Presa. Estava presa novamente em uma cela depois que a escuridão a levou e o illyriano com a qual estava lutando sumiu. Covarde idiota. Dyana estava sentada no canto ao fundo da cela, e era surpreendente mais escura que a última em que estivera.
Conhecia a corte noturna e o que faziam com seus prisioneiros, passou décadas observando cada um. E estava surpresa que ainda não tinham a torturado, que ele não tivesse a torturado ainda. Já fazia meia hora que estava esperando algo ser feito mas ninguém além dos dois guardas a porta aparecem, grilhões estavam nos seus pulsos e pés. Não sentiu quando foram colocados.
Se levantou e foi em direção aonde estavam os féericos e colocou os braços na grade. Viu os olhares que deram a ela, eles sabiam o que ela era. Sentia o cheiro do nervosismo misturado com desejo deles. Não se importava tanto com sua beleza grega, mas era sua arma mais forte.
– Como vão? – Dyana sussurrou tão perto que sentiu os dois de enjirecerem, poderia facilmente toca-lós – Consigo ouvir a respiração densa de vocês de longe e isso me irrita, sabe? Além disso, com esses espiões escondidos aqui não posso fazer nada com vocês sem esperar que uma fileira de flechas me acompanhe.
Ela sabia que eles estavam ali, não faziam esforços para fazerem um bom trabalho. Ou apenas eram ruins. Ficaria com a primeira opção por orgulho.
– Não tente nenhuma tolice bruxa – Disse o guarda da direita. Ela não tinha um histórico bom com guardas e estava em desvantagem, mas teria arrancando sua língua pela ousadia. Felizmente sentiu quando os guardas prenderam a respiração.
Quando se nasce uma bruxa por si só, já se tem a audição e o olfato melhor que um féerico, mas algumas delas são concebidas com habilidades, muita das vezes, hereditárias. Uma delas é poder controlar as emoções e as decisões de uma pessoa com um pedido apenas olhando em seus olhos. Claro que, nem tudo são flores, apenas corações não ocupados poderiam ser enfeitiçados. Dyana tinha essa benção, e a usava com diversão. A usou para manipular os servos da corte dos pesadelos e metade dos homens que matou.
Claro que com a benção vinham as circunstâncias. Bruxas não podiam mentir, Dyana não podia mentir. Mas quando se era mestre em falar verdades mentirosas isso não importava pra ela.
Esperava que o guarda olhasse em seus olhos para enfeitiça-ló mas o mesmo não era diferente que uma estátua.
O que restava era esperar. Se virou de costas e se sentou, começou a assoviar uma antiga melodia que ouvira uma vez a 390 anos.
..........
– Ela matou meus espiões, matou o seu povo – Azriel apesar do tom baixo que usava emanava um ódio que poderia ser sentido a quilômetros – É a assassina que por tanto procuramos, me deixe fazer o meu trabalho.
Chegara da floresta com cortes profundos e ensaguentado. Seu grão-senhor tinha atendido seu pedido de jogar a assassina em uma cela antes que chegassem a casa do vento. Rhys, Cassian, Feyre, Amren e Elain já o esperavam e logo Madja apareceu para tratar de seus cortes. Suas sombras nunca estiveram tão agitadas, nem ao menos conseguia entende-las.
– Esse assunto não está aberto a discussões, Azriel – Rhys agora falava como grão senhor – A prisioneira virá e vamos interroga-la de forma civilizada.
– Civilizada? – O encantador de sombras teve de fechar os olhos por um instante e pedir pra que suas sombras fizessem silêncio – Ela vive ou morre, não existe meio termo. E se ela viver será em uma prisão, não existem motivos para querer averiguar a decisão.
– Não é você quem decide isso, Az – Feyre que estava sentada a mesa junto de Elain falou – Colocar uma besta tão feroz quanto dizem que ela é em uma cela, não faz dela menos perigosa.
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Corte de Espadas e Sombras • Azriel •
General Fiction" - Eu não preciso recorrer a poemas, bruxinha. Um sorriso ladino apareceu no rosto da fêmea quando saiu em direção a porta, olhando por cima do ombro antes de responder: - Vai precisar recorrer a muito mais que poemas, sombrinha."