonado. E o Vegas acha que está apaixonado só porque o Pete o irritava invés de baixar a cabeça. Tem que separar eles.

— Se fosse síndrome de Estolcomo, eu poderia fazer isso mas não é — ela diz tentando tranquiliza-lo de alguma forma — Provocar o agressor invés de sentir empatia por ele são sinais da Sindrome de Londres, ela é basicamente o oposto da Estolcomo, a vítima sabe que o sequestrador é uma pessoa ruim e o que ele está fazendo é errado.

Jane fala em tom explicativo, Porsche a olhava com atenção enquanto ouvia.

— O ataque que você mencionou não foram em defesa do que o Vegas é. Foi  mais para uma concordância — ela continua, o mesmo tom explicativo e o semblante calmo —  Segundo você, ele disse ‘Kinn pode ser tão baixo quanto o Vegas’, ele não acha que o Vegas é um príncipe encantado em um cavalo branco. Ele conheceu pessoalmente o lado mais obscuro do Vegas e mesmo assim decidiu ficar. Não é como se ele fosse acordar um belo dia e decidir que o Vegas não é uma boa idéia e não é uma pessoa boa, ele está consciente e escolheu isso.

— Então não tem nada que você possa fazer?

— Não tem cura pro amor — ela diz e se levanta sentando-se ao lado do garoto no sofá, assim  leva sua mão ao ombro do mesmo — Largaria o seu namorado se o Pete te dissesse que ele não é uma boa idéia?

THERAPY || VEGASPETEOnde histórias criam vida. Descubra agora