Cap. 10

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     Adrien on

   É hoje... Ele tem que ouvir.. Se não.. eu mesmo vou agir!
   A passos apressados, me dirijo à sala de Tom em plenas 5 horas da manhã. Tenho que fazer isso antes da Marinette acordar. Bato na porta e escuto um "entre" vindo de dentro da sala. É então que abro a porta e encontro Tom sentado em sua mesa com as mãos cruzadas apoiando seu queixo.

   - Ah, é você meu jovem. O que quer? - Diz me olhando. Espero que hoje esteja sendo um dia bom pra ele...

   - Eu queria falar de um assunto muito sério com os senhor. - Ao final da minha fala posso ver ele abaixando suas mãos e me encarando fixamente. - Eu sei que não cabe a mim falar sobre isso com o senhor, e que estou sendo muito intrometido. Mas o senhor deu permissão para uma amizade com sua filha. E eu sou o guarda costas dela. E isso se trata tanto de seus sentimentos como de sua segurança. - Posso ver seu semblante alternando entre confuso e curioso. - O casamento da Marinette com o Luka! - Digo e enfim ele compreende aonde quero chegar e me corta.

   - Meu jovem nada que você diga vai mudar a.. - Interrompi ele também.

   - Não! O senhor vai me ouvir. Você realmente conhece o homem a qual quer entregar sua filha para viver até o resto de seus dias? - Ele me olha intrigado e devo dizer um pouco zangado por tê-lo interrompido. - Ontem Luka foi ao quarto de Marinette após ter encontrado o senhor e mudado os planos do casamento. O senhor sabe que a Marinette não quer se casar. Mesmo assim, ela estava usando esses 3 meses pra se preparar mentalmente porque sabia que teria que fazê-lo. E o senhor e o Luka tiraram esse tempo dela. Obviamente ela não aceitaria tão fácil, isso até eu saberia. Após uma conversa deles dentro do quarto, eu ouvi uma batida muito alta. E de repente o Luka saiu do quarto. O que eu encontrei dentro do cômodo, foi a sua filha, a dita cuja, herdeira protegida, a tão amada e misteriosa filha dos Dupain, que nem sai de casa por sua proteção, aos prantos e sem conseguir dizer um palavra sequer. - Fui falando tudo e pude ver que minhas palavras surtiam algum efeito em Tom. - Ela não conseguia falar o que havia acontecido. Mas eu pude notar pela marca da mão em seu pulso, e o hematoma no ombro, o contexto da situação. E creio que só um idiota não perceberia o que ocorreu ali, e sei que o senhor não se encaixa nessa descrição. - Vi ódio passando pelos seus olhos, e preocupada era sua expressão. - Sei que a senhora Dupain está atrás da porta escutando tudo o que digo então gostaria que ela entrasse.

   Nesse momento Sabine entra com lágrimas em seus olhos, olhos estes que transpareciam a tristeza em seu coração. Ela então se coloca em pé ao lado de Tom.

   - Continue querido. - Diz serenamente. Sabine é muito carinhosa com os empregados.

   - Sua filha chorou ontem a noite até cair no sono. Os senhores podem imaginar o que ela está sentindo? Apenas uma fração? Estar confinada a vida toda dentro dessa casa sem poder sair e olhar o mundo com seus próprios olhos e distinguir a maldade e a falsidade de pessoas que não querem o bem dela. Ser forçada a um casamento que não deseja, antes mesmo de realizar seus próprios sonhos. E o homem com quem será forçada a ficar ainda é um agressor que finge ser um ótimo homem para todos, mas que a machuca entre quatro paredes. Não recebe um mínimo de atenção de seus pais. Suas vontades lhe foram tiradas quando no dia de seu nascimento, sua sentença foi decretada como única herdeira Dupain. Sem respeitar suas escolhas, seus pais ignoram seus sentimentos, seus desejos e seus sonhos. Vivenda apenas como moeda de troca para os de fora, e para sua família, de quem ela supostamente deveria receber amor, apenas uma ferramenta usada para a "glória e fama" do nome Dupain Cheng! - Nesse momento já se escutavam os soluços da senhora Dupain ecoando pela sala, abafados por sua mão que estava sobre a boca, enquanto suas lágrimas rolavam continuamente por seu rosto. O senhor Dupain estava estático, sem expressão. Como quem tranca seus sentimentos para não transparecerem. Confesso que as últimas palavras eu também desejava que alguém dissesse a meu pai. Esse sentimento de ser usado eu também sentia na pele.
   - É essa a vida que querem pra filha de vocês? Olha, eu não tenho direito de opinar ou fazer qualquer coisa porque sou um empregado. Mas a questão sobre o Luka, se trata da segurança da Marinette. E isso eu sou pago pra fazer. Mas há jeito de realizar isso, se a pessoa de quem eu tenho que protegê-la, tem a permissão de vocês pra casar com ela? Enfim.. era apenas isso que eu tinha a dizer. Vou me retirar. - E com essas palavras finais eu me virei saindo, e quando minha mão alcançou a maçaneta, pude ouvir mais como um sussurro, a voz da senhora Dupain.

