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Gustavo

Eu ja tava querendo o domínio do vidigal de volta fazia tempos, sempre gostei de lá e já demorei mó cota pra ir atrás disso.

Quando o vidigal foi tomado eu tava no México, eu tinha acabado de fazer 18 anos e meus pais tinham entregado o Cartel mexicano nas minhas mãos.

Passei três anos por aqueles lado, claro que sempre que eu podia vinha pro Brasil mas era papo de 3, 4 dias. Eu tive que me familiarizar no bagulho, ver com quem eu tava trabalhando, essas parada.

De tempo em tempos eu vou pra lá, ver como anda as coisas e quando é preciso resolver o corre eu mesmo. O México é maneiro mas perto do meu Rio de Janeiro não é nada.

Aqui no Brasil eu trabalho pro meu pai, depois que o Oliveira morreu, eu e meus primos pegamos o comando do complexo da maré. O miolo do CV é aqui dentro, aqui é a parte mais forte.

Beatriz e Lucas é o mesmo esquema, tem um corre no exterior mas não larga o tráfico brasileiro. Caio ta comandando a rocinha com o tio Matheus e o tio Victor.

Eu voltei do México tão sossegado que nem pesei a mente de querer o Vidigal, quis dar um tempo e dei tempo demais. Nem ia pesar mente com isso agora, mas o desgraçado veio querer subir pra cima de mim achando que ta lidando com criança.

Além de que lá ta um verdadeiro inferno, morador não tem mais paz não.

Não tenho a cara escancarada por todo canto não, ta ligado? Mas meu vulgo é conhecido no crime, meus sobrenomes mais ainda. Família Mendes Santiago anda trabalhando no mundo todo.

Tive um papo com o Lucas hoje, ele me passou a visão que tinha gente aqui rondando e que aquele puto ta de olho em carga nossa, ai não teve jeito, subiu pra mente e eu vou resolver com a morte dele, agora.

Matador: toma cuidado - ele segura minha cabeça com as duas mãos olhando nos meus olhos e eu assinto com a cabeça - eu te amo - ele beija o topo da minha cabeça e eu sorrio.

Coyote: amo você, matador - ele revira os olhos empurrando minha cabeça me soltando - amo você também - olho pra minha mãe que sorri.

Matador: tu fica perto de mim - ele fala com minha mãe e eu encaixo o pente no fuzil ouvindo a trava, me aproximo da porta - presta atenção - ele aponta pra mim.

Coyote: confia no teu filho - falo depois de subir o pano no meu rosto e abro a porta da van pulando pra fora sem ouvir respostas.

Faço o sinal da cruz e destravo o fuzil, atiro em um que ta fazendo barreira e os outros três caem após serem baleados pelo Morcego, Nix e corvo.

Coyote: vem os três comigo, linha de frente - falo sem olhar pra eles - quero 7 pra direita e 7 pra esquerda, o resto vai indo pelas lajes.

Ouço os fogos sendo lançados ao céu e é ai que começa a brincadeira.

Eu conheço esse morro como conheço a palma da minha mão, cada beco, cada viela. Vou na frente atirando sem parar a medida que vejo pessoas, a ronda fraca da madrugada de uma quinta faz com que eu avance pro miolo mais facilmente.

devo ter derrubado uns 7, deve ter só um morto nesse meio, eu to na caça de 5 cabeças específicas.

Magrão, Turques, Graviola, Xelong e o filho da puta do Berna.

São esses que tão comandando a favela, mas esse comando acaba daqui a pouco.

Matador: to na quadra com o Graviola e o Xelong - ouço a voz dele no radinho.

Paçoca: acabaram de derrubar o Turques e eu to levando o magrão pra quadra.

Coyote: to indo bater na porta da casa do Berna - falo no radinho e olho pra trás vendo meus primos - podem subir que eu vou sozinho.

Troco o pente do fuzil jogando o outro no chão e corro entrando num beco e subindo as escadarias, no final delas tem a casa grande e branca, que eu sei que quem mandou construir foi meu pai.

