Roses || bill skarsgård

weekend

Sexta-feira.

Bill Skarsgård.

Passaram-se alguns dias desde o ocorrido no meu apartamento em que Thomas havia descoberto o meu caso com Annie e saiu nervoso. Cada dia que se passou o meu melhor amigo se afastou mais ainda – não só de mim, mas de Annie também –, quase não estávamos nos falando, e eu já estava surtando sem saber o que fazer para reconquistar a confiança de Tom e Annie não estava diferente de mim.

Eu já havia voltado a trabalhar, o que tornava o convívio com Thomas cada vez mais difícil, ele me evitava, falava comigo apenas quando era necessário, o pessoal da revista já havia notado o que estava acontecendo, mas ninguém se atreveu a perguntar.

Saí da minha sala a procura de algo que me mantivesse ligado, eu estava completamente desnorteado, estava me torturando com meus próprios pensamentos e tudo isso graças ao incidente com Thomas.

De repente, Annie saiu do elevador e caminhou em passos rápidos até mim, fazendo com que o ambiente fosse preenchido com seu cheiro doce de baunilha.

– Oi, sueco lindo. – ela disse cordialmente e soltou uma risadinha. – Estava procurando você há alguns minutos.

– Oi, baby. – respondi e devolvi o sorriso. – Aconteceu alguma coisa?

– Não, bobo. É que o Connor viajou novamente, o que faremos no final de semana? – perguntou baixo enquanto colocava um pouco de café no pequeno copo de plástico.

– Meu pai nos convidou para visitá-lo o mais breve possível, o que acha? – perguntei apreensivo, pois era uma proposta bastante arriscada.

– Vamos! – ela aceitou animada e me entregou o copinho com café. – Estou contando os minutos para sairmos da cidade e ficarmos a vontade.

Um risinho travesso preencheu os lábios de Annie e ela saiu, eu fiz o mesmo e voltei para a minha sala peguei o meu material para partir em seguida, guardei tudo na mochila e fui até o meu apartamento para organizar tudo o que eu precisaria para o final de semana na casa do meu pai.

Meu pai morava em uma cidade pequena, o senhor Henry havia sido um grande empresário em Londres, mas cansou da vida na cidade grande e vendeu todas as propriedades que tinha e se mudou para um interior calmo e pacato, atualmente meu pai mora sozinho e cuida do enorme jardim que ele cultivou no seu quintal.

Meu pai já conhecia Annie, porém tinha pouquíssima convivência com ela, e bem... Henry não sabe que ela vive uma vida dupla, provavelmente ficaria muito irritado e nos daria um belo sermão, mas ele não precisava saber mais detalhes sobre a minha vida, apesar de sermos bastante próximos, ele não merecia saber que a vida amorosa do seu único filho era uma completa mentira.

Cheguei até o meu apartamento e organizei tudo o que precisaria para o final de semana e coloquei em uma mochila preta, em menos de uma hora estava tudo pronto, desci até a guarita do prédio para avisar ao porteiro que eu me ausentaria, logo após fui até a garagem para conferir se minha moto estaria apta para uma viagem.

Sim, iriamos de moto. Eu tinha um carro, mas o que eu amava de verdade era a minha Harley, eu amava pegar a estrada de moto e sentir o vento frio contra o meu rosto, sentir a adrenalina da velocidade, era o que eu mais gostava de fazer, depois de fotografar, é claro.

Eu amava a vida que eu levava, eu sempre fazia o que eu queria, sem impedimentos. Eu amava o meu trabalho, fotografar era a minha maior paixão, mas o espírito de aventura dominava grande parte do minha vida, eu amava pegar a minha Harley e sair por aí, sem ter com o que me preocupar. Eu amava a liberdade.

A minha bebezinha (qual é, é a minha Harley!) estava em ótimas condições, então voltei para o apartamento e preparei o jantar, comi e limpei a cozinha, eu precisava deixar tudo organizado, eu não queria sair e deixar bagunça para trás. Fui para o quarto, escovei os dentes e fui para a cama, peguei o telefone e decidi que iria ligar para o meu pai avisando que iriamos passar o final de semana com ele.