17. Assustou o bebê

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O estresse parecia emanar de Shawn como o calor de um telhado de zinco... mandíbulas retesadas, ombros rígidos. Seria sempre assim perto da mãe? Evelyn parecia não notar. Estava focada em Oliver sentado no chão da biblioteca e oferecia brinquedos a ele de uma sacola que Camila lhe entregara.

– Ele é esperto – disse ela, sem se dirigir a ninguém em particular.

Shawn parecia uma sentinela com os braços cruzados sobre o peito. Não era um momento de ternura para ele, que observava a cena com atenção.

Camila chegou por trás e o tocou no ombro. Shawn se retesou, porém logo descontraiu. Ela podia ter subestimado seu estresse, mas agora sentia pena dele.

Fosse lá o que existisse entre mãe e filho, não era bom. Camila queria saber mais, mesmo que fosse doloroso.

– Posso buscar alguma coisa para você? – sussurrou ao ouvido de Shawn. Ele a fitou por cima do ombro. Camila sentiu o aroma de sua colônia... quente e masculina como os lençóis da cama e todo o seu quarto.

– Quem está sendo gentil agora?

Sempre você. Quando quer ser, ela pensou.

Acho que precisa de um drinque.

– Mal passa das 16 horas.

– Já são 17 horas em outros lugares. Uísque?

– Com gelo. – Ele tentou sorrir e relaxou mais um pouco. Camila lutou contra o desejo de massagear seus ombros.

– Uma bebida, Evelyn? – ofereceu.

A senhora balançou a cabeça e começou a brincar de esconde-esconde com Oliver, tampando e destampando os olhos.

– Estou muito apaixonada pelo meu neto para querer beber. Mas aceito um refrigerante dietético.

– Certo. – Camila foi providenciar, primeiro preparando o uísque de Shawn, que precisava recuperar a calma. – Aí está. – Seus dedos se tocaram quando ela lhe entregou o copo, e Camila estremeceu.

– Obrigado. Por tudo – disse ele em voz baixa e suave.

Por que precisava ser tão gentil?

O som do elevador voltou.

– Estranho. Não estou esperando mais ninguém.

– Vou ver quem é. – Camila se apressou para a entrada e procurou o interfone.

– É Liam Hanson para o sr. Mendes – anunciou uma voz. – Sou um dos funcionários de Barkforth and Sloan.

O teste de paternidade.

– Pensei que viesse amanhã de manhã.

Sem dúvida não era momento, com a mãe de Shawn ali...

– O laboratório pediu para vir hoje porque vocês estão com pressa.

– Suba.

Shawn se aproximou, tendo ouvido a conversa.

– Ótimo. Com minha mãe aqui – resmungou.

Passou os dedos pelo cabelo com ansiedade. As portas do elevador logo se abriram.

– Senhor Mendes, lamento se houve falta de comunicação. Prometo que será rápido. Cinco minutinhos.

– Tudo bem– respondeu Shawn. – Temos que fazer. Do que precisa?

– Esfregar a parte interna de sua bochecha e da criança com um cotonete. Só isso.

– Ele está na outra sala.

Camila os seguiu até a biblioteca.

– Mãe, preciso levar Oliver um instante. Os advogados pediram um teste de DNA.

Dez dias para conquistar (repostagem)  | ShawmilaOnde histórias criam vida. Descubra agora