Capítulo III

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Rick parou a picape no estacionamento do hospital, por mais que tentasse sempre que parava ali, seu coração apertava e sua respiração falhava. Olhou para o carro que parara a seu lado e viu que Fred havia conseguido encontrar Guto. Descendo da picape, foi até eles, quando observou que João estava parado na porta do hospital esperando-os.

         Caminharam juntos em silêncio. Nenhuma palavra precisou ser dita, nenhum aperto de mão precisou ser trocado, eram uma unidade, apenas pelo olhar conseguiam entender o que o outro sentia.

Quatro homens, cada um com um temperamento, suas manias, suas fraquezas, mas juntos possuíam uma força que se assemelhava as forças da natureza.

        

Caminharam até o balcão de informação e quatro sorrisos brilhantes roubaram o folego da recepcionista.

— Olá Rebeca. Como você está? — perguntou Fred.

— Estou bem, e vocês como estão? — a menina respondia o que Fred havia lhe perguntado, porém seus olhos estavam em Guto.

— Nós não estamos tão bem quanto gostaríamos — empurrando Guto para frente, João sorriu com o ar de desentendido que o amigo fez. — Não é mesmo Guto?

— Com certeza, — pegando a mão de Rebeca, deu-lhe um beijo — mas agora meu dia ficou um pouco mais alegre ao ver seu sorriso Senhorita. — sorriu ao ver as bochechas brancas da moça ficarem vermelhas. Sua atenção foi roubada por uma onda de tosse que veio de seus amigos. Revirando os olhos, voltou a paquerar a pequena recepcionista. — Desculpe meus amigos, às vezes eles não têm modos.

         Rebeca sabia que estava se comportando como uma idiota, mas olhar aqueles olhos negros, a barba serrada que cobria o maxilar quadrado que lhe dava um ar sério e perigoso, aqueles ombros largos, coberto pela surrada jaqueta preta de couro, o belo traseiro e as pernas grossas, envolvidos pelo jeans apertado, tirava-lhe o ar e a sanidade. Aquele ar de garoto rebelde, pronto para uma briga a qualquer momento a deixava maluca e sempre se comportava como uma idiota perto dele.

— Rebeca, precisamos de informações sobre Cath e Rafa. Pode nos dizer algo? — a voz de João chegou até ela, despertando-a da prisão que eram os olhos de Guto.

— Ah! Sim, foi algo muito triste o que aconteceu. Rafa infelizmente não sobreviveu, quando o resgate chegou ele já havia — a voz ficou embargada e Guto apertou-lhe a mão, procurando acalmá-la, — Cath está na sala de parto. Léo está com ela, isso é tudo que sei.

— Obrigada princesa — Guto voltou a lhe beijar a mão. — vamos esperar na sala reservada, mas me prometa que assim que souber de alguma novidade virá nos dizer. — sorrindo, balançou a cabeça concordando enquanto observava-os seguirem em direção à sala.

— Guto uma hora dessas você vai matar essa moça — a voz de Fred soou divertida, porém a reprimenda não passou em branco. — ela mal consegue respirar quando você a toca, se continuar lhe beijando a mão Léo terá que conseguir outra recepcionista, pois esta terá um ataque cardíaco. — abrindo a porta, entraram na sala. — e João você não tem que ficar o encorajando, ele já é corajoso o suficiente sozinho.

RECOMEÇAROnde histórias criam vida. Descubra agora