the other side

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Annie.

Eu estava me sentindo completamente sozinha. Connor estava na cidade, porém ainda estava cuidando de Jake, era uma ótima oportunidade para eu ficar com Bill, mas ele estava ocupado demais com a modelo, eu havia enviado várias mensagens que não tiveram uma resposta.

Jake era o filho de Connor, ele já havia sido casado há alguns anos, mas se divorciou da esposa pouco tempo do nascimento do bebê, agora o menino tinha 8 anos, era um amor de criança, nós nos dávamos incrivelmente bem e eu o amava muito.

Decidi que iria me divertir sozinha no final de semana, já que nós havíamos voltado mais cedo da viagem a Liverpool que por sinal tinha sido um completo desastre, Connor estava um purgante desde que colocou na cabeça que Thomas e eu tínhamos um caso, eu havia me irritado e pedi para voltarmos mais cedo, era melhor ficar sozinha do que aturá-lo me torrando a paciência por algo sem fundamento algum, ele era tão burro que desconfiava de Thomas que era o meu melhor amigo e não de Bill.

Parei no primeiro pub que vi e acomodei-me ali mesmo, era um lugar bastante confortável e o melhor de tudo era que apesar de ser domingo, o local não estava lotado, tinha apenas algumas pessoas se divertindo e bebendo. Fiquei sentada em um local um pouco afastado e pedi uma porção grande batatas fritas e um chopp médio, eu precisava apreciar minha própria companhia já que Connor ou Bill estavam indisponíveis.

O momento de paz comigo mesma foi destruído logo após Bill entrar no pub com a modelo e começarem o showzinho ridículo deles.

Eu assisti cada segundo daquela palhaçada sem poder fazer absolutamente nada. Era até algo nojento de se ver, eles não combinam nem um pingo. Ele ficava bem melhor comigo, mas era uma pena que eu não pudesse sair com ele. A verdade era que eu estava me consumindo de ciúmes daquela vaca da prima do Thomas, eu queria estar no lugar dela.

Bill se divertia e ria como eu nunca tinha visto, talvez eu estivesse sendo egoísta. Ele com certeza merecia alguém por completo, não uma pessoa que só pudesse estar com ele na ausência do namorado. Eles até combinavam na aparência, os dois eram altos, a beleza dos dois era harmônica, ela parecia oferecer tudo o que ele merecia, e eu estava com raiva de mim mesma por não poder fazer isso por ele.

A minha vontade era ir lá e fazer um escândalo, tirar a modelo de perto dele e fazê-lo se divertir comigo, mas eu não tinha esse direito, a ficha havia caído que eu era insuficiente para ele.

O meu Bill se entreteve a noite inteira com a modelo, tanto que nem notou a minha presença ali no canto, um nó se formou em minha garganta ao perceber que eu estava sendo substituída facilmente.

Respirei fundo e virei a caneca de chopp, tomando todo o líquido rapidamente. Eu queria esquecer que Bill estava sendo feliz sem mim.

Ok, talvez eu estivesse fazendo um pouco de drama. O meu sueco me amava e até um cego via isso, mas era tão desnecessário aquela ceninha dele com a tal Melissa. Eu estava enojada, repugnando toda aquela cena.

Perdi a conta de quantos copos de cerveja eu havia bebido, já não estava mais aguentando ver o meu sueco com outra, o garçom me trouxe um copinho de vodka e fechou a conta, enquanto isso meu olhar seguiu o casal de pombinhos que estavam deixando o pub. Provavelmente saindo para transar loucamente e eu aqui que nem uma idiota me sentindo mal por isso.

Foi quando finalmente Bill notou a minha presença, seu olhar carregava um misto de surpresa e frieza ao me ver, e para finalizar a minha noite patética, ignorou-me completamente e a modelo o puxou para um beijo. Que nojo. Virei o copinho de vodka e fui para casa, como eu cheguei só Deus sabe.

[~❁~]

No dia seguinte, acordei me sentindo péssima, com uma dor de cabeça horrível provavelmente por causa das incontáveis canecas de chopp da noite anterior. Levantei contra a minha vontade e fui me arrumar para mais dia de trabalho na revista, vesti uma calça jeans simples, uma camisa social branca com alguns botões abertos, e um salto fino para finalizar. Peguei a bolsa em cima do sofá e já estava pronta para partir, certifiquei-me que a chave do carro estava dentro da bolsa e meu celular tocou, tirei da bolsa  e atendi rapidamente senão iria me atrasar.

– Oi, amor. – atendi. Era Connor.

Dei um longo suspiro cansado, eu ainda estava puta de raiva por ele ter estragado a nossa viagem a Liverpool com seu ciúmes idiota, não esperava que ele me procurasse tão cedo, mas era provavel que ele estivesse querendo limpar a sua barra comigo.

– Bom dia, mulher da minha vida. – ele disse e eu ri sem humor. – Estou indo deixar o Jake na casa da Sophie. Quer carona pro trabalho? No final do podemos sair para jantar. Quero compensar a viagem desastrosa que fizemos.

– Tudo bem, estou esperando.

– Pode ir descendo as escadas que já estou chegando.

– Okay, beijos.

– Beijos, amo você.

Desci as escadas vagarosamente, pois estava cansada e com uma ressaca horrível, quando cheguei no hall de entrada do prédio o carro de Connor já estava na porta, desejei bom dia ao porteiro e fui ao encontro de Connor e seu filho.

Entrei no carro e dei um beijo rápido em Connor.

– Bom dia, Connor. – sorri e virei-me para olhar para Jake que estava no banco traseiro. – Olá, Jake. Como vai?

Ele sorriu mostrando as porteirinhas nos dentes –Jake está na fase em que as crianças trocam os dentes de leite – e disse:

– Oi, tia Annie. Estou bem.

Virei-me para frente  e coloquei o cinto. Connor me beijou e fez uma careta.

– Que foi? – perguntei confusa.

– Está com cheiro de álcool. Você bebeu ontem?

Merda.

– Sim, saí ontem depois do trabalho. – respondi simplesmente e dei de ombros.

– Sozinha? – ele indagou visivelmente enciumado.

– Sim, Connor. Eu estava sozinha. – respondi seca. – Se for começar com sua implicância eu prefiro ir sozinha para o trabalho.

Tentei abrir a porta do carro, mas ele havia travado, revirei os olhos irritadas e ele tocou na minha coxa, fazendo com que eu olhasse para ele.

– Não, espera... Me desculpa. – ele pediu com a voz calma.

– Vai precisar muito mais que um pedido de desculpas para que as coisas voltem a ser como antes. – eu murmurei rude, fitando a paisagem do trajeto que estávamos fazendo.

Connor não falou nada, seguimos o caminho inteiro em silêncio até o prédio da revista. Despedi-me de Connor, dei um beijo na bochecha de Jake, e entrei no prédio, esperando ansiosamente para que o dia acabasse e eu pudesse voltar para casa e me recuperar da ressaca dormindo.

Roses || bill skarsgård Onde histórias criam vida. Descubra agora