Rafaela
Vitoria é foda mano, ta dominada pela raiva, ta malucona, dopada. Ela vira um marombeiro com raiva, nem parece que tem 17 anos e 1,63 de altura.
Tomei um susto vendo o cara que encarou minha alma bem ali. Minha atenção vai toda pra ele, os olhos escuros, o cabelo e as sobrancelhas pretas, o cavanhaque ralo crescendo, as tatuagens subindo até o pescoço mas sem cobrir toda sua pele, isso tudo juntando com uma expressão séria, o maxilar travado e a cabeça um pouco inclinada pra olhar nos olhos da Vitoria.
Vitória: vocês mataram meu pai! - ela bate de frente com ele que levemente franze as sobrancelhas.
Rafa: vamo embora - tento puxar ela que mal sai do lugar.
Vitoria: fala a verdade! onde ta meu pai? - ela grita, eu vou perdendo a paciência.
Xx: eu vou saber, caralho? o pai é teu - ele fala óbvio.
A voz é a mesma da minha janela, era a dele e do carinha la da barreira, e eu ouvi um "chefe", organizando tudo rápido na minha mente eu me toco que ele é quem tomou a favela e ta no comando. Prendo o ar na mesma hora e a mesma sensação da primeira vez percorre meu corpo.
Ele aparenta ser novo, e com esse papo de comando pra cima e pra baixo me deixa com medo, ele é traficante, tem poder e isso é notável de longe.
e a louca da minha irmã tá batendo de frente com ele.
Um homem puxa ele pelo ombro, ele só olha bufando. O homem de quase 40 anos se põe na frente começando a falar com calma.
Xx²: ja te falamos que ele não ta morto, no morro não ta porque ele era envolvido e teve que meter o pé, são as regras, todo mundo ta ligado. Tem ninguém aqui afobado não, chega aqui e conversa ne boa, não precisa desse surto não. A gente preza por respeito então respeita que nós te respeita - ele fala tudo mantendo com calma, exalando poder.
Enquanto ele falava eu observa o rapaz desconhecido, ele ainda do mesmo jeito de hoje cedo, agora dando pra ver sua bermuda preta e o chinelo branco da bandeirinha. Subo o olhar pro seu peito vendo o pingente da sua corrente.
É uma plaquinha com um I e um pouco mais pra baixo, quase grudado tem um F. Será que o vulgo dele é IF?
Tiro o olhar dele quando escuto a voz da minha irmã, eu sei que ela ta no erro, veio surtar por algo que ela nem sabe.
Vitoria: ele ta morto sim! eu recebi fotos e eu sei que foi você! e você vai pagar por ter matado o meu pai! - na mesma hora o "IF" passa pelo homem ficando bem próximo da vitória, ele não encosta nela.
Xx: tu ta maluca?
Xx²: calma lá ou, dono da cidade - o homem tenta puxar ele que não sai do lugar
Xx: agora não, matador. - ele só olha pro homem rápido e volta o olhar pra minha irmã.
Rafa: mas que porra vitória - tento puxar ela de novo, que se solta de mim de novo.
Xx: quer ameaçar alguém? - eu olho pra ele que ta focado na vitória - me ameaça, quem ta no domínio disso aqui sou eu. Mas, tu não abre a boca pra falar do meu pai, ta me ouvindo? - ela engole a saliva pra falar mas eu ultrapasso ela não deixando.
Rafa: apesar de não ser justificativa, ela ta dopada, não sabe o que ta falando - puxo ela que dessa vez vem facilmente - eu sei que vocês não mataram nosso pai.
Vitoria: matou sim - ela resmunga e eu desvio o olhar pra ela assim como ele.
Xx: a ordem foi pra meter o pé, se ele sumiu e não falou nada eu não posso fazer nada.
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fruto da libertinagem
Teen Fiction+16 | no vidigal e no mundo 📍 𝘰 𝘢𝘮𝘰𝘳 𝘦 𝘢 𝘭𝘪𝘣𝘦𝘳𝘵𝘪𝘯𝘢𝘨𝘦𝘮 𝘢𝘯𝘥𝘢𝘳𝘢𝘮 𝘭𝘢𝘥𝘰 𝘢 𝘭𝘢𝘥𝘰 𝘯𝘢 𝘤𝘰𝘯𝘴𝘵𝘳𝘶𝘤𝘢𝘰 𝘥𝘰 𝘪𝘯𝘵𝘰𝘤𝘢𝘷𝘦𝘭 LIVRO II