CAPÍTULO UM

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Primeiro capítulo finalmente postado!

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#flocodeneve


Frestas de luz atravessavam a janela do quarto pequeno e organizado.

O garoto disposto sobre os lençóis solta murmúrios de descontentamento consigo mesmo. Ele havia esquecido de fechar as cortinas. A noite passada foi muito cansativa para que ele fizesse qualquer outra coisa a não ser chegar em casa e cair direto na cama.
Pôs seu travesseiro sobre o rosto, com o propósito de ignorar a claridade e voltar a dormir.

Funcionou. Por cinco minutos. O barulho estridente e irritante de seu despertador logo se fez presente pelo cômodo.

O garoto bufou irritado e sentou de uma vez na cama. Pegou o aparelho celular e logo não podia se ouvir mais barulho nenhum.

Levantou e foi a procura de uma roupa para colocar após tomar banho. Ao atravessar o corredor que levava de seu quarto até o banheiro, pôde avistar seu pai jogado no sofá em uma posição pouco confortável. Várias garrafas de bebidas espalhadas pelo chão e algumas carreiras de pó espalhadas em cima da mesa.

Com uma suspirada longa ele resolveu ignorar. Não era a primeira vez que encontrava seu progenitor naquele cenário deplorável e não seria a última.

Antes de entrar no box para se banhar olhou antes seu reflexo no espelho. Estava péssimo.

Sua expressão cansada era visivelmente clara. Resultado das poucas horas de sono que estava tento nos últimos meses desde que se formou na escola.

Desde a formatura ele tem trabalhado sem descanso para juntar dinheiro e conseguir sair daquele lugar que tanto odiava.

No reflexo ele observava o que mais odiava em si mesmo.

Seus olhos.

Detinham uma coloração acinzentada, mas era tão claro que seus olhos chegavam quase ao branco. Odiava-os. Não sabia exatamente o motivo. Poderia ser pelos inúmeros comentários maldosos que escutou enquanto crescia. Se lembrava com precisão de detalhes de muitas pessoas o chamando de filho do diabo. Os comentários ainda aconteciam, mas não atingiam o garoto como faziam quando ele era apenas uma criança. Outro motivo poderia ser por seu pai usar a cor de seus olhos e cabelo como desculpa sempre que lhe agredia. O mais velho sempre que bebia e encontrava o filho lhe dizia que o menino o lembrava de sua mãe, o que deixava ele nervoso e o instigava a descontar sua raiva e desconforto no mais novo.

Talvez odiasse por uma mistura de acontecimentos.

Seu cabelo detinha a mesma característica de seus olhos, era tão claro que beirava o branco. Ele não sabia o quanto de pessoas curiosas teve que responder ao perguntarem que tinta de cabelo ele usava. A maioria não acreditava quando dizia que era natural. Ele também demoraria a acreditar se fosse com outra pessoa.

Parou de divagar e focou em terminar tudo que precisava para sair daquela casa o mais rápido possível.

Devidamente limpo e vestido, foi a procura de algo para acalmar seu estômago sedento e barulhento. Não encontrou nada, mas não estava surpreso com aquele fato. Armários vazios, geladeira sem nem um litro de água sequer, pia cheia de louça e garrafas. Estava vivendo em meio a sujeira e bagunça e isso já estava lhe cansando.

Despertar Maldito: Aurora • Jjk + PjmOnde histórias criam vida. Descubra agora