CAPÍTULO IV

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Léo nem precisou checar os medidores para saber o que estava acontecendo.

– Pare, pare de empurrar Cath. – Helena e Valéria estavam paradas a seu lado – ela está sem ar e com distensão jugular venosa.

         Levantando, pegou os registros dos batimentos cardíacos do bebê e de Cath e confirmou o que desconfiava, o bebê estava em sofrimento, precisavam de uma cesariana.

– Doutor há algo errado.

– Coloque-a no oxigênio – disse Léo já checando os batimentos – Helena peça um leito na UTI, ela está entrando em falência cardíaca congestiva, – disse já fazendo pressão no cordão umbilical, tentando ajudar o bebê. – O cordão está comprimindo, o sangue não está chegando ao bebê e está indo para os pulmões de Cath.

– Léo se não agirmos rápido perderemos ela e o bebê. – Valéria estava parada ao lado dele, conferindo os batimentos de Cath, quando percebeu que algo o havia paralisado. 

– Eu sei – a voz de Léo soou tão baixa que mal conseguia se ouvir.

– Léo, sua irmã e seu sobrinho precisam de você agora! – Valéria sabia o que ele estava vendo, a cena que estava se repetindo, haviam passado por isso há poucas semanas.

– Eu sei Val, mas não vou perdê-la, mas chamem outro cirurgião. – Disse.

– Pare com isso! Não deixe se deixe abater – Valéria segurou-o pelos ombros, balançando-o, tentando trazê-lo de volta. – Levará no mínimo 20 minutos para outro médico chegar aqui, e não temos esse tempo.

– Eu sei. – lágrimas escorriam pelo rosto de Léo – mas não posso perdê-los, já perdi Lisa, não posso perder Cath.

– Lisa não foi sua culpa, agora, Cath será se ficar aqui parado, enquanto eles precisam de você. – voltando para o lado de Cath, Valéria prosseguiu – você precisa escolher Léo, como médico e como único parente vivo que ela tem.

         Limpando as lágrimas, Léo caminhou até o local de higienização.

– Helena, chame o anestesista – disse Léo, enquanto colocava novamente outros pares de luvas. – vamos fazer a cesariana e salvar Cath e Lipe.

         Valéria soltou o ar que nem sabia estar prendendo, Helena mal esperou pelo final da frase e já estava ligando para o ramal da sala dos médicos. Mãe e filho seriam salvos, tinha certeza disso.

         Minutos depois o anestesista se juntou a eles. – Vim o mais rápido que pude Léo. Como estamos?? – enquanto falava, Raul já executava o procedimento.

– Nada bem meu amigo, mas vamos conseguir tirá-los desta. – Léo conferiu o efeito da anestesia, vendo que estava tudo certo, começou a operação.

– Valéria preciso que você alivie a pressão do cordão umbilical. – quando a médica se posicionou, reforçou – pressione firme.

RECOMEÇAROnde histórias criam vida. Descubra agora