Capítulo 2

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Porchay

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Porchay

O sábado chegou tão rápido quanto eu ansiava. Não sei exatamente o motivo de eu estar um tanto animado com essas aulas, não é como se eu gostasse muito de estudar, porém me concentrar nas matérias me tirou um pouco da tristeza em que eu estava pelos eventos da minha vida amorosa.

Visto uma roupa confortável, apenas camiseta e jeans, não parece que vá fazer frio então deixo meu casaco de lado antes de pegar minha mochila. Como não sei onde Porsche está, mando uma mensagem avisando que iria sair. Desço as escadas da mansão correndo e ainda teclando com Porsche, uma vez que não estou atento acabo tropeçando no tapete e indo de encontro ao chão mas antes que eu caia de fato, braços fortes me seguram.

— Ah obrigado Pi, eu estava distraído, quase bato meu rosto no.... — Eu pensei que algum dos guardas tinha me segurado, infelizmente os braços que me agarraram foram os de Kim. Minha reação foi parar de falar e olhar pra ele um tanto atordoado. Kim apenas me pôs de pé e soltou minha cintura.

— Não ande correndo como uma criança tola. — Ele disse me repreendendo. Naquele momento várias frases cheias de rancor pairavam em minha cabeça, eu poderia ter dito qualquer uma delas, mas as palavras não saíram da minha boca. As lembranças dos dias em que ele parecia me amar contrastavam com os sentimentos de vergonha que sentia. Mais uma vez minhas bochechas estavam quentes e  acabei me sentindo um completo idiota. Descobri que Kim tinha esse poder sobre mim, o de me fazer sentir estúpido.

Eu sabia que não conseguiria falar nada, então  apenas saí correndo porta a fora e entrei no táxi que estava me esperando. Assim que fechei a porta do carro e o motorista deu partida, comecei a chorar. Toda aquela dor que eu tinha empurrado pra algum lugar bem fundo dentro de mim veio a tona me deixando incapaz de conter minhas lágrimas. O trajeto de trinta minutos até a escola pareceu uma eternidade. Eu lembrava do sorriso de Kim para mim ao me deitar em seu peito, lembrava da voz dele cantando qualquer música romântica que me fazia sentir mais e mais apaixonado, lembrava do beijo na bochecha quando eu confessei meu amor. Imbecil, é isso que eu sou por ter acreditado em tantas mentiras.

O carro parou em frente a escola por volta das quatro da tarde. Eu teria que passar no banheiro antes de encontrar Macau, não queria que ele me visse com os olhos inchados, se ele me perguntasse o motivo provavelmente eu iria contar e depois me sentir idiota de novo por confiar em alguém. Infelizmente meus planos foram contrariados assim que pus meus pés pra fora do carro e olhei pro portão, Macau estava lá, de pé me aguardando. Paguei o táxi e respirei fundo antes de me virar para encarar o moreno.

— Eu não suporto ver séries tristes, sempre me fazem chorar mas o P'Khun me arrasta pra assistir com ele todos os dias. — Digo dando meu melhor sorriso para convencê-lo.

— Rudolph. — Diz Macau sorrindo.

— Quem?

— Rudolph a rena de nariz vermelho. É você. — Macau sorri e começa a cantar em inglês uma música que a tempos eu não ouvia.  Eu não sei exatamente o que diz a letra mas sei que Rudolph era uma das renas do Papai Noel e que ela tinha um nariz vermelho e brilhante. Ouvi-lo cantar me faz rir, Macau tem uma voz bonita e a forma que ele fecha os olhos ao sorrir me faz querer vê-lo sorri mais vezes.

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