   - Obrigada..

     Mari on

   Acordei e droga... Uma dor de cabeça infernal me invadiu. Devia ser de tanto chorar noite passada. Sentei na cama e quando olhei para o lado, vi o Loiro sentado em uma cadeira ao meu lado, adormecido. Será que ele dormiu a noite toda nessa cadeira? Olho para o relógio ao lado da minha cama e percebo já serem 8 horas. Levanto e acabo sentindo uma tontura muito forte, caindo sentada no chão.

   - Ei você tá bem? - Quando percebi o Loiro já tinha levantado e estava ao meu lado. Pude imaginar pelo olhar de seus olhos que sua expressão era única e precisamente de preocupação.

   - Porque você tem que usar essa máscara?... - Fiz a pergunta e percebi que ele ficou com um ar de confusão. - Eu gostaria tanto... Tanto de ver... Seu rosto.- Fui estendendo a mão em direção a seu rosto e ele apenas me encarava. Quando finalmente segurei sua máscara e veria seu rosto, ele delicadamente segurou minha mão e a afastou.

   - Você sabe que não dá... Talvez um dia..- Diz e se levanta me puxando junto com ele. Ele me sentou na cama e se virou e estava indo em direção a minha cômoda. Então sem ele esperar eu envolvi meus braços ao seu redor em um abraço.

   - Obrigada... Por me deixar chorar ontem, sem fazer perguntas nem nada... Apenas... Me abraçando. Sabe ... Foi importante pra mim. Porque eu nunca tive isso. E.. confesso uma coisa... Acho que se você fosse o meu noivo... Eu não me importaria de me casar. - Digo sinceramente. É.. eu gosto do Loiro. Não sei dizer se estou apaixonada por ele... Ou mesmo se o amo. Mas eu gosto dele.

     Adrien on

   Depois de conversar com os Dupain, voltei para o quarto da Marinette e sentei novamente na cadeira onde fiquei acordado a noite inteira. Acho que estava tão cansado que acabei adormecendo. Foi quando ouvi um barulho e abri meus olhos vendo a Mari no chão. Fui rapidamente até ela. Quando ela quis tirar a minha máscara... Naquele momento... Era apenas nós.. e o que eu mais desejava ela que ela realmente a tirasse. Queria que ela me visse! Infelizmente não posso. E quando ela me abraçou e disse aquelas coisas... A única coisa que eu queria fazer é me virar, tirar aquela máscara e beija-la. Você nem precisou fazer nada pra me fazer apaixonar por você princesa. E não.. não vou negar isso. Será que é isso que a mulher falou? Você é a garota que ela mencionou no sonho? Mas... E se não for? Ah.... O orgulho do meu pai.. ou você? Seus pais nunca me aceitariam... Você... Você me aceitaria? Se soubesse quem eu realmente sou? Eu não sei o que te dizer gatinha. Eu só queria gritar. SIM MARINETTE EU QUERIA SER O SEU NOIVO! Mas... Como?..
   Quando eu me virei e encarei aqueles lindos olhos azuis, passei a mão por sua bochecha. Ela ainda sem me soltar do abraço, apenas fechou os olhos e encostou a cabeça em meu peito. Foi quando ouvimos gritos de discussão no andar de baixo, e nos soltamos e fomos em direção ao barulho. Confesso... Gostaria que tivéssemos continuado ali.

     Desconhecida on

   Eles não vão me impedir! Dessa vez, as coisas serão diferentes!!

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Desculpem a demora, aproveitem o cap🥰🥰
Deixem seus votos♥️
  

Amaldiçoados Pelo Destino - InocenteOnde histórias criam vida. Descubra agora