E eu pego o desgraçado no pulo, saindo de casa, dou um tiro em cada perna fazendo ele cair de joelhos me vendo, me aproximo e chuto a arma que caiu da mão dele pra longe e abaixo o pano do meu rosto.

Coyote: acabou pra tu - me abaixo pra olhar em seus olhos.

Berna: quem é você? - dou uma risada nasal.

Coyote: não sabe nem quem tu ta querendo passar a perna né? eu sou o Coyote, pô - ele engole a saliva e eu me levanto - o dono disso aqui.

Chuto seu peito fazendo ele cair pra trás, passo a bandoleira do fuzil jogando ele pra trás depois de ser travado e pego minha pistola na cintura dando um tiro em cada pé dele.

Pego bem onde eu atirei e saio de lá arrastando ele que grita conforme eu aperto seu pé. Desço as escadas ouvindo o corpo dele batendo e ele tantando se contorcer, vou em direção a quadra que é quase aqui do lado.

De longe eu vejo os outros quatros de joelhos e os braços pra trás, meus primos e meus pais com um fuzil cada, mantenho a postura arrastando o velho cracudo com uma mão e com a pistola na outra.

Matador: mandei fazerem ronda e chutar os que sobraram do morro - assinto com a cabeça e largo o pé do outro ao lado do Turques.

Coyote: ajoelha - chuto seu outro pé e ele resmunga de dor - agora.

Olho pra minha mão cheia de sangue, entrego minha pistola pro meu pai e tiro o pano do meu pescoço limpando ela enquanto observo o Berna se matando pra ficar de joelhos. Termino de limpar minha mão e amarro o pano vermelho com as beiradas pretas na grade da quadra. A parte vermelha esta ainda mais por conta do sangue que eu tirei das minhas mãos.

Morcego: ninguém tem nada pra falar não? - ele fala rindo, os quatro abaixam a cabeça, Berna consegue ficar de joelhos e faz o mesmo.

eles já aceitaram a morte.

Coyote: vamos acabar com isso logo - desvio o olhar pro meu pai esticando a mão, ele me entrega a pistola e eu abro ela tirando o cartuxo, o pente só faltando as duas balas que devem estar no pé do Berna.

Com os cinco caladinhos fica mais fácil, disparo um tiro em cada cabeça, economizando bala porque não vale a pena.

Coyote: bora fazer ronda - guardo minha pistola na cintura - cada um pega um rumo aí, depois pode meter o pé.

Nix: metido - eu sorrio de canto - vamos corvinho - ela fala pro namorado passando o braço pelo dele.

Morcego: só casal hoje, ne vida - ele passa o braço pelo meu ombro e eu dou risada empurrando ele.

Coyote: para de graça - ele da risada saindo da quadra na minha frente.

Lucas: to no pique de tomar quatro garrafas de whisky, acredita?

Gustavo: sossega, na sexta tu faz uma resenha ai e no sábado a gente arruma um baile - ele sorri grande.

Lucas: eu te amo moleque! - eu dou risada.

Gustavo: o moleque aqui é tu, mucilon.

vou subindo rua ao lado do Lucas na maior calma olhando pros quatro canto vendo que não mudou muita coisa. Escuto meu vulgo e olho pra baixo vendo o paçoca dando uma corridinha pra chegar até aqui. Ele se aproxima e eu faço toque com ele.

Coyote: quantas mortes? - paçoca vem andando do meu outro lado depois de fazer toque com o Lucas.

Paçoca: nossa nenhuma, daqui foram contadas 9 junto com os 5 lá, tão identificando já.

Coyote: os que tem família manda vir dar o papo pra mim e o resto joga em qualquer canto - ele assente.

Paçoca: ficha de que meteu o pé ta sendo feita.

Coyote: jaé, quero todo mundo sabendo que eu to de volta nessa porra, quero mais ninguém com medo.

Paçoca: relaxa chefe, amanhã de manhã já ta no ouvido de toda a comunidade.

termino de fazer a ronda com os dois e depois vou pra boca começar a resolver todo o b.o daqui pra ter paz e curtição no fim de semana.

fruto da libertinagemOnde histórias criam vida. Descubra agora