Capítulo 3°

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Após a transa com Sthefany, tomamos banho juntos e assistimos um filme e alguns episódios de uma série na tv da sala. Teff havia pegado uma camisa minha que nela ficava grande, porém a deixava sexy. Foi meio difícil vê filmes com ela ao meu lado ainda exibindo suas belas curvas. Gostaria de saber o que ela andou fazendo nessas férias.

Um tempo se passou e a fome veio junto, decidir levar ela para comer algo em uma lanchonete em um bairro próximo, de lá eu poderia levá-la pra casa.

Quando a gente chegou na lanchonete, sentamos em uma das cadeiras disponíveis e fizemos os nossos pedidos.

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- O que deu em você para cortar o cabelo? Pensei que amasse seus cachos... você tá usando lentes??

- Não gostou? - Passei a mão em meu cabelo - Sim, estou usando, descobrir que tenho miopia, então decidir usar lentes, não curtir muito os óculos.

- Lentes, cabelo cortado com um clássico degrade.... sobrancelha cortada.... você tá parecendo o típico garoto malvado que a protagonista sempre vai atrás.

Emudeci os meus lábios.

- Está fazendo muito rodeio. - Bato os anéis de meus dedos na mesa e não desvio o olhar do dela.

- Eu só tô querendo dizer que você com esse novo visual é o preto mais gato de Atlanta.

Agora era a minha vez de ficar sem graça com o elogio, o jeito que ela sorria me deixava bobo, era uma sensação boa de sentir, mas esse momento fofo se desfez quando eu vi entrando na lanchonete, o miserável do Marck, e para o meu azar, ele olhou na minha direção e sorriu, era o mesmo sorriso nojento de sempre. Pensei que ele só iria fazer o seu pedido e sentaria em uma das cadeiras... bom, foi o que eu pensei, mas ele mudou completamente o seu trajeto, mostrando o quanto ele é perturbado.

- O que ele tá fazendo aqui?
- Perguntou, minha namorada.

- Infelizmente ele mora perto daqui, irônico, não é? - Um cara que odeia negros, porém é obrigado a conviver com muitos.

- Não faça nada, tá bom?

- Se ele começar a falar merda...

- Vou precisar te segurar nessa cadeira? - Ajeitou o seu óculos ao perguntar.

Sem dá mais tempo para ensaios, Marck chegou em nossa mesa, olhando primeiro para teff e depois para mim.

- Quanto tempo Tyler. Está diferente.... decidiu se assumir como traficante?

- Eu não sabia que minhas mudanças de estilo eram do seu interesse, deveria cuidar de sua vida afinal de contas. E eu também não acho que a gente não se ver a muito tempo. - Dei de ombros. Era sempre um desprazer vê esse cara em minha frente.

- Nosso último encontro não durou muito tempo, teve sorte que o Matheu ajudou vocês, aquele preto traidor safado, eu sabia que não deveria confiar em um cara como ele.

Cuspiu todo o seu veneno. Me levantei na hora tirando meu capuz.

- Qual é a tua cara? Tu deveria comer uma cana por ser tão racista. O Matheu ajudou porque no fundo ele sabia que você não é um bom caminho a ser seguido, apesar que ele demorou pra perceber, foi realmente um idiota.

- Então vocês aceitaram ele de volta no grupo de vocês?

- Nem fodendo.

Marck ficou calado por alguns instantes, tentando decifrar se o que eu tinha dito era verdade.

- É bom mesmo que ele não volte para o seu lado.

- E o que você faria se a gente aceitasse ele de volta? - Pergunto, pois estava curioso sobre o que ele poderia ser capaz de fazer.

- Isso não é de sua conta. - Ele desvia o olhar do meu, e mete o olho em teff. - Sua namorada mudou muito desde o primeiro ano que a vi. Algumas traçadas ali e aqui deram resultado, não é?

Sorri de maneira falsa, mas rapidamente reagir dando um soco bem no estômago dele, depois acerto outro em sua cara, empurrando-o para longe de mim ao ponto dele cair no chão por conta da força que usei. Sthefany me impede de continuar, caso contrário eu sangraria a cara imunda dele.

- O que está havendo aqui? - Brandou o dono da lanchonete.

- Esse louco me atacou. - Se fez de vítima.

- Não é verdade, ele provocou.
- Me defendeu a minha namorada.

- Eu quero os três fora de minha lanchonete.

- Que droga, deixa a gente pegar o nosso lanche pelo menos - Pedir para ele.

O dono do estabelecimento aceitou, e a gente esperou no balcão. Como Marck não havia pedido nada, o dono tirou ele do local.

Após pegarmos os lanches, andamos de moto até uma praça do bairro onde poderíamos ficar a vontade.

- Precisa parar de cair nas provocações dele.

- Não tenho sangue de barata, o cara é racista, filho da puta, e ainda não respeita a namorada dos outros. - Mordo com gosto o hambúrguer.

- Eu goste de você me defendendo assim, mas sério, não quero te vê machucado. - Ela passa seus dedos em meu rosto e eu paro de comer no mesmo instante, dando atenção a ela. - Promete que vai tentar resolver as coisas de outro jeito?

- Tudo tem limite....

- É, digamos que hoje foi demais, porém esse é o Marck que conhecemos, ele gosta disso, não importa o quanto você bata, ele faz por prazer, só pra tirar você e os outros do sério.

- Parece um psicopata....

- Eu não descartaria que ele possui algum problema mental.

Olho para ela no mesmo instante, engolindo em seco ao pensar nessa possiblidade.

- Os pais dele deveriam interná-lo. - Comentei.

- Eu também acho. A boa notícia é que ele não está mais em nossa turma, aturá-lo em uma mesma sala seria terrível.

- Ainda sim, não impede dele mandar alguém fazer o trabalho sujo - Relembrei.

- Bora esquecer isso. Marck não pode ser o nosso assunto principal - Sugeriu Sthefan, e eu concordei.

Terminamos com o lanche e depois sentamos de baixo de uma árvore para aproveitar o restante do tempo que tínhamos. Antes que pudesse escurecer muito, levei Sthefany para casa. Nos despedimos com um beijo, porém antes dela entrar, eu vi algumas mensagens em nosso grupo de amigos do colégio. Percebi que eles estavam querendo acampar, tínhamos conversado sobre isso quando estávamos na Flórida, parece que agora vai pra frente essa ideia.

- Lembra que combinamos de acampar com o pessoal? - Chamei à atenção dela.

- Sim, eles ainda querem ir? - Se virou.

- Parece que sim, você topa, não é?

- Topo, desde que a gente leve materiais higiênicos e muito repelente. Só posso ficar vermelha por sua causa e não por conta de insetos.

- Desde quando Sthefany Morris passou a ser safada?

- Desde que você... a deixa pra lá.

Não seguro o riso, vou até ela e deixo mais alguns beijos em seus lábios.

- Estou adorando isso, a gente se fala mais tarde - Beijo sua testa de maneira prolongada, e volto para minha moto.

Chego em casa alguns minutos depois, percebendo que eu ainda teria a casa livre pois minha mãe ainda não havia chegado. Pouco tempo depois, voltei para o chat do grupo de meus amigos para ajudar na programação para acamparmos em breve.

Perturbações Sem Fim Livro I ( Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora