Capítulo 5°

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   Possesso do jeito que eu estava, chego em minha moto em um piscar de olhos e monto nela. Retiro o meu casaco do corpo e empurro na mochila o mais rápido possível e  pego a chave da minha moto e ligo ela. Sem perder nenhum segundo, acelero com tanta raiva que a moto desliza um pouco pelo chão coberto de mato e folhas secas, porém eu consegui me equilibrar. Acelero pela trilha até chegar na pista onde eu poderia pilotar mais rápido, a estrada estava sem carros no momento. O meu celular começou a tocar, provavelmente eram mensagens de Miguel alertando sobre algo ou tentando me apressar, e isso me deixava mais apreensivo. Quanto mais rápido eu chegar em casa, mais rápido acabarei com esse inferno.

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   Assim que chego no quarteirão onde eu moro, consigo vê algumas pessoas olhando a minha casa, um bando de fofoqueiros, aposto que ninguém teve o senso de chamar a polícia.

Avistei Miguel no cercado de minha casa e ele quando me viu correu em minha direção.

- Você ouviu mais alguma coisa?
- Pulei praticamente da moto.

- Não, já têm alguns minutos que não escuto nada. Ela tentava sair mas ele impedia.

- Filho da puta, eu vou matar ele.

Corro em direção a porta de minha casa, porém não consigo abrir pois parecia que tinha alguma barricada.

- Ei, tá loko? - Miguel vem até mim, e pega em meu ombro.

- O que você quer que eu faça? - Tento arrombar a porta com os pés, porém não obtenho sucesso.

Escuto os gritos de minha mãe e isso me deixava mais desesperado chegando ao ponto de querer quebrar a janela, contudo Miguel me impediu.

- Eu quero que você foque e me ajude a derrubar essa porta. Se empurrarmos juntos poderemos derrubar essa merda. - Explica Miguel e eu decidi seguir o conselho dele.

Largo de procurar algum pedregulho para atirar na janela e me posiciono ao lado de Miguel, ele não tinha parentesco com minha mãe, porém eu sentia que ele estava tão puto quanto eu. Essa é uma das razões de nossa amizade ser tão forte pois nos consideramos mais do que amigos e estamos dispostos a ajudar um ao outro. Empurramos juntos a porta até a barricada atrás se desfazer, olhei para cima depois de me recuperar da queda, vendo o filho da puta apertando minha mãe contra a parede.

- Larga ela agora porra - Dou alguns passos.

- Você vai me obrigar? Moleque.

- Tyler e Miguel já pra fora, não se metam nisso por favor. - Pede à minha mãe, com um pouco de dificuldade.

- Desculpa, tia, mas não vai rolar.

- Respondendo sua pergunta, seu merda, eu não vou obrigar você.... eu vou é te arrebentar. - Perco todo o meu controle e o empurro contra a mesa partindo ela ao meio por conta do peso de nós dois, fico por cima dele e dou o primeiro soco na cara nojenta dele, mas como ele é mais pesado, consegue inverter as coisas. Tento me proteger dos socos dele, porém Miguel vem me ajudar largando um belo murro na cara de meu padrasto, dando-me tempo de levantar, mas o soco de meu amigo não foi suficiente para desnortear o traste.

- Quando eu quebrar a cara do seu filho e do amigo dele, você vai receber em dobro - Disse isso olhando para minha mãe.

Não perco tempo e avanço, porém recebo um soco, porém ergo minhas mãos para me proteger, Miguel o acerta em cheio com uma voadora que o levou para a parede e ainda ficou segurando na barriga. Vou pra cima dele repleto de ódio, conseguindo acertar socos certeiros em seu olho ao ponto de romper o supercílio. Eu estava com anéis nos dedos, por isso o impacto se tornou maior, mas mesmo assim, o embuste não desistiu, me puxou pela gola da camisa e pressionou minha cara na parede, contudo mais uma vez Miguel se intrometeu, só que desta vez encaixou uma chave no braço de meu padrasto, apertou tão forte que ele afrouxou sua mão de minha cabeça, dando-me tempo de pegar em seus dedos.

Perturbações Sem Fim Livro I ( Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora